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Lia Salgado dá dicas de como organizar o tempo e a revisão do conteúdo. |
Antes um comunicado importante: Geralmente eu não posto matérias assim ctrl C + ctrl V de outros sites, ainda mais por este não ser o real objetivo do meu blog (que é a divulgação de minhas anotações, escritos fichamentos e resenhas, entre outros). Entretanto, estou em meio a estudos para um concurso público e achei interessante postá-lo aqui para meus leitores. Espero que gostem.
Por: Lia Salgado.
A grande maioria
dos concurseiros quer saber: como estudar de forma eficiente tantos conteúdos
diferentes e, muitas vezes, desconhecidos? A partir de perguntas enviadas por
internautas, selecionamos as principais dificuldades e preparamos um passo a
passo para você estudar para um concurso público. As orientações abaixo levam
em conta o estudo antecipado das disciplicinas. Caso o candidato esteja
estudando para um edital já publicado, será necessário adequar as sugestões ao
tempo disponível até a prova.
Esta coluna foi
elaborada a partir de perguntas enviadas pelos internautas Leandro Silva, Luis
Abreu e Karyne Papadimitriou. Mande suas dúvidas sobre concursos no espaço para
comentários, ao final desta coluna.
1º
PASSO: Como preparar um plano de estudo
Ter clareza de
quais são os horários de estudo – e quais não são – permite uma redução do
nível de cobrança sofrido pelo candidato. Isso pode ser feito a partir da
elaboração de um quadro mensal com as atividades obrigatórias que a pessoa tem
a cada dia (trabalho, aulas e outros afazeres). Importante anotar ali feriados
e compromissos eventuais já assumidos, para que fique evidente qual é o tempo
disponível para o estudo.
A partir daí,
considerando o tempo que será dedicado ao estudo, o candidato poderá distribuir
as disciplinas, buscando colocar todas a cada semana ou, no máximo, a cada
quinzena - para que nenhuma fique muito tempo sem ser vista -, lembrando de
deixar intervalos a cada hora e meia ou duas horas de estudo.
Mas o quadro de
estudo é um norteador, um ideal a se buscar. Não há motivo para desânimo caso
algo saia do controle – isso é natural, afinal, a vida é dinâmica. De toda
forma, o objetivo é sempre tentar cumprir da melhor forma possível a meta
estabelecida.
2º
PASSO: Quando aumentar (ou reduzir) o tempo de estudo
Um dos
benefícios do quadro de horários é o candidato saber que o tempo de estudo tem
hora de acabar, ou seja, é uma meta finita. Isso facilita o comprometimento.
Mas há situações
em que o candidato está motivado e percebe que teria condições de estudar por
mais tempo do que o estabelecido. Se isso acontecer regularmente, talvez seja o
momento de aumentar um pouco o período de estudo no quadro de horários (desde
que não comprometa horário de sono ou outros compromissos).
O inverso também
pode acontecer: o candidato estabeleceu determinada duração para o estudo, mas
observa que não consegue render ao final do período. Se isso acontecer
regularmente, talvez seja melhor alterar o quadro de horários, reduzindo o
tempo de estudo até ter reais condições de aumentá-lo novamente. Isso evitará a
sensação de frustração por não cumprir a meta, que pode ter resultados
desastrosos no longo prazo.
3º
PASSO: Como vencer preguiça, cansaço, inércia e começar a estudar
O desejo de
conquistar uma vida melhor já deveria ser o suficiente, mas sabemos que as
coisas nem sempre funcionam assim. Além disso, muitas vezes o concurseiro
trabalha o dia todo e precisa reunir forças para iniciar um segundo turno de
atividade (estudar).
Ter uma meta
estabelecida para o dia ajuda bastante - como um atleta que já sabe qual será o
treino do dia. Para isso, a planilha de treinos é essencial e, no caso, dos
concursos públicos, estamos falando do quadro de estudos com horários e matérias,
que comentamos no “1º Passo”. É mais simples cumprir algo já definido do que
decidir na hora, quando outros fatores podem interferir desfavoravelmente.
