Texto voltado a novos estudantes do curso de Relações Internacionais, introduzindo-o na carreira e nas possibilidades desta maravilhoso curso. |
Cristina
Soreanu Pecequilo.
Cristina S. Pecequilo é doutorada em Ciências Políticas pela Universidade
de São Paulo (USP), onde defendeu em 2000, a tese: A Política Externa dos
Estados Unidos: Continuidade ou Mudança? Atualmente trabalha como professora de
Relações Internacionais na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus
de Osasco, além de atuar como Pesquisadora Associada do NERINT/UFRGS e do Grupo
de Pesquisa Relações Internacionais do Brasil Contemporâneo da UNB. Colabora
com diversas publicações on line e realiza diversas atividades de ensino,
pesquisa e consultoria também na área de Relações Internacionais...
Introdução às Relações Internacionais; temas, atores e
visões.
Cristina S. Pecequilo neste primeiro capítulo, intitulado As Relações Internacionais: o campo de
estudos e de atuação profissional tem como objetivo claro, o de apresentar,
em linhas gerais, a profissão Relações Internacionais a um público novo e ainda
não familiarizado, seja, com a formação, com o campo de atuação e até mesmo com
o que é, para que serve e o que faz um profissional desta área. Para tal fim, a
autora estrutura este primeiro capítulo de forma bem didática e dinâmica, a fim
de ajudar o ingressante a conhecer melhor a carreira que escolheu.
Surgimento da disciplina Relações Internacionais.
Até meados do século XX, o ato de pensar o internacional era uma tarefa
atribuída às diversas Ciências Sociais. A elas cabiam o ato de analisar a
sociedade nacional, o Estado e as suas relações com o estrangeiro. Entretanto,
após as duas Guerras Mundiais percebeu-se a necessidade de uma disciplina
específica para se entender o nacional e sua relação com o internacional, uma
vez que ficou claro a todos, que os fatores internacionais são sim importantes,
interferem e geram impacto dentro de um país, por mais fechado que ele seja.
O intercambio entre povos diferentes, seja na esfera econômica, politica
ou cultural sempre ocorreram através dos tempos e dependendo dos ânimos sempre
oscilaram em torno de um eixo de cooperação ou de conflito. O fato novo aqui é
a velocidade que estas relações alcançaram após o advento das Revoluções
Industriais. O crescente contato entre os povos, decorrente disso, chamaram a
atenção para a necessidade de uma disciplina especifica para se analisar o
internacional.
Esta ideia de institucionalizar as
relações entre os Estados, seja em qual âmbito for, é relativamente nova e
possibilitou compreender, prever e administrar ativamente a forma como essa
influência chega a um determinado país. O exponencial crescimento dessas
relações, e a sua maior complexidade levaram inevitavelmente ao surgimento de
uma disciplina específica para se pensar o internacional. Como cita a própria
autora do texto “Pode-se dizer que foi o
crescimento e expansão de seu objeto de estudo, o internacional, que gerou a
própria necessidade da disciplina Relações Internacional”.
O
objeto, a disciplina e os atores das Relações Internacionais.
Antes
de iniciarmos devemos ter em mente a seguinte informação: o que é um objeto de
estudos? Basicamente é o alvo da pesquisa, aquele ou aquilo que será estudado.
Que no nosso caso é o internacional em suas mais variadas vertentes, ou seja, o
estudo dos atores, acontecimentos e fenômenos que existem e interagem no
sistema internacional. Fundamentalmente: a guerra, a paz, a diplomacia, as
interações econômicas e culturais etc.
O
que, ou quem são os atores internacionais? São os participantes de um processo
ou um fenômeno, os teóricos concebem o sistema internacional como um cenário
(fazendo analogia ao teatro), enquanto os participantes deste são atores. A
determinação de qual ator participa do processo varia segundo a abordagem
teórica, entretanto há dois tipos de atores: os estatais e os não-estatais.
As
Relações Internacionais são definidas como uma disciplina multidisciplinar do
campo das Ciências Sociais. Ou seja, uma disciplina formada, constituída e
orientada por outras disciplinas, que são basicamente ciências politicas,
economia, história e direito. Sendo o profissional desta área formado para
compreender a sociedade a partir dos mais diversos pontos de vista.
Essa
falta de uma “identidade” própria leva a fatores positivos e negativos: a
principal crítica feitas as Relações Internacionais é a sua fragmentação, algo
que não deixa de ser interessante, uma vez que ela se propõe a mostrar como as
fronteiras não são suficientes para barrar a influência externa, ela mesma não
tem fronteiras definidas com outras disciplinas e por estas é diretamente
influenciada.
O
ponto positivo desta fragmentação parte da ideia do prisma, que possibilita ao
profissional desta área analisar um determinado acontecimento dos mais variados
ângulos e pontos de vista.
A formação, o mercado de trabalho, o
profissional e as possíveis áreas de atuação.
O curso de Relações Internacionais é algo
ainda muito recente no Brasil e em toda América Latina, algo que cerca a
carreira de dúvidas. O que não é pra menos, desde seu recente surgimento,
baseado em esforços isolados da UNB, até o seu “boom” em meados dos anos 80 e
inicio dos 90, o curso sempre esteve à margem do tradicional Itamaraty.
Porém,
com o advento da globalização, países emergentes, como o Brasil, viram se
pressionados pelo setor externo em plena expansão. Percebeu-se então a
necessidade de um profissional capaz de atuar justamente nesta área, o
profissional de relações internacionais.
O
profissional desta área até o momento não tem uma definição explicita, um nome
para sua profissão. Existem várias definições como internacionalista, bacharel
em relações internacionais, analista em relações internacionais. E assim como o
termo utilizado para se referir ao profissional desta área, o seu campo de
trabalho e o que faz também é algo difícil de se definir.
Basicamente,
um profissional que decide seguir esta carreira deve ser capaz de compreender o
mundo em que está inserido para assim interagir adequadamente conforme a
ideologia de onde desempenha suas funções. Podendo então seguir na carreira
diplomática nacional, estadual ou municipal, setor educacional, ONG´s, OI´s,
etc. Ou seja, as possíveis áreas de atuação são variadas. E no atual contexto
internacional, o que não irá faltar são setores para este profissional tão
singular.
Fontes.
Sites:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4791358E6
acesso em 24.abril 2012.
http://www.slideshare.net/rafaelavilabh/conceitos-bsicos-em-relaes-internacionais
acesso em 25 de abril 2012
Bibliografia: