A revolução cubana triunfou em 1959, mas este é apenas um capitulo da história cubana. |
William Cirilo Teixeira Rodrigues
Depois de quatro séculos de dominação espanhola, Cuba havia ficado independente apenas no nome: quem regia o destino do país eram os Estados Unidos. Por meio da emenda Platt, cruiada em 1880, os EUA podiam intervir em Cuba sempre que achassem necessário, o que fazia a ilha uma espécie de protetorado norte-americano. Os Estados Unidos tinham direito de intervir na política interna de Cuba, eram o mercado consumidor de praticamente toda a produção de açúcar da ilha e suas industrias controlavam a economia. A população era miserável e muito do que consumia era importado dos Estados Unidos, com altos preços. Quando o general Fulgêncio Batista assumiu o poder, em 1952, e instaurou uma ditadura, a corrupção ficou mais evidente, e o país virou uma espécie de cassino gigante para os norte-americanos. (...)
Advogado, Fidel Castro reuniu um grupo de rebeldes para tomar o poder. A primeira tentativa ocorreu em 1953 e fracassou. Fidel foi preso e, ao ser solto, exilou-se no México, onde conheceu o médico argentino Ernesto Guevara de La Serna (apelidado Che, graças a seu sotaque). Fidel e Guevara organizaram um grupo armado que desembarcou na ilha em 1956. Eles foram quase aniquilados pelas forças de Batista. Dos 82 combatentes, sobreviveram somente 12, que se refugiaram em uma região montanhosa da ilha chamada Sierra Maestra. Dali, o grupo iniciou suas ações de guerrilha e aos poucos foi conquistando pequenas vitórias e a simpatia da população, principalmente dos camponeses. Ao fim de quase três anos de luta, Fidel e seus guerrilheiros conquistaram a capital, Havana, em janeiro de 1959.
Fidel decretou a reforma agrária e nacionalizou as empresas norte-americanas instaladas na Ilha. Os Estados Unidos reagiram com um bloqueio comercial. Cuba se aproximou da União Soviética, que passou a ajudar o país. Reformas nas áreas de educação e saúde elevaram os índices sociais de Cuba (que chegou a ter o melhor desempenho nessas áreas na América Latina). Mas a economia, enfraquecida com o fim da ajuda soviética, ainda sofre com o bloqueio dos Estados Unidos. Politicamente, há um único partido, o Partido Comunista Cubano e depois de quase meio século no poder Fidel Castro adoeceu e passou o comando para seu irmão Raúl Castro, que também participou ativamente da revolução de 1959.
Che Guevara e a exportação da revolução.
Depois de Cuba, o mundo. Che Guevara acreditava que, assim como ocorreu em Cuba, a luta armada poderia levar outras nações ao comunismo. Ao deixar o cargo de ministro em Cuba, em 1966, o argentino participou direta ao indiretamente da formação de guerrilhas no Congo, Angola e na Bolívia, onde acabou morrendo em 1967. Na Nicarágua, a luta aramada também enfrentou os norte-americanos. A Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), formada nos anos 1960, conseguiu chegar ao poder nem 1979 e promoveu reformas semelhantes às cubanas. Os Estados Unidos apoiaram a formação da oposição antissandinista, os chamados Contras, e uma guerra civil eclodiu no país. O conflito terminou em 1989.
[i] Este pequeno artigo trás apenas uma abordagem superficial dos acontecimentos latino americanos referentes à Revolução Cubana. Em breve postarei livros que contenham uma maior profundidade sobre o assunto.
Matéria retirada da revista curso preparatório Enem 2011.
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