Assim, é preciso
dar cada pequeno passo, um de cada vez, e evitar as distrações do caminho:
acordar na hora combinada e fazer apenas o que for preciso para iniciar os
estudos (alimentação, banho, troca de roupa). Para quem ainda não criou o
ritmo, ligar computador ou TV antes do estudo é um risco enorme - o que o
candidato imaginava serem apenas alguns minutos de pesquisa ou relaxamento
tende a se prolongar indefinidamente e um período inteiro de estudo poderá ser
perdido. O mesmo acontece para quem estuda à noite, após o trabalho.
Mas a preparação
para concurso é similar à preparação de um atleta. O ritmo é construído com o
tempo e com a continuidade. Ainda assim, há períodos em que o candidato está
mais comprometido e outros em que fatores diversos interferem no cumprimento do
plano. O importante é seguir sempre, em maior ou menor ritmo.
4º
PASSO: Como manter o interesse durante os estudos
Quase todo
candidato tem aquelas matérias preferidas – as que ele mais sabe - e as
“odiadas” – aquelas que considera mais difíceis. O curioso é que, mesmo sabendo
que a prova cobrará todas elas, o candidato termina estudando mais as que mais
sabe e deixando para trás as outras. O plano de estudo ajuda a corrigir essa
tendência e até a invertê-la: o ideal é dedicar mais tempo ao que menos se
sabe.
Outro fator é
que o cérebro obedece aos comandos recebidos, sem questionar. Então, é mais
produtivo olhar para todas as matérias como passaportes para a vaga, sem
carimbá-las com a marca da rejeição, que será captada pelo cérebro e só tornará
tudo mais difícil.
O estudo
dinâmico ajuda a superar as distrações e, para isso, a resolução de exercícios
– com consulta – logo após a leitura da teoria faz com que o candidato
compreenda melhor os conteúdos, perceba detalhes e inicie a fixação, tudo de
forma natural.
5º
PASSO: Como não esquecer o que já foi estudado
Quando o
candidato chega ao fim de uma matéria – lembrando que sugerimos o estudo de
todas as disciplinas do grupo, de forma paralela – deve voltar ao início
sucessivas vezes, até a aprovação. Essa repetição levará à memorização
definitiva dos conteúdos.
Mas, a cada
retorno o procedimento deve ser modificado, a fim de manter o interesse e
aprofundar o conhecimento. Assim, se na primeira vez o candidato apenas leu a
teoria e fez exercícios didáticos de cada ponto, na segunda vez poderá repetir
o procedimento anterior (teoria + exercícios) acrescentando a elaboração de
fichas-resumo.
Essa é a etapa
mais trabalhosa do estudo, mas é essencial, porque além de permitir a
organização das informações já conhecidas, produz material valioso para
revisões futuras.
6º
PASSO: Como preparar o material para revisões
Depois que o
candidato já tem alguma noção do conteúdo da disciplina, é possível sublinhar
as informações mais importantes e, a partir daí, preparar fichas-resumo. A
idéia é criar quadros, esquemas e itens que permitam ao candidato lembrar com
facilidade a teoria estudada. Exceções e casos especiais devem ser ressaltados,
bem como detalhes importantes, que ajudem na solução das questões de prova.
Todas as fichas
devem ter o título da matéria e ser numeradas. Cada ficha deve ter o subtítulo
do assunto. As informações devem ser colocadas de forma organizada,
privilegiando o aspecto visual. O uso de cores diferentes é interessante, para
ressaltar informações similares, mas é importante não poluir demais. Por
exemplo: conteúdo básico em azul, exceções em vermelho, detalhes complementares
a lápis. É prudente deixar espaço para inclusões futuras de novas informações,
como veremos no “7º Passo”.
Vale lembrar que
a proposta da ficha-resumo é bem diferente dos tradicionais resumos. Não se
utilizam textos corridos, pontuações nem palavras que não sejam essenciais ao
entendimento. A função da ficha é ajudar o candidato a lembrar informações que
ele já conhece e, para isso, bastam palavras-chave.
