segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O que pesa na reta final.

Cinco fatores compõem a lógica que orienta as escolhas do eleitor brasileiro na hora de decidir sobre seu voto.
O sociólogo Alberto Carlos Almeida causou polêmica ao lançar o livro A Cabeça do Brasileiro, em que mostrava que a parcela mais educada da população é menos preconceituosa, menos estatizante e tem valores sociais mais sólidos do que os menos escolarizados. Com base na análise de 150 eleições municipais, estaduais e presidenciais, Almeida analisa a lógica que orienta a escolha de um candidato por parte do eleitor brasileiro. E chega à conclusão que essa lógica é bem mais simples do que se poderia supor. O brasileiro vota a favor do governo ou do candidato do governo se considera que sua vida está boa ou melhorou. E vota no candidato da oposição se considera que ela está ruim ou piorou...

No livro, Almeida enumera os cinco fatores que compõem essa lógica “simples, direta e pragmática”. O primeiro deles, e, de longe, o mais importante, é a “avaliação do governo”. Em todas as eleições presidenciais realizadas no Brasil após o regime militar, os índices de avaliação tiveram relação direta com o resultado do pleito. “No caso de governos bem avaliados, o que ocorre é que o eleitor, satisfeito com a gestão em curso, não quer correr riscos”, explica Almeida. “Assim, tende a votar no candidato do governo ou no nome que disputa a reeleição”. O contrário é igualmente verdadeiro. Em setembro de 1989, por exemplo, às vésperas da eleição que escolheria o sucessor de José Sarney, apenas 5% da população considerava ótimo ou bom. Resultado: os candidatos que chegaram ao segundo turno (Fernando Collor e Lula) eram de oposição.

Em segundo lugar, Almeida afirma que, num universo com pouca informação política, é fundamental que o candidato apresente ao eleitor uma “identidade” clara. “Aqueles que marcadamente assumem o papel de situação ou de oposição são os que costumam encerrar o pleito nas primeiras posições”, afirma.

O grau de lembrança que o candidato consegue suscitar no eleitor é o terceiro fator determinante para o voto. Quanto mais um político disputa eleições para um mesmo cargo, mais conhecido ele se torna.

A maneira como o político faz uso do seu currículo é o quarto elemento para a conquista do voto. “É preciso captar o que o eleitor quer, e tanto melhor para o candidato se a realização desse desejo estiver relacionada a uma capacidade que o político já demonstrou ter”, afirma o cientista político Rubens Figueiredo.

O potencial de crescimento eleitoral é o quinto fator. Não raro, ele acaba prejudicando quando o candidato é muito conhecido, já que nesse caso, ele tende a ter também alta taxa de rejeição. Foi esse um dos principais motivos que fizeram com que, em 2002, Leonel Brizola, duas vezes governador do Rio de Janeiro, fosse derrotado por um novato num pleito para o Senado.
Um governo mal avaliado, como era o de Sarney em 1989favoreceu o surgimento...
...de nomes novos, como o de Collor, cujo potencial eleitoral ...
...era superior ao de políticos já conhecidos, como Brizola.
Fonte:
Escrito por Marcelo Carneiro e publicado no curso preparatório Enem 2011

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