domingo, 10 de fevereiro de 2019

Resumo: A Conquista do México de Hernán Cortez



A Conquista do México.
Hernan Cortez (1485-1547) o destruidor de uma civilização.
Nasceu em Medellín (Badajoz) e Morreu em Castilleja de La Cuesta (Sevilha). Fracassado nos estudos e com um espírito aventureiro e militar, Cortez alistou-se com 19 anos (1504) na nau de Alonso Quinteiro que partia rumo as Índias Ocidentais.
Esteve presente em inúmeros eventos que marcaram a sangrenta colonização da América pelos espanhóis com por exemplo a conquista de Cuba por Diego Velásquez (1511).
Após a expedição à Yucatán feita por Juan Grijalva, Hernán foi enviado à região em 10 de fevereiro de 1519.
O presente resumo analisa as cinco cartas enviadas ao rei da Espanha que compõe o livro, e que relatam esta expedição de conquista do México.
A primeira carta foi escrita pelo regimento de Vila Rica e as outras quatro pelo próprio Cortez. Estas cartas-diário relatam o caminho percorrido por Cortez desde seu desembarque em Yucatán até a queda de Tenochtitlán.
A crônica do fim do império Asteca .
Entre os conquistadores espanhóis, nenhum nome é mais consagrado, temido e odiado do que o de Hernan Cortez, o capitão que subjugou e aniquilou a maior e mais poderosa civilização do Novo Mundo - o império asteca.
Acompanhado por apenas quatrocentos homens, dezesseis cavalos, 32 escopetas e quatro canhões (mas contando com a ajuda de milhares de indígenas), Cortez derrotou um exército de cerca de quinhentos mil homens e arrasou a cidade que talvez fosse a maior do mundo de sua época; a fabulosa Tenochtitlan, com seus modernos canais navegáveis, jardins botânicos, zoológicos, aquedutos e mercados.
O ouro roubado dos astecas revolucionaria toda a economia europeia, proporcionando a acumulação inicial de capital para a explosão capitalista que se seguiria. Historiadores calculam que, entre guerras e epidemias, morreram, em menos de trinta anos, vinte milhões de indígenas. 'A conquista do México' consiste em cinco cartas que Cortez enviou ao imperador Carlos V, da Alemanha e da Espanha, narrando - com todos os detalhes e apavorante realismo - tudo o que se passou desde sua partida de Havana, em 10 de fevereiro de 1519, até a conquista definitiva da nação asteca, dois anos mais tarde. Trata-se de uma obra definitiva para a compreensão de um dos momentos-chave na História - o violento choque entre duas culturas, a aniquilação de uma delas e o surgimento do rosto mestiço que o México e o continente então assumiriam.
Primeira Carta.
A primeira carta escrita por Cortez entre junho e julho de 1519 ao rei Carlos V da Espanha foi perdida e jamais encontrada. Sendo, portanto, substituída pelo relato enviado ao imperador pela justiça de Vila Rica de Vera Cruz em 10 de julho de 1519.
Esta primeira carta tem como objetivo primeiro atacar o principal inimigo de Cortez, Diego Velázquez de Cuéllar então governador de Cuba. É possível notar em todo corpo da carta a intenção de desmerecer as primeiras investidas feitas por Velázquez a parte continental da América.
Cortez então narra a sua investida sobre a península de Yucatán, está sim, segundo ele, produtiva. Aqui há a narrativa de seu primeiro contato e sua primeira batalha contra os nativos.
O interessante – e será algo que se estenderá por todas as cartas – é que a todo momento Cortez alega não desejar o confronto, mas apenas que os nativos aceitem seu Deus e os reis da Espanha como senhores. A recusa indígena, em muitos casos, é motivo para o massacre.
Ao final da carta, Cortez pede encarecidamente que os reis da Espanha não transformem Velázquez em governador destas novas terras, pelo fato dele ser mal com os indígenas e com os espanhóis.

Segunda Carta.
Esta sim escrita pelo próprio Cortez narra a descoberta, por meio de relatos dos próprios indígenas, da existência de um rei (Montezuma) e de uma grandiosa cidade situada no meio de um lago (Tenochtitlan).
Esta carta também deixa claro como Cortez foi se aproveitando das disputas e rinchas entre os povos nativos para organizar um grande exército indígena. Em suas próprias palavras “usava a discórdia para subjuga-los ainda mais”.
Aqui, ele relata sua marcha pelo México rumo à Tenochtitlan e como no caminho deixou um rastro de sangue, matando todos os indígenas que se rebelassem contra ele, a coroa ou a fé católica.
Chegando em Tenochtitlan, após diversas batalhas violentas e imprevistos pelo caminho, Cortez se maravilha com a arquitetura da cidade, seus canais, sua população, suas pirâmides, seus costumes e ritos. Sendo prontamente recebido por Montezuma que em seu primeiro diálogo deixa claro a sua crença de que Cortez é o deus asteca Quetzalcoatl (serpente emplumada) que viria do Leste após seu exílio para instaurar uma era de ouro no México.
Cortez como forma de agradecimento pela calorosa recepção coloca Montezuma em cárcere privado, destrói as imagens de ídolos astecas de um templo alegando serem falsos colocando imagens de santos em seu lugar e inicia sua investigação atrás de ouro.
Nesse meio tempo recebe a informação de que Diego Velázquez havia enviado tropas para matá-lo. Segundo Cortez, o desembarque de Pánfilo de Narváez à mando do governador de Cuba, foi uma tentativa de tomar o controle de Tenochtitlan à revelia do rei espanhol.
Após longa negociação, Cortez lançou-se contra Narvaez prendendo-o. Contudo, qual não fora sua surpresa quando ao regressar a Tenochtitlan deu de cara com uma gigantesca revolta ao qual Montezuma, que estava preso, não tinha nenhum controle. Cortez, seus homens e o imperador Asteca ficaram encurralados em uma fortificação por dois dias, ao final deste tempo Montezuma se propos a fazer a mediação com os revoltosos, mas assim que pôs a cara no terraço foi atingido na cabeça por uma pedra que o levou a óbito.
Teve então um conflito que se estendeu por dias, sendo até esse momento a batalha mais difícil de Cortez. Apesar das enormes baixas astecas, Hernán achou mais prudente deixar a cidade. Os combates foram intensos e segundo a estimativa do próprio Cortez, ele perdeu cerca de 150 espanhóis, 45 cavalos e dois mil indígenas aliados. Este momento ficou conhecido como “La noche triste”.
A retirada foi dramática e os combates intensos. Cortez só conseguiu descanso quando chegou em território de inimigos dos Astecas. Ali ficou sabendo que após a morte de Montezuma, seu irmão, Cuetravacin tomou o poder e estava fortificando a cidade, preparando-a para defendê-la.
Um dado interessante é que foi neste período que Cortez batizou o México de Nova Espanha.

