A declaração de independência do Brasil em 1822 não mudou a estrutura social e econômica. |
William Cirilo Teixeira Rodrigues
A colônia brasileira ficou independente politicamente de Portugal em 7 de setembro de 1822. A independência foi conseqüência de um processo iniciado décadas antes com as revoltas emancipacionistas, a chegada da Coroa portuguesa em 1808 e a crise do antigo sistema colonial, além de fatores externos como as guerras napoleônicas e a pressão dos ingleses pela liberalização do comércio, motivados pela revolução industrial. Dom João VI transformou o Rio de Janeiro em capital do reino português e foi pressionado a voltar a Portugal em 1920, deixando o príncipe regente, Pedro, em seu lugar. No fim de 1821, por pressões da elite, Dom Pedro resolveu ficar no país, contra o pedido do pai, que exigiu sua volta. (...)
Entre os políticos que cercavam Dom Pedro estava José Bonifácio de Andrada e Silva, ministro e conselheiro político do príncipe. Inicialmente favorável à manutenção dos laços com Portugal, José Bonifácio se convenceu de que o rompimento era necessário e passou a ser o principal ideólogo da independência política do Brasil, entrando para a história como o patriarca da independência. O apoio vinha também da imprensa, das lojas maçônicas, da elite e dos ingleses, interessados em ampliar seus mercados. Portugal insistia na restrição da autonomia administrativa do Brasil, o que levou as elites à pressão pela separação definitiva de Portugal.
Após a efetivação da independência, em 1822, as divergências não demoraram a surgir. Dom Pedro I, que se havia comprometido a aceitar a constituição redigida pela Assembléia eleita, dissolveu a constituinte e impôs uma Carta Magna escrita pelo Conselho de Estado, instituição criada por ele mesmo. A intenção não era instituir uma democracia, e sim manter uma monarquia centralizada em suas mãos. A constituição de 1824 consolidou a separação entre os dois países. A independência foi um triunfo do espírito conservador de José Bonifácio, que conseguiu a emancipação mantendo o regime político (monarquia) e o caráter agrário, latifundiário, escravocrata e economicamente dependente (não mais de Portugal, mas da Inglaterra). Além de comprar a maioria das produtos industrializados dos ingleses, o Brasil contraiu enormes empréstimos dos britânicos.
A instabilidade política marcou o governo de Dom Pedro I, conhecido como Primeiro Reinado (1822-1831). Uma das características mais criticadas foi a criação Do poder moderador, exercido por Dom Pedro I, que lhe dava o direito de intervir no Executivo, Legislativo e Judiciário. A situação piorou com a crise econômica provocada pelos baixos preços de nossos produtos no mercado externo, como açúcar, algodão, couro e fumo. Dom Pedro I abdicou em nome do filho, então com 5 anos. Até que Pedro II chegasse à maioridade, o Brasil seria administrado por regentes.
Matéria retirada da revista curso preparatório Enem 2011.
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