sábado, 11 de junho de 2011

A FARSA DO “AUMENTO” SALÁRIAL DOS PROFESSORES PAULISTAS

Dar aos professores um aumento salarial que será devorado pelo dragão da inflação  em 4 anos foi um grande golpe de marketing e no bolso da categoria!
Por: William Cirilo Teixeira Rodrigues
Há alguns meses o governador do Estado de São Paulo, senhor Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou o tão esperado aumento salarial para os professores da rede pública de educação. Esse aumento de 37% foi comemorado pelo sindicato como a maior conquista dos últimos anos. O bom samaritano apresentou uma proposta denominada “acordo” quadrianual, aplaudido de pé pela APEOESP e divulgado pela mídia como um ato de “boa ação” feita pelo governador à categoria.(...)
Mas exatamente, como funciona esse aumento salarial? Simples, será um aumento de 37% distribuído em 4 anos: 13,8 (jul/11), 10%(jul/12), 6%(jul/13) e 7(jul/14). O que seria uma maravilha se não existisse a tal da inflação (Que pelo visto não foi considerada pelos incríveis economistas do governo). Portanto, não se pode considerar essa “coisa” como um aumento salarial real, digno de crédito e sim um reajuste salarial muito mal feito sobre a inflação dos próximos 4 anos!
E pasmem! No reajuste deste ano está incluso a incorporação de uma gratificação que já é recebida pelo professor! Ou seja o reajuste real deste ano não é de 13,8% e sim de 8,5%!
Resumindo:
Reajuste salarial deste ano
Reivindicado pela greve de 2010
37%
Reajuste previsto para 2011
13,8%
Descontando os 5% da gratificação que já é recebida pelo professor
8,5%
Descontando inflação dos últimos 12 meses que foi de 6,5%, segundo o IPCA.
2%
Descontando a inflação de maio a julho de 2011
0%
Não é necessário ser professor de matemática para saber que esse reajuste salarial é uma farsa.
Reajuste salarial dos próximos anos
Reajuste propostos: 10%(jul/12), 6%(jul/13) e 7(jul/14)
24%
A estimativa da inflação para 2011 a 2014 é de 10% ao ano
40%
Inflação dos últimos 12 meses.
6,5%
Perdas acumuladas
22%
Ou seja, a categoria não terá um aumento de 37%, mas uma perda salarial acumulada de 22% ao longo desses 4 anos. O mais interessante é saber que desde que a atual diretoria da APEOESP chegou ao poder em 1979 à categoria só acumula perdas. Corrigido monetariamente, o salário de um professor nessa época era equivalente a R$ 3.900,00 por carga completa e hoje eles defendem um piso de míseros R$1.1170,00.
Sindicato que não luta, aumento salarial fictício, vale coxinha, desrespeito e desvalorização do profissional, essa é a realidade do professor no Brasil e finalizo dizendo: No capitalismo o salário pago a um profissional mostra a sociedade a importância e o valor que ele tem, em um país onde se paga mais a um agente penitenciário do que a um professor, fica clara a sua ordem de prioridades.

Fonte:
Dados retirados do panfleto: Educadores em luta n˚67, especial eleições 2011. Chapa 03, oposição as chapas 1 e 2. Jornal associado a Corrente Sindical Nacional Causa Operária

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