Terceira Carta.
A terceira carta tem como pontos principais o relato da reconquista de Tenochtitlan e as primeiras mortes em decorrência da varíola.
A preparação do ataque ocorreu na cidade de Tezcuco, onde há a chegada de reforços e de 13 bergantins (pequenas embarcações) que serão utilizados na reconquista da capital asteca.
A marcha até Tenochtitlan é marcada por confrontos sangrentos, entre espanhóis e aliados contra os de Tenochtitlan e aliados.
Para transportar os bergantins até a capital asteca foi construído um gigantesco canal até o lago Texcoco. Na véspera do ataque, Cortez revisou a tropa e dividiu-a em três que tinham como objetivo cercar a cidade enquanto Hernán avançava com seu bergantim.
O cerco, as batalhas, o avanço e o genocídio durou várias semanas. Neste cerco os espanhóis sofreriam outra grande derrota ao tentarem dominar o mercado da cidade.
Após 45 dias de cerco, Cortez chegou a conclusão de que o povo de Tenochtitlan iria lutar até a morte e que a única coisa a ser feita a ser feita era destruir tudo conforme se avançava. O que, segundo ele, lhe causou grande dor pois esta era a cidade mais bela do mundo.
A fome, as investidas, a sede e as doenças castigavam o povo asteca, e mesmo com a conquista de grande parte da cidade – inclusive a praça – eles não davam sinais de rendição.
Após inúmeras tentativas frustradas de um acordo de paz com Guatimucin (sucessor do irmão de Montezuma), Cortez ordena o ataque final ao último reduto asteca. Um dos capitães dos bergantins capturou o imperador e o entregou a Cortez. Com a prisão de Guatimucin tem fim os 75 dias de cerco em 13 de agosto de 1521.
Após a consolidação da vitória o próximo passo era encontrar um caminho para o mar do sul (oceano Pacífico).

Quarta Carta.
Após a conquista de Tenochtitlan é hora de pacificar o México e Cortez envia tropas para todos os cantos afim de encontrar ouro, conquistar terras, subjugar nativos e encontrar uma passagem para o Oceano Pacífico.
Nesta carta Hernán, muito astutamente, reclama de duas situações. Uma é o custo de suas expedições, dizendo estar afogado em dívidas e pedindo apoio financeiro do rei. A outra é a intromissão e a tentativa de tomada de controle do México por seus inimigos Diego Velázquez e Francisco de Garay.

Quinta Carta.
Cortez sai de Tenochtitlan e marcha até Yucatán afim de encontrar um grupo de espanhóis que segundo eles, estavam molestando os indígenas daquela região. O caminho até lá é duro e muito sofrido.
Cortez fica sabendo de um plano para mata-lo orquestrado por Guatimucin, que o acompanhava em sua expedição. Ele é condenado à morte.
Nesta carta, Hernán mais uma vez relata problemas financeiros e administrativos. Reiterando as reclamações da quarta carta. Ficando evidente em todas as cinco cartas como Cortez é astuto no trato com o rei, muitas vezes manipulando-o a seu favor.
Referências.
CORTEZ; Hernan. A Conquista do México. Porto Alegre; L&PM pocket, 2011. 232 páginas.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Fichamento: Deus um Delírio de Richard Dawkins



(P. 23) Prefácio.
(P. 29) Richard Dawkins deixa bem claro neste prefácio que o objetivo deste livro não é unicamente o de munir céticos com bons argumentos, mas sim de transformar os leitores religiosos que o abrirem em ateus quando o terminarem.

