I.
A Extensão da Escola.
Escola
- função
social essencial à formação dos novos cidadãos – portadora dos saberes
selecionados por uma sociedade e de seus valores.
Portanto a escola não é
só uma instituição, pois ela detêm tanto os conhecimentos, quanto os saberes
que a sociedade onde ela está inserida determina como fundamentais.
Extensão
da escola na vida – crianças e jovens permanecem pelo
menos quatro horas por dia, cinco dias por semana, nove meses por ano e ao
menos 12 anos de suas vidas.
Extensão
social da escola – instituição social pela qual passa
(ou deveria passar), obrigatoriamente, toda a população infantil e juvenil.
Observando esses três
dados podemos perceber a importância que a escola possuí na formação e na
organização de nossa sociedade.
A escola prolonga-se
para além do tempo em sala de aula – compreendendo o desenvolvimento de
atividades como tarefas, estudo, trabalhos em grupo, laços de amizade que
extrapolam os limites físicos da instituição. Portanto a escola não é restrita
somente ao ambiente escolar.
Os anos escolares
marcam a condição social da criança e do jovem, constituindo-se na porção
“séria” de suas existências, implicando em compromissos e responsabilidades
valorizados socialmente e que transcendem os laços da vida familiar ou
comunitária (ENGUITA, 1989).
II.
Função social da escola.
Basicamente a escola
possui três funções sociais básicas:
a) Socialização: onde
se prepara o indivíduo para a vida adulta.
b) Cultural: repassar
para o estudante todos os símbolos, valores e crenças que ele não nasce, mas
que a sociedade onde ele está inserido elegeu como importantes.
c) Seletiva: típica de
uma sociedade capitalista tem por objetivo separar (selecionar) alunos conforme
o rendimento destes.
Reprodutivismo: Muitos
autores não consideram esta como uma função social da escola. O reprodutivismo
tem como objetivo pegar a sociedade desigual e injusta do capitalismo e
transportar para dentro da escola. Isso se dá reproduzindo e disseminando na
escola toda a ideologia, conceitos, ideias e valores da classe dominante.
III.
A Escola na Sociedade Capitalista.
Segundo a pedagoga
Terezinha Rios a escola da sociedade capitalista é antidemocrática, pois tem
como objetivo principal criar mão-de-obra. Pretende formar um cidadão dócil e
operário.
V.
Contradição do Desafio da Escola.
Sabemos que a escola
tem como desafio transformar, emancipar (autonomia) e libertar o educando a
partir da prática pedagógica. E esses desafios estão escritos nas diretrizes
curriculares nacionais (DCN). A contradição ocorre porque além desses desafios
a escola ainda tem a função de produzir mão-de-obra e o trabalhador submisso.
VI.
Paulo Freire e a escola como espaço e como ambiente
Para Paulo Freire a
escola enquanto espaço serve apenas como um local de transmissão de conteúdos,
um espaço disciplinador e um espaço tradicional.
Já a escola enquanto
ambiente é um espaço de transformação do educando, ao invés de simplesmente
disciplinar o indivíduo ela promove experiências e ao invés de ser um espaço
tradicional é um ambiente libertador/emancipador.
Para que a escola como
ambiente funcione é necessário a participação democrática, a manifestação das
diversidades e que haja uma inclusão da
comunidade.
VII.
Função Compensatória da Escola.
É evidente que a escola
sozinha não é capaz de eliminar a desigualdade e a injustiça social. Porém, a
escola é capaz de compensar as dificuldades individuais. E ela faz isso
oferecendo uma educação de qualidade.
Para isso a escola deve
abandonar a lógica da homogeneidade e abraçar a lógica da diversidade. Sabendo
que cada aluno possuí necessidades especiais.
VIII.
Reconstrução do conhecimento e da experiência.
Todo aluno traz consigo
experiências adquiridas pela vivência. E estas experiências são acríticas da
sociedade ou formadas por ideologias incipientes (introdutórias/ sem base
sólida).
Portanto a escola deve
reestruturar essa visão acrítica e essas ideologias fragmentadas em prol da
criticidades e da autonomia. Trabalhando de forma mediadora.
IX.
Função Social de Escola ao Longo do Tempo.
Historicamente
observamos, paulatinamente, a assunção de novas responsabilidades e a extensão
da abrangência da escola em nossas sociedades até atingirmos o estágio
descrito. Ou seja, se hoje observamos a importância da escola na sociedade,
devemos entender que nem sempre foi assim. Vila destaca três momentos da escola
em relação a sociedade:
Vila (2007, p.12)
destaca, no trabalho de Enguita, três momentos de mudança nas relações entre
escola e sociedade, os quais denomina como: suprageracional, intergeracional e
intrageracional.
a)
Suprageracional: momento que localiza-se na antiguidade,
quando apenas grupos reduzidos compostos por escribas, sacerdotes e demais
membros de uma elite necessitavam de educação institucionalizada.
