A Crise Política[1].
A
Primeira República teve por base a Constituição de 1891. Seu principal
mecanismo foi a política de defesa dos governadores em que: o governo federal
garantia ampla autonomia aos grupos oligárquicos de cada estado, e em troca as
bancadas estaduais lhe davam apoio político no congresso. Esse pacto enfraqueceu
a oposição, garantiu fraudes eleitorais e a exclusão da população da participação
política.
O
controle oligárquico era assegurado pelo voto aberta da população,
reconhecimento dos candidatos pelo legislativo e não pelo judiciário e a exclusão
dos candidatos indesejáveis.
Para
regular as disputas oligárquicas surgiu o acordo de revezamento na presidência
entre São Paulo e Minas.
Os
outros estados ficavam a margem desse jogo de cartas marcadas. Alguns estados
de importância mediana, como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia
buscavam ocupar espaço, atuando individualmente ou em conjunto. Em 1922 criaram
o movimento político de oposição –Reação Republicana – e lançaram a candidatura
de Nilo Peçanha contra o mineiro Arthur Bernardes.
Apoiados
pelos setores descontente da sociedade a oposição cresceu. Em outubro de 1921 a
campanha eleitoral esquentou com a publicação de cartas falsas atribuídas a
Arthur Bernardes, nestas cartas haviam comentários desrespeitosos contra os
militares, o que acirrou os ânimos de alguns oficiais.
Apesar
de tudo, como era de se esperar, a vitória foi de Arthur Bernardes. O problema
foi que nem a Reação Republicana e nem os militares aceitaram o resultado. O
governo se mostrou inflexível e o confronto se tornou questão de tempo.
Em
julho de 1922, algumas unidades no Rio de Janeiro e em Mato Grosso se
levantaram contra o governo. Apesar de derrotados, este movimento serviu de
estopim. Era o inicio do movimento tenentista. Para conter, o governo reagiu
decretando estado de sítio.
O
clima de tensão seguiu toda a gestão de Bernardes. Imprensa censurada,
oposicionistas presos e desterrados para o norte do país. Eclodiram levantes em
1924 e pouco mais tarde surgiu a Coluna Prestes.
Durante
o governo do paulista Washington Luís a situação se acalmou um pouco. Somente
em 1930 quando, a fim de manter seu plano de estabilização financeira, ele
indicou o paulistas Júlio Prestes e não o mineiro Antônio Carlos, foi que a
crise política ganhou novo fôlego.
Rompeu-se
a aliança que durante décadas dominou a política brasileira. Como resultado do
rompimento a oposição reaglutinou-se e agora com o apoio de Minas. Foi formada
a Aliança Liberal, que lançou o gaúcho Getúlio Vargas a candidatura da presidência.
O nome de Getúlio Vargas cresceu durante a campanha, mas Julio Prestes se
manteve como favorita das oligarquias.
Em
março de 1930, realizaram-se as eleições e mais uma vez ganhou o candidato
oficial. As denúncias de fraude ganharam a imprensa e a oposição, desta vez,
mais forte conseguiu a derrubada de Washington Luís na Revolução de 1930.
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Fonte
CRISE política. In: NAVEGANDO na história: Era Vargas: anos 20 a 1945 [on-line]. Rio de Janeiro: CPDOC, 2004. Disponível em: <http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/htm/anos20/ev_crisepol001.htm>. Acesso em: 25 nov. 2004.
[1] Texto
modificado e reduzido. O texto aqui postado faz parte de minhas anotações de leitura.
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