Os
ciclos como opção de sistema de ensino
Bem
aplicados, eles podem evitar a distorção e melhorar a aprendizagem.
Paola Gentile
(novaescola@fvc.org.br)Colaboração Andressa Rovani
Com a publicação da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996, abriu-se a possibilidade
de estados e municípios organizarem seus sistemas de ensino de forma autônoma.
"...séries anuais, períodos semestrais, ciclos, grupos não seriados",
diz a lei em seu artigo 23.
Promoção automática e
progressão continuada passam a aparecer mais no vocabulário da Educação
nacional. Os dois instrumentos, apesar de distintos, às vezes são confundidos.
A promoção automática já havia sido aplicada nas experiências de São Paulo e do
Paraná, nos anos 1980, nas quais os alunos passavam da 1ª para a 2ª série sem
reprovação. Porém, como em outros lugares a ideia não foi bem aplicada, passou
a ser identificada com o avanço que não leva em conta a avaliação da
aprendizagem. A expressão progressão continuada, então, foi adotada pelos
ciclos. Nele, o estudante tem tempo maior do que o ano letivo para aprender e
recebe reforço quando suas dificuldades são detectadas. Assim, pode seguir no
seu ritmo.
"A cultura escolar
seriada é muito arraigada e o educador só supera essa maneira de trabalhar com
a formação continuada", afirma Isa Locatelli, consultora da área de
educação e ex-coordenadora do Sistema de Avaliação do Ensino Básico (SAEB). É
justamente nos ciclos que o MEC pretende investir para combater a distorção.
Avaliação permanente
Os ciclos organizam o
tempo escolar de acordo com as fases de crescimento do ser humano. Eles podem
ser divididos em etapas referentes à primeira infância (3 a 6 anos), à infância
(7 a 9 anos), à pré-adolescência (10 e 11 anos) e à adolescência (12 a 14
anos). Ou ainda em ciclos de dois ou quatro anos. Em 1968, o Estado de São
Paulo realizou a primeira experiência no Brasil, com José Mário Pires Azanha
como diretor do Departamento de Educação da secretaria estadual. A proposta,
abandonada ainda no período da ditadura militar, foi retomada nas escolas
estaduais paulistas e mineiras em 1984.
O município de São
Paulo implantou o sistema em 1988. Desde então, oferece aos professores e
coordenadores de ensino diversos cursos e programas cujos principais eixos são
o letramento e a alfabetização, a organização da escola em ciclos e a
avaliação. Com a formação dos docentes, garante-se que desde as séries iniciais
as crianças recebam a atenção necessária para se evitar de vez a distorção,
hoje em 9,9%.
Fonte:
http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/novo-tempo-escola-ciclos-424749.shtml
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