A maioria das pessoas
era educada pela família e pela comunidade, uma vez que o saber necessário para
participar da vida social era passível de ser aprendido através da vida cotidiana.
Temos, portanto, uma
escola com pequeno alcance social e destinada apernas a uma elite. Era uma
escola elitista.
Escola
e Sociedades Estáveis.
Diante de uma sociedade
estável, na qual as mudanças se davam muito lentamente e os conhecimentos necessários
à vida social mantem-se durante gerações e gerações a educação institucional
era restrita em sua abrangência e se resumia aos saberes específicos, como a
leitura e a escrita.
Este período de
sociedades estáveis corresponde ao período Suprageracional.
b)
Intergeracional: localizada no contexto da Revolução
industrial e de suas transformações sociais: a passagem das sociedades agrárias
para as industrializadas, o desenvolvimento científico e tecnológico, o
surgimento da imprensa, a emergência (surgimento) dos estados modernos.
Novas necessidades
educacionais: pais, avós, comunidade já não eram mais capazes de transmitir
todos os saberes necessários à participação nessa nova sociedade.
Como a família e a
sociedade não conseguiam mais transmitir os saberes necessários para a atuação
do indivíduo nesta nova sociedade, parte da educação das novas gerações passou
a ser desempenhada pela escola. A escola assume essa função.
No entanto esta escola
continuou a ter um caráter elitista, pois a escola se amplia apenas no nível
elementar. A continuidade nos estudos vai depender de seleções constantes. Ou
seja, o ensino inicial era abrangente, mas a continuidade nos estudos dependia
de seleções. Era uma escola excludente, uma vez que a base era para muitos e o topo
era pra poucos.
Escola
e sociedades que mudam entre as gerações.
À medida que as
mudanças sociais se intensificam, ocorrendo, entre uma geração e outra, a
participação na nova ordem passou a demandar capacidades que não podiam mais
ser transmitidas apenas pela família e pela comunidade; assim, a instituição
escolar foi chamada a esta função em nível elementar, tendo como objetivo a
transmissão de saberes como leitura e cálculo, essenciais ao desempenho de
novas funções. Este período corresponde ao Intergeracional.
c)
Intrageracional: transformações aceleradas afetam a vida
das pessoas. Novas gerações – incorporam-se a um mundo no qual a informação e o
conhecimento assumem o papel cada vez mais decisivo em todas as ordens da vida.
Apenas a formação
inicial e centrada na transmissão de conteúdos não é mais capaz de suprir as
necessidades educacionais dos indivíduos ao longo das suas vidas, faz-se
necessária uma formação mais ampla e adequada às novas demandas da vida
contemporânea.
Esse é momento que
vivenciamos hoje. Já não basta mais uma formação inicial. O desenvolvimento
deve ser contínuo.
Escola
e sociedades em constante mudança.
Vivemos, agora, uma
terceira fase, na qual as mudanças sociais se dão no interior de cada geração e
os saberes necessários à participação social incluem a capacidade de adaptação
a uma ordem pouco estável. As instituições sociais enfrentam o desafio de se
adequarem a uma ordem incerta, tornando-se mais abertas e flexíveis. Este é o
Período Intrageracional.
X.
Escola e Complexidade Social.
Essa periodização,
alicerçada nas transformações da sociedade, através das gerações e da extensão
da escola, destaca a importância crescente da instituição frente à complexidade
social.
A relevância social das
instituições depende da sua capacidade para se organizarem de acordo com os
fins a que se propõem. E este é o grande desafio da escola hoje. Pois, a escola
é uma instituição que deve se adequar aos fins que a sociedade impõe.
Referências:
Sociologia da Educação
- Aula 5 - A Função Social da Escola.
Disciplina: Sociologia da Educação - HSE 001 Curso de Licenciatura - Univesp -
Universidade Virtual do Estado de São Paulo <https://www.youtube.com/watch?v=rnlLVi2uS5c>
acesso em 16/11/2015
Função Social da
Escola. Vinícius Reccanello de Almeida: <https://www.youtube.com/watch?v=7Vsb6LT6MPw>.
Acesso em 16/11/2015
Assista:
https://www.youtube.com/watch?v=rnlLVi2uS5c
https://www.youtube.com/watch?v=7Vsb6LT6MPw
Assista:
https://www.youtube.com/watch?v=rnlLVi2uS5c
https://www.youtube.com/watch?v=7Vsb6LT6MPw
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