Livro: O Planeta do Macos de Pierre
Boulle.
Resumindo.
Ícone
da cultura POP e próximo do lançamento do terceiro longa da nova geração[1], Planeta dos Macacos é sem
dúvida uma das maiores referências quando o assunto é ficção científica.
Escrito
pelo francês Pierra Boulle e publicado originalmente em 1962 o livro conta a
saga de Ulisse Merou e a tripulação de uma nave cósmica capaz de viajar acima
da velocidade da luz.
O
ano é 2500 e a nave parte da Terra tendo como tripulação apenas três
indivíduos. Seu criador o professor Antelle, o físico Arthur levarin e o
jornalista Ulisse (protagonista do livro). O destino é a região de alfa Órion
próximo ao sistema de planetas que circundam a estrela Betelgeuse.
O
problema é que este sistema fica a cerca de 300 anos luz do Planeta Terra.
Contudo, graças a nave cósmica do professor Antelle a viagem demorará apenas 2
anos (um para acelerar e outro para desacelerar). Levando em consideração a teoria
da relatividade de Albert Einstein esta viagem demorará apenas 4 anos (dois para
ir dois pra voltar) para quem está viajando na velocidade da luz, pois na terra
terão se passado 700 anos.
A
viagem transcorre bem e eles desembarcam no planeta Sóror que gira ao redor da
estrela Betelgeuse. O planeta se parece muito com a Terra – com exceção do
desenho dos continentes – e logo de cara fazem contato com um nativo que
pasmem; é um humano. Na verdade, uma humana que eles batizam de Nova.
Qual
não é a surpresa quando eles descobrem que todos os seres humanos que vivem
neste planeta agem como animais selvagens. Rosnam, andam nus, não falam, etc. E
que os únicos animais racionais deste planeta são os macacos! Gorilas,
chipanzés e orangotangos dominam este mundo como os homens dominam a Terra.
Ulisse
é capturado por gorilas e levado a cidade dos símios juntamente com Nova,
Levarin é morto durante esta caçada e o professor desaparece misteriosamente.
O
restante do livro se desenrola na tentativa de Ulisse mostrar aos macacos que
não é como os outros seres humanos, mas sim um ser racional vindo de outro
planeta. Neste meio tempo conhece Zira e seu noivo Cornélius, um casal de
chipanzés que o ajudam nessa empreitada.
A
história se desenvolve até o momento em que Ulisse, no meio de uma conferência
científica, faz um discurso extremamente racional provando a todos que possui
um intelecto – que o autor chama de alma – e não é só um imitador como um
papagaio ou um cão amestrado.
Ulisse
torna-se uma celebridade, é humano livre no Planeta dos Macacos, e descobre que
o professor vive como um animal em um zoológico da cidade. Ao tentar manter
contato com ele descobre que o professor, antes tão sábio, regrediu
intelectualmente até a condição de ser irracional.
Acompanhando
as pesquisas arqueológicas, biológicas e psicológicas do chipanzé Cornélius,
ocorrem então uma série de descobertas: 1º existia outra civilização
extremamente avançada antes da civilização símia há cerca de 10 mil anos, 2º
esta civilização era dominada pelos seres humano que agora agem como seres
irracionais, 3º os macacos antes utilizados como escravos se rebelaram, 4º os
seres humanos fugiram para as florestas, 5º aos poucos regrediram até a
condição mental de um animal abrindo espaço para o desenvolvimento intelectual
dos macacos e 6º a civilização símia é uma cópia da civilização humana
desaparecida.
Zira
conta a Ulisse que Nova está grávida dele e que eles correm perigo de vida,
pois após os macacos descobrirem a existência de uma antiga era humana, a
existência de um homem racional capaz de propagar seus genes colocaria em risco
toda a civilização símia.
Ulisse,
Nova e seu filho recém nascido Sírius trocam de lugar com a tripulação (humana)
de uma nave de testes e fogem do planeta rumo a nave cósmica que estava em
órbita. Tudo dá certo e eles partem rumo ao planeta Terra. Chegando exatamente
700 anos após ter partido, qual não é sua surpresa quando ao desembarcar em seu
planeta natal ele é recebido por um gorila. Percebendo assim, que ele não está
viajando de um planeta para outro, mas de uma era para outra através do tempo.
Análise.
Poucas
obras marcaram tanto o imaginário coletivo quanto a ficção cientifica de Pierre
Boulle, apesar da maioria nem saber que o livro existe, quem não se lembra da
famosa cena do final do filme de 1968 em que Charlton Heston no papel do
astronauta George Taylor (Ulisse Merou) se desespera ao ver a estátua da
liberdade e descobrir que este planeta de macacos é na verdade a Terra?
Pois
bem, as derivações do livro são mais conhecidas do que ele próprio. Com filmes,
seriados, desenhos animados, paródias (incluindo uma dos trapalhões), etc. este
futuro distópico ainda hoje chama a nossa atenção para questões extremamente
relevantes.
O
contexto da Guerra Fria foi fundamental para o surgimento desta obra-prima, a iminente
destruição do planeta por uma guerra nuclear entre as duas superpotências da
época (EUA e URSS), foram matéria-prima de primeira qualidade para uma geração
de livros pós-apocalípticos na segunda metade do século XX. Temas como
totalitarismo, relação com as minorias e destruição da humanidade são
perceptíveis no transcorrer de toda obra.
Mesclando
Guerra Fria, Darwinismo e a teoria da relatividade o livro levanta uma
pergunta: caso os seres humanos desaparecessem da face da terra, em termos
biológicos e evolutivos, qual espécie estaria apta a herdar o domínio do
planeta? A teoria da relatividade entre como complemento para explicar as
viagens no tempo.
Em
termos gerais o livro apresenta leitura agradável e fluida, em alguns momentos
você sentirá ódio do protagonista por agir como um imbecil, contudo o livro é
de primeira grandeza e fundamental para aficionados por ficção científica.
Curiosidades – O filme possui várias
diferenças da obra original:
·
O herói não é um jornalista francês
chamado Ulysse Mérou, mas um astronauta americano chamado George Taylor.
·
Os humanos usam roupas feitas de peles de
animais, enquanto no livro estão nus.
·
A tecnologia da sociedade símia é bastante
primitiva no filme. No livro, os macacos tinham equipamentos como carros,
helicópteros, televisões, etc. A decisão de fazer o filme assim foi tomada pela
produção para poupar gastos.
·
No filme, os macacos falam inglês,
enquanto no livro falam uma língua completamente diferente. Ulysse tem que
aprendê-la até poder se comunicar com os macacos, enquanto no filme, Taylor
sofre um ferimento na garganta e não pode falar até se curar.
Referências.
https://www.cineclick.com.br/noticias/planeta-dos-macacos-entenda-a-cronologia-da-franquia-distopica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Planet_of_the_Apes_(1968)
BOULLE,
Pierre. O Planeta dos Macacos. – Rio
de Janeiro : PocketOuro, 2008.
[1]
Planeta dos Macacos: a Guerra (2017).