domingo, 25 de março de 2018

Formação do Brasil Contemporâneo de Caio Prado Júnior. 11º Capítulo.


 Cap. 11: Produções Extrativas.
(P.211) Sua maior importância não é o seu valor econômico, mas o modo como possibilitou o assentamento humano no vale do Amazonas: a colheita natural dos frutos das florestas e dos rios.
O Pará ainda se parece com as outras capitanias, tendo uma produção de açúcar, tabaco e uso da mão-de-obra escrava. Mas basta seguir os cursos d’agua rumo ao interior para encontrar um tipo de povoamento e colonização totalmente originais.
Estes colonos da floresta amazônica extraem um grande número de gêneros naturais como o cravo, a canela, a castanha, a salsaparrilha, o cacau, a madeira, a tartaruga e seus ovos e o peixe boi.
(P.212) Diversas foram as tentativas de estabelecer a agricultura neste território, campanhas frustradas pela força da natureza. Assim, no vale do amazonas as atividades se reduzem a duas: penetrar a floresta ou os rios para colher os produtos e os peixes; e conduzir as embarcações pelas vias fluviais, únicos meios de locomoção. Para ambas funções os indígenas estavam preparados. Caça, pesca, extração, andar na mata e remo eram atividades que o índio já fazia. Em nenhum outro lugar o branco sofreu tanta influência do índio quanto nesta região.
(P.213) A colonização desta região foi dispersa ao longo de milhares de quilômetros dos rios, que forneciam alimento e transporte.
O trabalho era organizado em ciclos periódicos de expedições em busca das riquezas da natureza. Um empresário reúne homens e parte rumo ao interior da floresta. Em geral acompanhado de índios semi-escravizados.
(P.216) Este tipo de exploração, relegou a Amazônia o posto de região mais atrasada do Brasil. Contudo, é interessante frisar que no imaginário europeu do colonizador esta seria uma região de riquezas incalculáveis, o que em contato com a realidade não se concretizou.
Nota: outras produções extrativistas da colônia, mas de reduzido papel econômico foram a madeira, a pesca da baleia, o sal, o salitre e a erva-mate.
Fonte: PRADO JÚNIOR, Caio: Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo. Ed Brasiliense. 7ª reimpressão, da 23ª edição de 1994. Pág 211-219.

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