sábado, 3 de junho de 2017

Resumo: Discurso do Método de René Descartes.

"Penso, logo exito" é a preposição que inaugura a filosofia moderna.
Primeira Parte.
Segundo Descartes todos os homens são dotados de bom senso, sendo esta uma qualidade universal e inata ao gênero humano. Todos sabem o que é certo e o que é errado, o problema está nos costumes, regras e ideologias de cada época que criam uma neblina sobre o bom senso. Assim, Descartes cria um Método que visa resgatar o uso do bom senso, limpando o pensamento de preconceitos e ideologias e possibilitando ao indivíduo contemplar a verdade.
O autor sempre acreditou que o estudo o levaria ao conhecimento da verdade, mas decepcionou-se com o pensamento escolástico de sua época, que segundo ele, nada mais era do que a repetição do pensamento dos autores antigos. A escolástica pregava que tudo o que havia para ser perguntado e respondido já havia sido feito por um autor clássico, bastando ao intelectual apenas buscar todas as respostas de suas dúvidas no passado. Descartes abandona este caminho e põe-se a vagar pela Europa em busca de um conhecimento realmente verdadeiro no grande livro do mundo.
Segunda Parte.
Segundo Descartes o Método surgiu durante uma nevasca, enquanto repousava em um quarto aquecido, no espaço de tempo entre uma batalha e outra – havia se alistado no exército de Maurício do Nassau.
De acordo com o autor, a ideia lhe surgiu durante um sonho onde sonhou com duas cidades, uma extremamente bagunçada construída por muitas mãos e outra planejada construído uma apenas uma mente. Assim, chegou à conclusão de que a filosofia e as ciências de sua época eram como a primeira cidade e que seria necessário a demolição de toda filosofia antiga e o surgimento de uma nova, mais ordenada. Pois, algo construído por apenas uma mão e mais ordenado e belo do que o que é construído por várias mãos.
Descartes propõe a demolição de toda a filosofia e a reconstrução dela em bases sólidas, sustentadas pelos seus métodos, que funcionariam como uma espécie de fio condutor.
Seu Método possuí quatro passos:
1º. Não aceitar nada como verdadeiro, sem antes passar pelo crivo da razão.
2º. Dividir o conteúdo em tantas partes quanto possível.
3º. Reorganizar esta divisão partindo do mais simples para o mais complexo.
4º. Refazer estes três passos quantas vezes forem necessárias.
Terceira Parte.
Descartes temia que seu pensamento desencadeia-se uma revolução, assim propôs uma moral provisória, para que a pessoa pudesse viver uma vida plena enquanto az uso da razão.
1º. Obedecer as leis, costumes, regras e religião de um país. Seja sensato.
2º. Seguir sempre a mesma “direção” na busca pela verdade. Mesmo que seja só para saber que este é o caminho errado. Andar em linha reta é melhor que andar em círculos.
3º. Mudar primeiro a si mesmo, antes de tentar mudar o mundo.
4º. A moral é uma escolha de vida.
Quarta Parte.
Nesta parte do livro, Descarte tenta provar a existência de Deus e da alma humana, fundamentos de sua metafísica.
Ele inicia sua busca metafísica com o uso sistemático da dúvida, duvidando de TUDO o que há para ser duvidado, afim de encontrar algo que fosse inquestionável em sua forma mais profunda. Até mesmo a realidade é passível de questionamento, uma vez que somos enganados por nossos sentidos. Quem me garante que o que tomo por realidade não é obra de um demônio enganador?
Ao realizar esse processo de dúvida sistemática, ele não poderia duvidar de que ele duvida, se ele duvida ele pensa, se ele pensa ele existe. Ou seja, para pensar é necessário primeiro existir. Assim, surge a base de sua filosofia, o alicerce seguro que ele tanto precisava, o trampolim inicial de onde Descartes partirá em busca da verdade. Com a preposição “penso, logo existo”, já é possível provar a realidade e de avançar rumo ao conhecimento último das coisas.
Sabendo que existe, Descarte deve agora partir em busca da prova de que a realidade à sua volta também existe.
Primeiro ele percebe que não é perfeito, e lhe ocorre que a ideia de perfeição não poderia ser fruto da imaginação, pois o menor (imperfeito) não cria o maior (perfeito). Assim, ele chega à conclusão de que esta ideia de perfeição foi implantada em sua mente por um ser perfeito anterior a ele (Deus). Ainda utilizando-se do mesmo raciocínio, Descartes prova a imortalidade da alma e a possibilidade de sua existência sem um corpo, neste momento o corpo humano transforma-se apenas em um recipiente – uma máquina – que transporta a alma por um breve espaço de tempo.
Quinta Parte.
Aqui ele escreve como funciona o coração e a diferença entre as almas de homens a animais.
Sexta Parte.
Aqui Descartes finaliza a obra contando o porquê de escrevê-la. Diz ser contrário aos livros, mas que a brevidade da vida o obriga a escrever para que outras pessoas continuem de onde ele parou.

Referências.
DESCARTES, René. Discurso do Método. Porto Alegre: L&PM, 2009.

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