(P. 33) Cap. 01. Um descrente profundamente religioso.
Respeito merecido.
Aqui o autor mostra que a chamada “religião Einsteiana” merece um profundo respeito. Ele busca acabar com a ideia de que o físico alemão Albert Einstein era religioso (teísta), mostrando que na verdade este grande gênio da física era um panteísta.
A chamada religião einsteiana é caracterizada por usar a palavra “Deus” como sinônimo de forças cósmicas universais, em nada tendo relação com o “Deus” pessoal e sobrenatural das religiões.
Para ficar mais claro sua observação, Dawkins apresenta uma clara e simples definição sobre estes conceitos.
·        Teísta: aquele que acredita em um Deus pessoal que criou e que vigia sua criação, punindo e gratificando.
·        Deísta: aquele que acredita em um ser criador inteligente e superior, mas que não se ocupa em vigiar sua criação.
·        Panteísta: os panteístas não acreditam em um Deus sobrenatural, mas utilizam a palavra Deus como sinônimo de natureza, universo, ou a ordem que governa o seu funcionamento.
Einstein definitivamente não era teísta, e para não causar mais confusão o autor só usará a palavra Deus no sentido Teísta da palavra.
(P. 44) Respeito não merecido.
Dawkins ataca a ideia de que devemos ter um profundo respeito pela religião alheia. Vivemos em uma sociedade onde diversos preconceitos se escondem por trás da liberdade religiosa. Muitas anomalias podem ser camufladas sob o argumento de que esta é minha religião. As religiões possuem muitas regalias e uma aura de não-contestação. E isso para o autor é algo inaceitável.
É espantoso e desproporcional os privilégios que as religiões possuem em nossa sociedade ditas laicas. Assim, este autor deixa claro que não irá se autocensurar ao escrever este livro.

(P. 55) Cap. 02. A Hipótese de que Deus não existe.
(P. 56) Dawkins não se aterá ao Deus cristão, grego ou nórdico para responder esta questão. Ele perguntará “existe uma inteligência sobre-humana e sobrenatural que projetou e criou deliberadamente o universo e tudo o que há nele, incluindo nós?
O livro tem a visão de que: “qualquer inteligência criativa, de complexidade suficiente para projetar qualquer coisa, só existe como produto final de um processo extenso de evolução gradativa”. Ou seja, Inteligências criativas, por terem evoluído, necessariamente, chegam mais tarde ao universo e, portanto, não podem ser responsáveis por projetá-lo. Assim sendo, Deus é um delírio.
(P. 57) Historiadores da religião veem uma progressão do animismo tribal primitivo, para o politeísmo e para o monoteísmo.
Politeísmo.
Há quem acredite que o monoteísmo é um andar acima do politeísmo. Não necessariamente, pois o catolicismo com sua trindade e panteão de santos e os evangélicos com sua hierarquia de anjos ainda carregam com si muito do politeísmo.
A natureza deste livro é condenar o sobrenatural em todas as suas formas, mas o autor se concentrará no Deus abraamico das três grandes religiões monoteístas da atualidade, pois é a forma de deis que o autor acredita que seus leitores estão mais familiarizados. Mas lembrando que o ataque será a todas as formas do Deus sobrenatural que já foram inventadas.
(P. 63) Monoteísmo.
Assim para efeito de entendimento o autor não fará distinção entre o Deus cristão, o judaico e o islâmico.
(P. 65) Secularismo, os pais fundadores e a religião dos EUA.
É comum assumir que os pais fundadores da República Americana eram deístas, ou até mesmo ateístas, mas não há dúvidas de que eles eram secularistas.
A direita americana tenta empurrar goela abaixo que o país foi criado como uma nação cristã. O que é totalmente desmentido pelo tratado de Trípoli elaborado em 1796 durante a presidência de George Washington. (P. 67) O fato é que os EUA surgiram como um país secular e hoje são o país mais religioso da cristandade.
(P. 73) Admitir o ateísmo seria um suicídio político instantâneo para qualquer presidenciável. Os pais fundadores ficariam horrorizados com aos teocratas de Washington do século XXI.
(P. 74) A Pobreza do agnosticismo.
O agnosticismo parte da ideia equivocada de que a existência ou inexistência de Deus é uma dúvida intocável e para sempre fora do alcance da ciência. O agnosticismo é uma decisão razoável quando não possuímos provas sobre determinado assunto. Carl Sagan era agnóstico em relação a existência de vida em outros planetas.
(P. 76) Dawkins divide os agnósticos em dois grupos: os temporários na prática (ATP) que esperam o surgimento de evidências e os Permanentes por Princípio (APP) que são os que acreditam que existem perguntas que ficarão sem resposta não importando a quantidade de evidências que tenhamos.
Todos acreditam que a questão de Deus está na APP, mas Dawkins defende que está na ATP, ou seja, é só uma questão de tempo para provar a inexistência de Deus.
(P. 78) É certo que comprovar ou contraprovar a existência de Deus beira a impossibilidade. Contudo, há o quesito da probabilidade.
(P. 84) O que interessa não é se a inexistência de Deus pode ser comprovada (pois não pode), mas se a sua existência é possível.
(P. 85) MNI
(P. 86) MNI termo cunhado por Stephen Jay Gould quer dizer “Magistérios Não Interferentes”. Ou seja, há questões que devem ser da ciência e outras da religião. Dawkins detona essa ideia afirmando que a religião não é mais qualificada que nenhum outro campo. Assim, mesmo que a ciência não seja capaz de responder a certas perguntas, não quer dizer que a religião o seja, muito pelo contrário.
(P. 89) A hipótese de que Deus existe sugere que a realidade em que vivemos contém um agente sobrenatural que projetou o universo, o mantém e até intervém nele com milagres (que são violações temporárias das leis da natureza). (P. 90) Esses dois universos propostos – com e sem um grandioso ser sobrenatural – são bem diferentes.
(P. 93) O Grande experimento da prece.
Um grande experimento foi organizado na Inglaterra com grupos de pacientes no pós-operatório. Especialistas queriam saber se pacientes que recebiam orações se recuperariam mais rápido. E adivinhem...nada!.
(P. 100) A Escola Neville Chamberlain de evolucionistas.
Um possível motivo oculto dos cientistas que insistem no MNI e sua abstenção frente a afirmação da existência de assuntos inerente a ciência e a religião, é a peculiar agenda religiosa americana marcada pelo vertiginoso crescimento do criacionismo populista e sua influência sobre a política e os políticos que é de onde sai a verba dos cientistas.
Dawkins chama esses cientistas temerosos de bater de frente com a religião de Escola Neville Chamberlain. Durante a Segunda Guerra, Chamberlain foi um primeiro ministro que pregava a conciliação e a concessão aos nazistas.
Devemos ter em mente que essa política de conciliação evolucionistas X criacionistas não encerra o debate.
(P. 104) Homenzinhos verdes.
Ainda temos que ser agnósticos em relação a vida em outros planetas, mas aos poucos a ciência pode ir corroendo esse agnosticismo sobre a vida extraterreste e também sobre Deus.

