quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O caminho para um só Deus.

As religiões mais antigas cultuavam várias divindades. Os hebreus foram os primeiros a crer num Deus único.
As religiões mais antigas cultuavam várias divindades. Os hebreus foram os primeiros a crer num Deus único...

Criar deuses diferentes foi a maneira de os povos da Pré-História e da Antiguidade tentarem entender e explicar os fenômenos da natureza e os ciclos da vida. Cultuar o deus da chuva era uma forma de pedir proteção em tempos de seca, por exemplo. O culto a muitos deuses é chamado de politeísmo. Vários povos europeus, africanos, asiáticos e americanos (como os índios brasileiros) tinham cultos animistas (louvor aos elementos da natureza).

Assim como os gregos o foram antes deles, os romanos eram politeístas e se dedicavam aos rituais religiosos. Todas as casas possuíam um cômodo reservado para as oferendas e orações aos deuses. Além das divindades de origem estrangeiras (muitas delas gregas), o próprio imperador, no período imperial, era um deus a ser cultuado. No fim do período republicano (séculos 5 a 1 a.C) já era comum a crença em vida após a morte, uma doutrina que seria fundamental dentro do cristianismo prestes a surgir entre os hebreus, então dominados por Roma.

Os hebreus foram o primeiro povo abandonar o politeísmo e a crer em uma divindade única e maior. Embora, não tenha valor científico, a saga dos hebreus é narrada no Velho Testamento desde suas origens na Mesopotâmia, até suas constantes mudanças entre Canaã ou Palestina (hoje Israel) e o Egito entre os anos de 2000 a.C e 1500 a.C. Os hebreus conseguiram formar Israel por volta de 1010 a.C, reino que teve como soberanos Saul, Davi e Salomão. Quando os romanos destruíram Jerusalém, no século 1, teve início a grande Diáspora, ou seja, a dispersão dos judeus pelo mundo. Eles viveram em grupos separados por 2.000 anos, até a criação do Estado de Israel, apenas em 1948. O sentimento de pertencer a uma só nação foi possível apenas em razão de sua forte crença religiosa e do fato de acreditarem que a Palestina estava destinada a eles por vontade divina.

Com alguns ensinamentos morais em comum com o judaísmo, já então consolidado entre os hebreus, o cristianismo se baseou nas pregações de um hebreu, Jesus Cristo, transmitidas por seus apóstolos. A nova religião se difundiu aos poucos entre os romanos, mas seus seguidores foram perseguidos por não aceitarem o caráter divino do imperador e serem considerados subversivos. No século 2, com o império já em decadência e sofrendo invasões bárbaras, o número de cristãos aumentou consideravelmente. Em 313, o imperador Constantino se converteu ao cristianismo e deu liberdade religiosa aos romanos, no chamado Edito de Milão. Em 380, Teodósio I tornou essa a religião oficial do império. Quinze anos depois, Teodósio dividiu o império em dois, o do Ocidente em Roma, e o do Oriente em Constantinopla. O primeiro seria a base da Igreja Católica apostólica Romana; o segundo seria o império Bizantino, que a partir de 1054 seria regido pela Igreja Ortodoxa, conhecida como Cisma do Oriente, ocorreu por motivos de doutrina.

A Idade Média européia viveu sob força do teocentrismo: Deus é o centro e a explicação para tudo. Com o apoio do império e dos bárbaros convertidos, a Igreja Católica passou a acumular terras e fortunas. Com tanto poder nas mãos, as autoridades católicas fizeram de tudo para aumentá-lo ainda mais, recebendo doações e benesses dos novos reinos que se formavam em troca de conforto e garantias espirituais. Os sacerdotes muitas vezes usavam como pretexto o suposto combate a heresia (prática contrária a doutrina da igreja) para obter mais poder ou enfraquecer aqueles que não contribuíam com a Igreja. O símbolo máximo dessa repressão foi a instauração, no século 13, dos tribunais de Santo Ofício, ou Inquisição.

As invasões na Europa diminuíram a partir do século 11 e, na mesma época, a Igreja conseguiu reduzir os conflitos entre os senhores feudais. A Europa entrou em relativo período de paz e segurança, mantido também sob as rígidas e violentas normas de inquisição. A agricultura prosperou e a população aumentou, fazendo com que os nobres e a Igreja ambicionassem mais espaço e poder, o que os levaria às Cruzadas.

Fonte:
Curso preparatório enem 2011 história

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