Por:William C. T. Rodrigues
Claudia Paola Silva Vera
O Que é Desenvolvimento
para Adam Smith?
Para Adam Smith a base do desenvolvimento e riqueza de qualquer nação,
esta na divisão social do trabalho. Negando as teorias de seus contemporâneos
de que a divisão do trabalho seja algo somente viável em pequenas manufaturas,
Smith alega que a divisão do trabalho pode sim ser implantada até mesmo em
grandes complexos industriais.
Para a defesa de sua tese o autor cita três fatores derivados da divisão
do trabalho que exemplificam e provam que este modelo de produção é o mais
viável e produtivo: 1° o aumento da destreza dos operários, pois desempenham
somente uma função durante toda vida, 2° economia de tempo perdido na passagem
de um trabalho para o outro e 3° o surgimento de máquinas que facilitam e
aceleram o trabalho.
Um exemplo muito recorrente quando se cita Smith, e sua defesa pela
divisão do trabalho, é a do alfineteiro: um ferreiro, por melhor que seja no
desempenho de seu oficio, consegue sozinho produzir no máximo vinte alfinetes –
de baixa qualidade – em um dia de trabalho duro. Enquanto que em uma manufatura onde o trabalho
seja dividido – um corta o arame, outro afia, outro coloca a cabeça e assim por
diante – consegue produzir milhares de alfinetes no mesmo espaço de tempo.
Essa ânsia pela produção é própria do homem que, diferente dos animais,
consegue estabelecer relações de troca através do comércio e da barganha. Um
homem que durante sua vida percebe ser bom em determinado ofício, pode durante
sua existência, deixar de caçar, coletar, plantar e dedicar-se somente a este
trabalho integralmente.
Sem esta divisão de ofícios, que já vem de longa data, os homens seriam
obrigados a produzir tudo o que necessitam para sua sobrevivência e uma vida só
seria curta para a aquisição de tantos bens materiais. Ou seja, entre os homens
as habilidades de uns suprem as necessidades de outros desde tempos
imemoráveis.
Entretanto, a divisão do trabalho e o considerável aumento de
produtividade por ela acarretada, esbarra no tamanho do mercado consumidor que
o cerca. Uma empresa situada a milhares de quilômetros dos grandes centros não
pode aumentar, de uma só vez, sua produção. Pois isso geraria um enorme aumento
da oferta em relação à demanda[1].
Por isso é comum em locais afastados o desempenho de varias funções por
um só profissional. É menos rentável, menor ágil, porém infinitamente mais viável
em regiões afastadas.
Quais as
críticas ao eurocentrismo por Amayo Zevallos?
No
minidicionário Silveira Bueno de língua Portuguesa a palavra eurocentrismo é descrita como “que tem como centro a Europa; que refere
tudo aos valores da cultura europeia”. Entretanto, mais que isso, o
eurocentrismo é uma ideologia de dominação que foi difundida por todo o mundo a
partir do século XVI - século inicial da conquista do continente pelos
europeus.
Segundo
Amayo Zevallos o eurocentrismo foi “um
fenômeno histórico-social que considera a história mundial como uma mera
extensão da história europeia”. Um exemplo bem evidente disto são os livros
didáticos de história “geral” que só agregam a história latino-americana como
um apêndice da história europeia, como se nosso continente só tivesse história
a partir do contato com esta civilização.
Esta
ideologia, segundo o autor, é formada por uma mescla de arrogância e – uma
falsa ideia de – superioridade, que juntos compõe o racismo característico aos
povos nativos.
Como
surgiu o eurocentrismo? Segundo o autor, os europeus ao desembarcarem nas
praias do continente e dar início a conquista e pilhagem, deveriam justificar
seus atos. Assim, a teoria que melhor se enquadrou ao ímpeto assassino do
conquistador europeu foi o eurocentrismo, que justificava suas ações com base
na superioridade do homem do velho continente em detrimento da inferioridade do
nativo-americano, tido como bárbaro, inculto e selvagem.
O
homem europeu era o possuidor de tudo enquanto o indígena em sua inferioridade
não possuía nada e seu extermínio não representaria grandes perdas para a
civilização, tida como avançada.
Uma
citação que o autor utiliza no texto que ilustra bem esta ideia é a de Hobsbawm
que afirma que “o ano de 1942 marca o
início da história mundial eurocêntrica, da convicção de que uns poucos países
europeus centrais e ocidentais, estavam destinados a conquistar e governar o
globo, a euro-megalomania”.
A
grande crítica de Zevallos ao eurocentrismo baseia-se na negação desta ideia de
superioridade tecnológica dos povos europeus. Segundo o autor a Europa possuía
uma tecnologia superior a nativo-americana em algumas áreas do conhecimento,
como por exemplo, na metalurgia. Entretanto, em outras áreas os povos indígenas
eram extremamente mais avançados que os europeus; como na agricultura.
A
grande contradição aqui, é que a tecnologia dos europeus serviu para dizimar os
indígenas, enquanto a tecnologia agrícola nativo-americana, exportada para a
Europa serviu para acabar com a fome no velho continente.
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