Asoka (? – 232 a.C)
Texto
integral.
Por
definição, uma pessoa é chamada de líder quando ela é capaz de comandar um povo
graças a uma mescla de inteligência e poder. Nos primeiros momentos da
civilização humana, os lideres eram vistos como onipotentes e como seres
diferenciados dos povos que governavam e muitos foram respeitados como se
tivessem poderes divinos. No Egito, por exemplo, os faraós haviam sido aceitos
como deuses. A autoridade dos reis era enorme, e eles governavam somente por
decretos. O que o rei dizia virava lei.
Alguns governantes eram benevolentes. Enquanto outros, extremamente
cruéis. Em comum, a maioria governava com mãos de ferro. Agir de forma
diferente seria incentivar o desrespeito. Em toda a história da humanidade, é
bem provável que Asoka tenha sido a primeira grande exceção à regra.
Ele
nasceu como membro da dinastia Mauria, onde hoje fica a Índia, por volta de 300
a.C., e governou o reino de Magadha de 273 a.C. a 22 a.C. Seu império acabou
incluindo quase toda a atual Índia (exceto a extremidade sul), bem como o que
hoje é o Paquistão, Bangladesh e o Afeganistão. Em 261 a.C., seus exércitos
esmagaram os Kalingas numa guerra terrivelmente sangrenta, que causou a morte
de 200 mil pessoas. Como testemunha do horror e sofrimento, Asoka ficou
horrorizado e concluiu que nenhuma vitória militar compensava a perda de tantas
vidas. Chocado e arrependido, ele se converteu ao budismo (que ajudou a
difundir pela Ásia), abriu mão tanto da conquista militar como da política,
baniu o sacrifício de pessoas e de animais e manteve seu exército numa postura
puramente defensiva.
Asoka
tornara-se um homem de consciência e possivelmente o primeiro monarca realmente
“iluminado” do mundo. Além de abandonar a violência como política externa, ele
também reformulou sua política interna, incluindo projetos de obras públicas e
o estabelecimento de instituições que serviriam ao bem-estar do povo que
governava.
Referencias:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.