(P. 111) Cap. 03. Argumentos para a existência de Deus.
As “provas” de São Tomás de Aquino.
No século XIII, o filósofo católico elaborou cinco “provas” sobre a existência de Deus. Dawkins desmonta uma por uma.
(P. 115) O argumento ontológico e outros argumentos a priori.
Os argumentos para a existência de Deus encaixam-se em duas categorias principais: os a priori e os a posteriori.
Os cinco argumentos de Tomás de Aquino são a posteriori, baseando-se em inspeções do mundo. O mais famoso dos argumentos a priori – aqueles que se baseiam na pura racionalização teórica – é o argumento ontológico proposto por Santo Anselmo de Cantebury (1078). Argumento baseado em um paradoxal jogo de palavras com a ideia de perfeição. Como o paradoxo de Aquiles e a Tartaruga.
Mas Dawkins deixa claro que a prova da existência de Deus deve ir muito além de um simples jogo de palavras e desafios paradoxais, mas sim basear-se em evidências.
(P. 112) O argumento da beleza.
Muito usado e tem como base a seguinte máxima. “Se Deus não existe, como você explica Bethoven, Shakespeare, Miquelangelo, Rafael e todos estas grandiosas realizações humanas.
(P. 124) O autor não vê sentido neste argumento, apesar das pessoas o usarem com frequência. Sendo este argumento muito parecido com a inveja. Como é possível que outro ser humano possa criar algo tão maravilhoso, algo tão belo e eu não? Só pode ser Deus operando.
O argumento da experiência pessoal.
É o argumento mais emocionante para quem o experimenta e o menos confiável para quem tem o mínimo de discernimento. Nosso cérebro é um poço de equívocos e nos prega peças a todo momento, então este é o argumento menos convincente.
(P. 131) O argumento das escrituras
É impressionante o número de pessoas que ainda recorrem as sagradas escrituras como prova indubitável da existência de Deus. Em geral os livros possuem essa autoridade entre as pessoas comuns que veem o papel como “algo mágico” e por não acostumadas a fazer perguntas como “quem e como o escreveu”, “porquê?” e “eram os observadores e escritores imparciais?” acabam por aceitar o escrito como inquestionável.
(P. 132) O fato é que a Bíblia é cheia de contradições de ponta a ponta. (P. 133) As principais características da lenda de Jesus – estrela de Belém, virgindade da mãe, veneração do bebê por reis, os milagres, a execução, a ressuscitação e a ascensão aos céus – são todos empréstimos de outras religiões que já existiam no Mediterrâneo e no Oriente Próximo. Ainda hoje existem pessoas que aceitam a Bíblia em sua literalidade, não ligando para as enormes contradições existentes.
(P. 137) Embora Jesus provavelmente tenha existido, acadêmicos bíblicos respeitados, em geral não acreditam que o Antigo e o Novo Testamento sejam um registro confiável dos acontecimentos históricos daquela época. Percebendo que no caso de Jesus, os evangelistas estavam mais preocupados em adequar sua história as profecias, sejam elas pagãs ou judaicas, que existiam.
(P. 138) O argumento dos cientistas admirados e religiosos.
(P. 141) Há um esforço hercúleo por parte dos religiosos do século XXI em procurar cientistas renomados que sejam religiosos. Eles existem, mas são poucos e cada vez menos.
(P. 145) Existe uma conexão observável de que quanto maior a inteligência e/ou o nível de instrução de uma pessoa, menor a probabilidade dessa pessoa ser religiosa ou possuir qualquer tipo de crença.
(P. 146) A aposta de Pascal.
A aposta do filósofo Blaise Pascal é a seguinte, em questão custo/benefício é melhor acreditar em Deus, pois se você estiver certo ganha a vida eterna e se você estiver errado não perde nada.
O problema é: para o ateu é impossível acreditar. Posso fingir acreditar, ir à igreja e jurar sobre uma pilha de Bíblias, mas se forçar a acreditar é impossível. Imagine que alguém chegue em você neste exato momento e lhe diga: acredite em Papai Noel! Você conseguiria?
Além do mais, é melhor que o Deus que você finge acreditar não seja onisciente, ou sua farsa logo será descoberta.
(P. 148) Argumento Bayesianos.
Stephen Unwin publicou um livro no ano de 2003, onde ele “prova” a existência de Deus usando matemática e Teoria Bayesiana – muito usada pela levantamentos estatísticos e de probabilidade.
Baseando-se em se juízo de valor, o autor atribui números e vai fazendo contas e mais contas até chegar a porcentagem de 63% de probabilidade da existência de Deus – o que já é uma bobagem – mas, não contente ele adiciona mais 32% de fé, chegando há 97%.