7º
PASSO: Como saber se é preciso aprofundar mais nos estudos
Muitas vezes o
candidato acha que sabe bem toda a teoria, mas sofre uma decepção quando vai
fazer a prova do seu concurso. Isso porque não verificou o nível de profundidade
exigido e não se preparou adequadamente.
A melhor forma
de aferir se a abrangência e profundidade do estudo está suficiente é conhecer
provas de concursos já realizados, para o mesmo nível de escolaridade e, se
possível, para a mesma área de concurso.
De nada adianta
utilizar provas muito antigas, porque é notória a diferença entre concursos
muito antigos e os atuais em relação ao nível de complexidade das questões.
Assim, o melhor é trabalhar questões de concursos realizados há até dios anos
ou, no máximo, três.
Importante
também estar atento a gabaritos que possam estar desatualizados, em razão de
alterações nas disciplinas. Informática e legislação, por exemplo, sofrem
constantes modificações, e há outras matérias que passaram por modificações
pontuais, como auditoria e contabilidade.
O candidato já
pode iniciar a resolução de algumas provas anteriores na segunda etapa de
estudo, mas a prioridade naquele momento é a preparação das fichas.
8º
PASSO: O que fazer para não esquecer o conteúdo que já você estudou
A partir do
momento em que uma disciplina estiver totalmente fichada, vai passar para a
fase de manutenção - que continua até a aprovação -, para que o conhecimento
adquirido não seja perdido.
Independentemente
de como estejam outras matérias, no período de estudo da matéria já fichada o
candidato deve, uma vez por mês, revisar todas as fichas. A partir daí, em
todos os períodos seguintes destinados àquela disciplina, vai resolver provas
anteriores e, desta vez, sem consulta. Após a conferência do gabarito,
retornará às fichas para reler o assunto de cada questão. Caso as informações
da ficha estejam incompletas, será necessário buscar mais uma vez a teoria no
material de apoio (livros e anotações de aula) e incluir na ficha. Assim se
garante que tudo o que já foi visto sobre aquela disciplina estará anotado e
organizado num mesmo lugar.
Além disso, todo
o conteúdo da matéria passa por revisões mensais completas e revisões pontuais
a partir das provas. Dessa forma, os assuntos que costumam ser mais cobrados
serão, naturalmente, mais revisados.
9º
PASSO: Como incluir novas matérias no plano de estudos
Sabemos que a
preparação para concursos públicos envolve um número razoável de matérias.
Iniciar o estudo pelo grupo de disciplinas básicas permite que o candidato
dedique mais tempo a poucas matérias e aumente rapidamente o seu conhecimento
em relação àquele grupo.
Posteriormente,
poderá reduzir um pouco o tempo dedicado ao grupo inicial a fim de liberar
horas de estudo para, gradativamente, incluir outras disciplinas, sem abandonar
as primeiras. Esse procedimento é sucessivo, de modo que o candidato vai
passando algumas disciplinas para a fase de manutenção e acrescentando novas,
até ter condições de estudar todo o conjunto necessário, que pode chegar a até
20 matérias, simultaneamente.
10º
PASSO: Observe os pontos fracos e corrija a estratégia
Qualquer projeto
de médio/longo prazo exige ajustes de estratégia durante o percurso e não seria
diferente na preparação para concurso público. Tal providência deve ser adotada
durante todo o tempo. A cada mês o candidato deve traçar novas metas, e
preparar novo quadro de horários, com base na observação de seu desempenho no
mês anterior.
Nesse aspecto,
reprovações – tão comuns no caminho dos concurseiros – não devem ser vistas
como fracassos, mas também devem funcionar como uma oportunidade para o
candidato rever suas estratégias e ajustar a preparação. Afinal, depois de
conquistada a vaga, ninguém mais se lembrará de quantas batalhas foram
travadas; apenas da vitória final!