Imagine viver em um
planeta pós-apocalíptico onde a única regra é a sobrevivência do mais forte. Assim
se desenrola o enredo do filme inglês The Survivalist (2015), neste drama o
protagonista sem nome, vive isolado em uma cabana na floresta cultivando uma
pequena horta para sua subsistência. O cotidiano é angustiante e o sobrevivente
passa seus dias em alerta, precavendo-se de um possível ataque inimigo contra
sua vida ou contra sua propriedade.
Isso é o que o pensador
inglês Thomas Hobbes (1588-1679) chama, em seu livro Leviatã, de estado de natureza. Este seria um período anterior a
formação do Estado em que as pessoas viveriam em uma espécie de guerra de todos
contra todos, onde o limite da ação era a força de cada um. Um período da
História da humanidade em que a vida e os bens não eram garantidos por nenhuma
instituição superior e que a selvageria e a barbárie reinariam absolutas.
O filme gira em torno do
fim de seu isolamento e de seu relacionamento com duas mulheres (mãe -Katharyn-
e filha - Milja) que aparecem famintas à porta de sua cabana oferecendo sexo em
troca de comida. As coisas ficam ainda mais tensas, pois neste mundo sem lei,
ele não pode confiar nelas e vice-versa. Com o desenrolar da trama, o
sobrevivente descobre que a real intensão de Kathry era tomar o controle da
fazenda, mas uma invasão estrangeira faz com que eles se unam contra o inimigo
comum.
A luta pela sobrevivência
é constante e a saciedade dos desejos parece sem o combustível que move os
homens. É um mundo de guerra de todos contra todos, não havendo um limite moral
para os atos de sobrevivência, e isso fica claro quando o Sobrevivente revela à
Milja (gravida dele) que durante uma fuga de um grupo de “canibais”, feriu seu
próprio irmão, deixando-o para ser devorado e assim conseguir escapar.
Muitas vezes Hobbes tem
sido interpretado de maneira errônea, muitos acreditam que ele prega que o homem seja mau por natureza, e não é
bem assim. Não é questão de maldade ou bondade inerente à natureza humana, mas
sim, de que o ser humano de Hobbes é capaz de fazer o que for necessário para
satisfazer seus desejos e proteger sua vida.
Outro ponto interessante
do filme é justamente este grupo de canibais. Eles são a personificação da frase “o Homem é o Lobo do Homem”, este grupo
realmente assemelha-se a uma matilha, caçando, farejando, cercando e devorando,
ao final do filme, o protagonista. Pois, se a única forma de sobreviver ao fim
ao mundo é devorando a carne humana, então por que não?
Ao final do filme Milja
consegue escapar deste ataque que vitimou o pai de seu filho, e vaga indefesa e
sem rumo pela floresta até chegar à uma
espécie de acampamento cercado de grandes muralhas, com pessoas trabalhando em
vastas plantações e defendido por dezenas de homens fortemente armados (muito
parecido com uma prisão). Então, ela pede abrigo e neste momento há o que
Hobbes chama de contrato social, onde ela cede sua liberdade em troca de
proteção.
O filme é em sua essência
uma obra Hobbesiana. Apresentando os perigos do estado de natureza, a luta de
todos contra todos, o uso da força bruta para a satisfação dos desejos, o homem como lobo do homem e a
elaboração de um contrato social baseado em um Estado forte (Leviatã) para a
proteção da vida de seus associados. Filme recomendado para todos os cursos de
humanas.
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