(P. 154) Cap.04: Por que quase com certeza Deus não existe.
O Boeing 747 definitivo.
O argumento da improbabilidade é o grande argumento. E é encima desse argumento que se fundamenta a “teoria” do design inteligente. (P. 155) Segundo os criacionistas, a probabilidade da vida ter surgido na Terra de maneira autônoma é a mesma de um furação, ao passar por cima de um ferro velho, construir um Boeing 747. Em geral esse argumento serve para desmoralizar a teoria da seleção natural, mas na verdade mostra uma profunda ignorância sobre ela. (P. 156) A única coisa improvável aqui é a existência de Deus. Deus é o Boeing 747 definitivo.
(P. 157) A seleção natural como conscientizadora.
(P. 158) A seleção natural não só explica a vida toda; ela também nos conscientiza para o poder que a ciência tem para explicar como a complexidade organizada pode surgir de princípios sem nenhuma orientação deliberada. Entender a evolução é conscientizar-se.
(P. 162) Complexidade irredutível.
Dawkins usa esse subtítulo para falar sobre a teoria de Charles Darwin. Segundo a teoria da seleção natural, todos os seres existentes surgiram do acúmulo progressivo e lento de mutações benéficas que lhes deram vantagem na luta pela sobrevivência.
Complexidade irredutível é a ideia da existência de algum ser ou órgão que não pode ser explicado através do acúmulo de pequenas mutações através do tempo. Infelizmente para os criacionistas até hoje não foi encontrado nenhum ser que escape a esta regra.
(P. 170) Adoração das lacunas.
Procurar exemplos específicos de complexidade irredutível é um procedimento fundamentalmente anticientífico: um caso de argumentação a partir da ignorância atual.
(P. 171) É o mesmo caso da estratégia do “Deus das Lacunas”. Os criacionistas procuram brechas o conhecimento ou compreensões atuais e os preenchem com Deus. O problema é que conforme estas brechas diminuem e a ciência avança, em breve não haverá lacunas para Deus se esconder.
(P. 183) O princípio antrópico: versão planetária.
São tantos os requisitos, as coincidências e as necessidades para a existência e o surgimento da vida na Terra que ela é praticamente improvável. Esse argumento seria a base para o princípio antrópico.
O princípio antrópico surgiu em 1947, criado por Brandon Carter. O argumento em geral é usado em escala cósmica, mas Dawkins irá utilizá-lo em escala menor, planetária. Existimos aqui, portanto a Terra é o tipo de planeta que é capaz de nos gerar e sustentar, não importando o quão incomum seja esse tipo de planeta. (P. 184) Assim, para procurarmos vida no espaço devemos utilizar o nosso planeta como molde: possuir água, órbita elíptica mais arredondada, um grande planeta como júpiter para servir de “para-raios” de asteroides, etc.
Muitos religiosos veem estas características como uma prova de que Deus existe. O que Dawkins vê totalmente como o contrário disso. (P. 186) Embora o surgimento da vida, seja algo que beire o impossível, podemos provar que ela ocorreu, pois estamos aqui.
Se a chance de surgir vida no universo fosse de uma em um bilhão, e sabendo que existem cerca de um bilhão de bilhões de planetas no universo, ainda assim a vida poderia surgir em um bilhão de planetas pelo universo.
(P. 191) Vivemos em um planeta amistoso ao nosso tipo de vida por duas razões: a evolução que nos fez florescer nas condições propiciadas pelo planeta através da seleção natural e a antrópica que nos mostra que mesmo que o surgimento da vida seja algo improvável, ela ocorreu, pois nós existimos.
O princípio antrópico: versão cosmológica.
Vivemos em um universo amistoso para a vida. Se as leis do universo fossem ligeiramente diferentes é muito provável que a vida não tivesse surgido. A vida é feita de elementos químicos forjados nas estrelas e tudo se conectou perfeitamente bem no universo para que a vida pudesse surgir.

