sábado, 11 de junho de 2011

A SOBREPOSIÇÃO DA FICÇÃO SOBRE REALIDADE: A FORÇA DOS SÍMBOLOS.

A imagem individual se tornou uma coisa tão complexa que muitas vezes  vemos primeiro a construção e não o real.
Por: William Cirilo Teixeira Rodrigues
Qual a real força de um símbolo? Com algo imaginário, construído, inventado pode tomar proporções tão grandes a ponto de a ilusão superar a realidade?(...)
A realidade é infinitamente menos fantástica do que a maioria das pessoas aceita, o real, o físico o palpável é algo duro demais para a alguns. Para que o cotidiano seja mais bem encarado, ele é “maquiado” com diversas representações tornando-o mais fácil e melhor absorvido.  
São várias as áreas da vida onde a realidade é encoberta por uma manta de ficção, exemplos históricos não faltam, e entre todos, com certeza o mais impressionante é a construção da imagem pessoal.
A todo o momento surgem pessoas que são consideradas ícones, símbolos de uma época, exemplos de vida, etc. estes são envoltos, muitas vezes pela mídia, em uma aura de santidade e acabam tornando-se quase que sobre-humanos. A partir desse momento, esses famosos em geral, não são mais vistos em sua realidade, mas em sua representação, assim como uma máscara, essa representação encobre a verdadeira identidade dessa pessoa deixando transparecer apenas o que se deseja apresentar ao mundo.
Para Maquiavel isso é evidente e sempre foi usado. Segundo ele “não é necessário ao príncipe ter nenhuma virtude, entretendo é fundamente ao mesmo aparentar tê-las, mesmo que não as possua realmente”, e continua “as pessoas julgam mais pelos olhos do que pelas mãos, pois muitos são os que podem ver, mas poucos são os que podem tocar”.
Fica claro então que construir imagens sobre uma pessoa não é algo novo e já foi feito por milhares de ditadores, imperadores, soberanos, políticos, artistas, etc. no mundo todo.
Cabe a cada um, em posse de suas faculdade intelectuais, saber onde acaba a realidade e inicia-se a ficção. Ser crítico em relação ao que é apresentado como real é fundamento básico para não cair nas armadilhas do imaginário coletivo, que muitas vezes, já transformou assassinos em heróis.

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