Um tapa na cara da sociedade do sensacionalismo.
Por: William C. T. Rodrigues
Enquanto vemos um crescimento vertiginoso de programas polícias na tv, são diversos urgentes, alertas e 24 horas nas mais diversas emissoras, o jornal Folha de São Paulo edição de 28 de junho de 2011 divulgou as estatísticas oficiais da secretaria de Segurança Pública de São Paulo sobre a violência no Estado.(...)
Segundo dados do SSP o número de homicídios no Estado caiu pelo 14˚ mês consecutivo, sendo o mês de maio o menos violento dos últimos 15 anos. Entretanto, o número de latrocínios aumentou nos últimos 5 primeiros meses desse ano em comparação com os mesmo período do ano passado.
Essas quedas consecutivas no número de homicídios, acredito, não agrada em nada quem produza esse tipo de jornalismo, que parece, ao meu ver, seguir o modelo hitlerista de propaganda: crie o medo, o massa necessita de medo. O que realmente dá audiência a esses programas são os gritos, o chocante,o trágico. Ninguém se interessa em passar duas horas assistindo uma matéria sobre furto de um chocolate em supermercado. Para se manter no ar é necessário sangue, pois tragédia é a alma do negócio.
Não sei os motivos dessa queda no número de assassinatos e se essa estatística tende a continuar caindo, mas não custa imaginar como seria uma narração ao vivo, transmitida por helicóptero de um furto de bicicleta:
-Olha lá! O vagabundo esta pedalando sentido bairro, evadindo-se do local do furto e pela calçada ainda por cima! Cadê a polícia? Cadê a lei?
-Ele está parando.-diz o piloto- E com o pé, acho que a bicicleta não tem freio.Agora ele está indo em direção a um bar.
-Isso é uma pouca vergonha, estacionou em fila dupla a agora irá dirigir embriagado. É mesmo um marginal da pior espécie!
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