(P. 215) Cap. 05: As Raízes da Religião.
O imperativo Darwinista.
Sabendo que somos frutos da evolução darwinista e da seleção natura, devemos nos perguntar: qual tipo de pressão natural favoreceu o surgimento da religião? Pois, uma vez que a natureza é implacável na exclusão de banalidades, como a religião pode ter tido espaço na evolução?
(P. 218) Primeiro devemos entender que com o conceito de “benefício” darwinista normalmente queremos dizer alguma vantagem para a sobrevivência dos genes do indivíduo. E o fato de a religião ser algo onipresente em todos os grupos humanos pode significar que ela funcionou em beneficamente para a sobrevivência da espécie de alguma maneira.
(P. 220) Vantagens diretas da religião.
(P. 221) Observando o efeito placebo o autor levanta a seguinte questão: não seria a religião uma espécie de placebo que prolonga a vida e alivia o stress? Segundo o próprio autor não! Uma vez que a própria religião é algo extremamente estressante e carregada de sentimento de culpa.
(P. 224) Seleção de grupo.
A seleção de grupo é aplicação da ideia de Darwin à grupos sociais. Grupos mais religiosos, poderiam ser mais unidos, lutar com mais bravura, não temer a morte e eliminar grupos menos religiosos.
(P. 255) Dawkins desconsidera esta ideia, pois apesar de admitir que este tipo de coisa pode ocorrer, ele se pergunta se ela representaria uma força significativa na evolução humana? E a resposta é não!
(P. 227) Religião como subproduto de outra coisa.
(P. 230) A religião não é um fim, mas o subproduto de outra coisa. A hipótese de Dawkins leva em consideração as crianças. As crianças aprendem pela observação e exemplo dados pelos adultos. E estes aprendem enquanto isso, a não questionar os adultos.
(P. 233) Existindo uma grande relação entre o cérebro infantil e a religião. A seleção natural constrói cérebros para que as crianças obedeçam aos adultos – isso é muito importante para a sobrevivência no estado de natureza – o lado ruim é que se desenvolve uma credulidade escravizante aos argumentos de autoridade.
(P. 236) Somente assim as bizarrices da religião são capazes de se propagar. Um homem adulto se surpreende com a religião dos outros por não ter sido criado dentro dela.
(P. 237) Preparados psicologicamente para a religião.
O cérebro humano, especialmente o das crianças, é dualista por natureza. Um dualista reconhece a distinção fundamental entre matéria e mente. Um monista vê a mente como uma manifestação da matéria e que ela (a mente) não pode existir sem um corpo. Um dualista acredita que a mente é um espírito fluído que habita o corpo e que pode existir sem ele em outro lugar. E por incrível que parece o dualismo é uma condição inata.
(P. 239) Também há uma disposição inata ao criacionismo. A seleção natural não faz sentido intuitivamente para uma criança.
O dualismo e a teologia inatos nos predispõem, sob as condições certas à religião.
(P. 252) Pisa devagar, pois pisas no meus memes.
Em biologia, o gene se propaga de uma geração para outra. Os memes são os equivalentes culturais dos genes. São pequenos conhecimentos e ideias que se replicam e são transmitidas de uma geração para outra. Seria, portanto, a religião um meme?
(P. 256) Um exemplo dessas transmissões meméticas: durante seu tempo de escola o pai de Dawkins viveu a febre dos origamis que se espalhou por toda a escola e logo se esvaneceu. Vinte e seis anos depois o pai ensinou Dawkins as técnicas do origami e este reintroduziu a modinha na escola, que se espalhou rapidamente para logo em seguida se esvanecer novamente.
(P. 265) Devemos entender a predisposição genética da crença como um hardware genético, enquanto os memes das religiões seriam os softwares a serem instalados pela replicação.

(P. 274) Cap. 06: Ás raízes da moralidade: por que somos bons?
Muitas pessoas religiosas acham difícil imaginar como, sem a religião, é possível ser bom ou até mesmo querer ser bom. Contudo, o autor inicia este capítulo com trechos de algumas cartas enviadas a ele por religiosos não tão bons assim.
(P. 279) Nosso senso moral tem origem Darwinista?
Diversos livros abordam este tema, e Dawkins acredita que sim, nosso senso moral é darwiniano. Mas como isso é possível?
A seleção natural explica facilmente a fome, o desejo sexual, o medo, entre outros, mas fica difícil imaginar como ela criou a bondade, a moralidade, o altruísmo, a empatia, a piedade, etc.
(P. 280) E diferente do que se pode imaginar, a bondade não é incompatível com a teoria do gene egoísta trabalhada pelo próprio autor. Segundo essa teoria, todos nós lutamos uns contra os outros para que possamos transmitir nossa herança genética adiante. Mas devemos entender que seguindo a lógica darwinista, muitas vezes é necessário que o grupo sobreviva para ele seja transmitido.
(P. 286) São quatro os motivos darwinianos para o comportamento altruísta, generoso e moral: 1° parentesco genético. 2° o pagamento de favores recebidos. 3° o benefício de adquirir uma reputação de generosidade e bondade no grupo. 4° fazer propaganda entre os indivíduos de um mesmo grupo. Levando em consideração que a organização dos primeiros grupos humanos favoreceram o surgimento desses quatro tipos de altruísmos.
(P. 290) Um estudo de caso das raízes da moralidade.
Diversos pesquisadores, pensadores e filósofos (incluindo Kant) trabalharam a questão da moralidade. Pesquisas apontam que em geral os valores morais são os mesmos em todos os grupos humanos – sejam eles cristãos ou tribos isoladas da américa central. Ou seja, a moralidade é própria da natureza humana, não sendo necessário possuir religião para tê-las. Ateus e cristãos são moralmente iguais na elaboração de seus juízos morais.
(P. 295) Se Deus não existe, por que ser bom?
A pessoa que faz este tipo de pergunta deixa claro que pratica o bem por medo da punição eterna. Então das duas uma, ou esta pessoa ao se imaginar em um mundo ausente da figura observadora e punitiva de Deus coloca-se como alguém que mataria e roubaria sem remorso ou ela continuaria moral e respeitando a vida em sociedade. Se a pessoa se encaixa na primeira afirmativa ela é uma má pessoa, se não, ela encerra a necessidade da existência de Deus para que o ser humano seja moral.

