sábado, 28 de janeiro de 2012

Um Elefante Sagrado e Incômodo.

Saiba onde surgiram as expressões Elefante Branco e Bode Expiatório.
 Sagrados para alguns, incômodos para outros e companheiro para muitos, os animais são indissociáveis do mundo humano em todas as culturas. Por exemplo, quando se lembra do grande numero de esqueletos de prédios suntuosos que ficaram pela metade ao longo do país, ou os edifícios majestosos de concepção e uso duvidosos, poucas pessoas talvez os associem a um costume oriundo do Sião, atual Tailândia...
  Nesse reino, era costume o soberano presentear os cortesãos em desgraça com um elefante branco, animal sagrado, que não podia ser posto para trabalhar. E como se tratava de presente real, o súdito era obrigado a tratar o animal com todo carinho. Devia dar-lhe o melhor alimento e enfeitá-lo com tecidos e fios de seda, pois o monarca fazia visitas surpresas ao proprietário do elefante para ver como ele estava sendo cuidado. E ai de quem recusasse o presente.
  Pois é, todos nós conhecemos, pelo Brasil afora, estádios enormes em relação ao numero de habitantes da cidade, edifícios que nunca se pagam, palácios e escolas mirabolantes que, na verdade, parecem ter sido presente de grego ou do rei do antigo Sião.
  Se não faltam escândalos políticos no Brasil, o que poderia causar surpresa é o fato de muitas vezes um único acusado ser escolhido para pagar os pecados de todo um grupo denunciado por atitudes pouco honradas no manejo do dinheiro público. A prática, porém, é mais antiga do que se pensa. Aí esta Tiradentes, por exemplo, o bode expiatório escolhido para pagar pelos pecados dos inconfidentes.
  A figura do bode expiatório é de origem religiosa: no Yom Kippur, o Dia do Perdão dos hebreus, o sumo-sacerdote judeu enviava um bode para o meio do deserto, acompanhado de um cidadão especialmente designado para isso. Esse animal, segundo os rituais da época, carregava todas as culpas e pecados do povo de Israel e era abandonado para morrer. Por esse motivo, o Yom Kippur é também chamado de Dia da Expiação, ou seja, dia no qual se expiam ou se pagam os delitos.

Fonte:
Matéria retirada integralmente da Revista História Viva ano IV, nº46 de junho de 2007. Pág 17

Nenhum comentário:

Postar um comentário