quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Questões de Economia Internacional.



Por:William C. T. Rodrigues
Claudia Paola Silva Vera
O Que é Desenvolvimento para Adam Smith?
Para Adam Smith a base do desenvolvimento e riqueza de qualquer nação, esta na divisão social do trabalho. Negando as teorias de seus contemporâneos de que a divisão do trabalho seja algo somente viável em pequenas manufaturas, Smith alega que a divisão do trabalho pode sim ser implantada até mesmo em grandes complexos industriais.
Para a defesa de sua tese o autor cita três fatores derivados da divisão do trabalho que exemplificam e provam que este modelo de produção é o mais viável e produtivo: 1° o aumento da destreza dos operários, pois desempenham somente uma função durante toda vida, 2° economia de tempo perdido na passagem de um trabalho para o outro e 3° o surgimento de máquinas que facilitam e aceleram o trabalho.
Um exemplo muito recorrente quando se cita Smith, e sua defesa pela divisão do trabalho, é a do alfineteiro: um ferreiro, por melhor que seja no desempenho de seu oficio, consegue sozinho produzir no máximo vinte alfinetes – de baixa qualidade – em um dia de trabalho duro.  Enquanto que em uma manufatura onde o trabalho seja dividido – um corta o arame, outro afia, outro coloca a cabeça e assim por diante – consegue produzir milhares de alfinetes no mesmo espaço de tempo.
Essa ânsia pela produção é própria do homem que, diferente dos animais, consegue estabelecer relações de troca através do comércio e da barganha. Um homem que durante sua vida percebe ser bom em determinado ofício, pode durante sua existência, deixar de caçar, coletar, plantar e dedicar-se somente a este trabalho integralmente.
Sem esta divisão de ofícios, que já vem de longa data, os homens seriam obrigados a produzir tudo o que necessitam para sua sobrevivência e uma vida só seria curta para a aquisição de tantos bens materiais. Ou seja, entre os homens as habilidades de uns suprem as necessidades de outros desde tempos imemoráveis.
Entretanto, a divisão do trabalho e o considerável aumento de produtividade por ela acarretada, esbarra no tamanho do mercado consumidor que o cerca. Uma empresa situada a milhares de quilômetros dos grandes centros não pode aumentar, de uma só vez, sua produção. Pois isso geraria um enorme aumento da oferta em relação à demanda[1].
Por isso é comum em locais afastados o desempenho de varias funções por um só profissional. É menos rentável, menor ágil, porém infinitamente mais viável em regiões afastadas.

Quais as críticas ao eurocentrismo por Amayo Zevallos?
No minidicionário Silveira Bueno de língua Portuguesa a palavra eurocentrismo é descrita como “que tem como centro a Europa; que refere tudo aos valores da cultura europeia”. Entretanto, mais que isso, o eurocentrismo é uma ideologia de dominação que foi difundida por todo o mundo a partir do século XVI - século inicial da conquista do continente pelos europeus.
Segundo Amayo Zevallos o eurocentrismo foi “um fenômeno histórico-social que considera a história mundial como uma mera extensão da história europeia”. Um exemplo bem evidente disto são os livros didáticos de história “geral” que só agregam a história latino-americana como um apêndice da história europeia, como se nosso continente só tivesse história a partir do contato com esta civilização.
Esta ideologia, segundo o autor, é formada por uma mescla de arrogância e – uma falsa ideia de – superioridade, que juntos compõe o racismo característico aos povos nativos.
Como surgiu o eurocentrismo? Segundo o autor, os europeus ao desembarcarem nas praias do continente e dar início a conquista e pilhagem, deveriam justificar seus atos. Assim, a teoria que melhor se enquadrou ao ímpeto assassino do conquistador europeu foi o eurocentrismo, que justificava suas ações com base na superioridade do homem do velho continente em detrimento da inferioridade do nativo-americano, tido como bárbaro, inculto e selvagem.
O homem europeu era o possuidor de tudo enquanto o indígena em sua inferioridade não possuía nada e seu extermínio não representaria grandes perdas para a civilização, tida como avançada.
Uma citação que o autor utiliza no texto que ilustra bem esta ideia é a de Hobsbawm que afirma que “o ano de 1942 marca o início da história mundial eurocêntrica, da convicção de que uns poucos países europeus centrais e ocidentais, estavam destinados a conquistar e governar o globo, a euro-megalomania”.
A grande crítica de Zevallos ao eurocentrismo baseia-se na negação desta ideia de superioridade tecnológica dos povos europeus. Segundo o autor a Europa possuía uma tecnologia superior a nativo-americana em algumas áreas do conhecimento, como por exemplo, na metalurgia. Entretanto, em outras áreas os povos indígenas eram extremamente mais avançados que os europeus; como na agricultura.
A grande contradição aqui, é que a tecnologia dos europeus serviu para dizimar os indígenas, enquanto a tecnologia agrícola nativo-americana, exportada para a Europa serviu para acabar com a fome no velho continente.



[1] O autor não utiliza estes termos.


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