(P. 305) Cap. 07: O livro do “Bem” e o Zeitgeist moral mutante.
Existem duas maneiras pelas quais as Escrituras podem servir de fonte para princípios morais ou normas para a vida. Uma é por instrução direta – os 10 mandamentos -, a outra é pelo exemplo – Deus ou algum personagem bíblico age de maneira a servir de exemplo. Os dois caminhos incentivam um sistema de princípios morais que qualquer pessoa moderna acharia repulsivo.
(P. 306) Grande parte da Bíblia não é cruel, mas estranha, como não poderia deixar de ser. Ela é uma antologia caótica de documentos desconjuntados, escritos, revisados, traduzidos, distorcidos e omitidos por centenas de autores, editores e copiadores anônimos durante mais de 900 anos. E infelizmente é este livro bizarro que fanáticos religiosos consideram fonte infalível de princípios morais.
O Antigo Testamento.
Dawkins começa então a analisar algumas esquisitices do Antigo Testamento como a Arca de Noé, Ló e os sodomitas, Abraão, etc. Muitos teólogos podem dizer que não devemos interpretar estas histórias literalmente, mas existem dois problemas: 1° muitas pessoas ainda acreditam na literalidade destas histórias. 2° estas histórias seriam alegorias de quê? Já que elas são em grande medida cruéis, esquisitas e apavorantes.
(P. 313) Lembrando que não existem critérios sobre qual parte é literal e qual parte é simbólica, ficando a cargo dos religiosos utilizarem a Bíblia como bem entender.
(P. 322) Enfim, o que Dawkins quer neste capítulo é mostrar que hoje não retiramos mais nossos princípios morais das sagradas escrituras. Quem hoje poderia apoiar apedrejamentos, estupros, massacres, destruição de patrimônios arqueológicos, entre outros.
O Novo Testamento é melhor?
Jesus – se existiu – foi um enorme avanço moral se compararmos com Javé do Antigo Testamento. Seu sermão da montanha é bastante progressista e mostra um total rompimento com o Antigo Testamento.
(P. 323) Apesar disso, o Novo Testamento possuí em suas doutrinas centrais ideias difíceis de apoiarmos hoje em dia que são a “expiação” e o “pecado original”.
(P. 324) O pecado original parte da ideia que devemos levar uma vida de sacrifícios porque Eva e Adão comeram o fruto proibidos. Assim sendo, todos os descendentes desta linhagem nascem pecadores.
(P. 352) A expiação parte do princípio de que Deus encarnou-se como homem (Jesus) que também é seu filho, para que pudesse ser torturado e executado para pagar o pecado hereditário de Adão e Eva. Desde que Paulo apresentou essa doutrina, Jesus vem sendo adorado como o redentor dos pecados da humanidade. (P. 327) Lembrando que Paulo estava impregnado do velho princípio teológico judaico de que sem sangue não há expiação.
(P. 328) Amor ao próximo.
Lembrando que Jesus era judeu. Quando ele diz “ame ao próximo” ele diz “ame seu camarada judeu”. Nas tábuas dos Dez Mandamentos está escrito “não matarás”, mas o certo é “não matarás judeus”, pois é claro que se matasse um pagão o judeu não seria punido. (P. 332) Jesus pregava apenas ao Judeus, foi ideia de Paulo levar sua palavra a outros povos. Já que o grande trunfo das religiões em geral é incentivar a xenofobia e o ódio à outros povos.
(P. 338) O Zeitgeist Moral.
Este capítulo começou mostrando que nós (mesmo os religiosos) não baseamos nossa moralidade em livros sagrados. Como então decidimos o que é certo e o que é errado?
Bem, existe um consenso sobre o que consideramos certo ou errado. Esse consenso está espalhado por todos os seres humanos – mesmo que alguns digam que ele vem de seus livros sagrados. De certa forma todos nós sabemos o que é certo e o que é errado.
(P. 342) Em qualquer sociedade existe um consenso meio misterioso que muda ao longo das décadas. Esse consenso é chamado de Zeitgeist (espírito de uma época). E o Zeitgeist é extremamente volátil e muda de uma época para outra. Podemos entender o Zeitgeist como a mentalidade de uma época.
(P. 348) O Zeitgeist dissemina-se por uma época de cabeça em cabeça de maneira memética (discursos, blá-blá-blá, conversas de bar, fofocas, etc). Alguns ficam para trás na onda Zeitgeist e outros a frente dela, mas todos estamos em movimento. Uma pessoa conservadora hoje é infinitamente mais liberal que um progressista do século XIX. (P. 349) É certo que esse avanço não é uma linha contínua, mas um vai e vem de retrocessos e avanços locais e temporários.
(P. 350) E Hitler e Stalin? Eles não eram ateus?
As pessoas quando usam argumentos deste tipo querem dizer: “estes homens cometeram maldade por causa do ateísmo”. O que não é verdade.
O caso aqui não é se eles eram ateus ou não, mas se o ateísmo leva a este tipo de atuação, o que é uma mentira.
(P. 358) Stalin era ateu e Hitler cristão. Ateus podem fazer maldade, mas não em nome do ateísmo, nunca ocorreu uma guerra em nome da ausência de fé.

