Ao
ouvir a história de que o oráculo o havia tido como o homem mais sábio de
todos, Sócrates mergulhou em um turbilhão mental. Logo ele, que dizia não saber
nada, era apontado pelos deuses como o mais sábio dos mortais! Vejamos o que o
próprio Sócrates nos conta, segundo o relato dado por Platão na obra Apologia –
presta bem atenção, pois este é um dos parágrafos essenciais na história da
filosofia:
“Ora
bolas, eu tinha certeza absoluta de que não era sábio; tudo o que eu sabia é
que não sabia de coisa alguma. O que o deus queria dizer, portanto, ao me
designar como o mais sábio dos humanos? Os deuses nunca mentem. Por algum
tempo, fiquei embasbacado, sem saber o que pensar. Então, embarquei em minha
busca. Fui conversar com certo cavalheiro, um político, considerado por todos
(especialmente, por ele mesmo) como profundamente sábio. Após conversarmos por
algum tempo, comecei a perceber que a reputação era imerecida; o sujeito, na
verdade, não tinha sabedoria nenhuma. Tentei alertá-lo sobre esse fato, mas ele
ficou furioso. Então, fui embora; mas levei comigo essa reflexão: por mais
ignorante que eu seja, ao menos sou mais sábio do que esse homem. O mais
provável é que nenhum de nós saiba coisa alguma; mas ele pensa saber, enquanto
eu estou consciente de que não sei nada”.
Referências.
BOTELHO, José
Francisco. Uma Breve História da
Filosofia: São Paulo. Abril. 2015.
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