(P. 360) Cap. 08: O que a religião tem de mau? Por que ser tão hostil?
Muitos religiosos se perguntam: o que há de mal em ser religioso? O que há de mal com a religião? Por que tantos ataques às religiões? Vocês são tão fanáticos quanto as religiões que criticam.
(P. 362) Fundamentalismo e a subversão da ciência.
Os fundamentalistas acreditam que estão certos porque leram a “verdade” num livro que eles consideram sagrado. O livro é a verdade e, se as provas parecem contradizê-lo, são as provas que devem ser rejeitadas e não o livro.
Os cientistas pelo contrário não acreditam na ciência porque leram em um livro sagrado, acreditam porque eles apresentam evidências e caso se descubra que as evidências desmentem o livro, eles abandonam o livro e não a evidência.
(P. 367) O lado negro do absolutismo.
No capítulo anterior Dawkins tentou explicar o Zeitgeist invocando como consenso o fato de que as pessoas são liberais, esclarecidas e decentes. Contudo, o absolutismo ainda vive e domina grande número de pessoas no mundo atual (principalmente no oriente médio e na incipiente teocracia americana).
(P. 368) Esse absolutismo quase sempre resulta em uma forte fé religiosa, e constituiu um grande motivo para sugerir que a religião seja uma força para o mal no mundo.
(P. 370) Fé e homossexualidade
(P. 373) As atitudes em relação aos homossexuais revelam muita coisa sobre o tipo de moralidade que a fé religiosa inspira. E Dawkins da exemplos de perseguições de religiosos aos homossexuais.
(P. 374) A fé e a santidade da vida humana.
O absolutismo religioso e marcadamente contra o aborto e a eutanásia. Contudo, são grandes entusiastas em tirar uma vida adulta.
(P. 382) A Grande falácia Beethovem.
Alguns grupos anti-aborto não estão preocupados em saber se o embrião humano é capaz de sofrer ou não – eles não possuem sistema nervoso – mas na questão de seu potencial. O aborto priva-o da oportunidade de uma vida humana plena no futuro. Esse argumento se apoia na falácia de Beethovem, uma história sobre a possível tentativa de aborto do músico pela mãe.
(P. 387) Como a “moderação” na fé alimenta o fanatismo.
(P. 388) Dawkins possuí a tese de que até mesmo a religião mais amena e moderada ajuda a proporcionar um clima de fé no qual o fanatismo floresce naturalmente.
(P. 392) As pessoas que praticam atentados, matam ou cometem atrocidades em nome da religião, por incrível que parece, realmente acreditam estar fazendo uma coisa boa. A culpa não é do extremismo, mas da própria religião. Os ensinamentos da religião, dita moderada, são um convite ao extremismo. O extremismo não é uma grande perversão da religião, é a religião em si.
(P. 394) Pois, o extremismo só ocorre porque se colocou na cabeça das crianças que a fé sem questionamento é uma virtude.

(P. 396) Cap. 09. Infância, abuso e fuga da religião.
(P. 402) Abuso físico e mental.
(P. 405) Claro que Dawkins vê o abuso físico e sexual com extrema preocupação, mas acredita que a maior violência existente sobre a criança é o abuso psicológico.
Crianças tomadas e criadas dentro de religiões que pregam a fé absoluta aprendem a não questionar, recebem a inserção do medo do pecado e do inferno, o que pode ser devastador na vida adulta.
(P. 415) Em defesa das crianças.
 As crianças simplesmente são forçadas a seguir a religião dos pais, elas nunca podem escolher as doutrinas que seguirão. Em diversas religiões existem manifestações religiosas e culturais que atacam diretamente a figura infantil machucando-os, maltratando-os e doutrinando-os. E que infelizmente neste mundo de ideologia pós-moderna alguns veem esses abusos como parte de uma cultura que deve ser preservada. Para Dawkins isso é uma completa bobagem.

(P. 438) Cap. 10: Uma lacuna muito necessária.
(P. 439) Com frequência se diz que a religião serve para preencher uma lacuna em nosso cérebro. Temos a necessidade psicológica de acreditar em Deus.
Mas esta lacuna não poderia ser preenchida com algo real como a ciência, a arte, a amizade, o humanismo, sem ter que dar crédito a seres sobrenaturais?
Em vários momentos a religião foi considerada o elemento que supre quatro papéis principais na vida humana: explicação, exortação, consolo e inspiração.
O papel de explicação já foi substituído pela ciência (Cap 04). A exortação (parâmetro moral) já vimos nos capítulos 6 e 7. Agora veremos os dois últimos.
(P. 445) Consolo
Sempre que falamos da inexistência de Deus surge a seguinte questão: o que colocaremos no lugar para reconfortar os parentes em estado terminal, aos amigos enlutados e as pessoas que precisam de conforto?
Bom, devemos ter em mente que o poder de consolo da religião não o torna verdadeiro.
(P. 457) Inspiração.
Como foi dito antes, temos muita sorte em existirmos. A maioria das pessoas que poderia existir jamais nascerão. A vida é breve e única e é isso que a faz ser tão especial. Isso já serve como inspiração.
(P. 458) A mãe de todas as burcas.
Dawkins termina o livro com a analogia da burca. A burca é uma vestimenta feminina islâmica que cobre todo o corpo da mulher, deixando apenas um pequeno espaço por onde ela enxerga e vê o mundo. Assim somos nós seres humanos. A ciência muitas vezes vai contra o sendo comum e é intragável para algumas pessoas já que ela parte do macro para o micro – dos anos luz aos átomos – e nós não evoluímos para perceber a existência destes elementos. Cada ser vido percebe o mundo a sua maneira, graças a forma como ele evoluiu. A rocha parece sólida, mas é construída em sua maioria de espaços vazios.
Referências:
DAWKINS, Richard. Deus um Delírio. São Paulo. Companhia das Letras. 2007.