segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Todos somos Pinheirinho!

Pinheirinho exemplo de resistência urbana
Acredito que todos saibam o que aconteceu e o que está acontecendo no bairro do Pinheirinho em São José dos Campos, no vale do Paraíba à cerca de 100 km de São Paulo. Entretanto, caso não saibam, irei fazer um breve resumo do que está acontecendo...
Há alguns dias atrás, estava em uma padaria e vi em um jornal (não me lembro se foi a Folha ou o Estadão) uma imagem que me chamou a atenção: Centenas de pessoas armadas com paus, escudos improvisados, capacetes e cães com a seguinte chamada Brancaleone! Em referência clara ao filme italiano de 1965, dirigido por Mário Monicelli.
Segundo o que sei, o terreno de 1 milhão e 300 mil hectares é da massa falida do grupo selecta que pertencia ao especulador libanês Naji Nahas que deve por este terreno cerca de 10 a 20 milhões em impostos.
A comunidade do Pinheirinho surgiu em 2004, impulsionada pelo déficit imobiliário do município e recebeu água encanada e medidores de luz, ou seja, recebeu urbanização!
Até que a juíza Márcia Faria Mathey Loureinro decidiu pela reintegração de posse ao grupo selecta. Foi neste momento que os moradores da comunidade tomaram consciência de seu poder, e organizaram-se em milícias chamando a atenção da opinião publica que já estava acostuma a ver pobre apanhando sem revidar.
A justiça federal entrou no caso e em um primeiro momento, conseguiu adiar um pouco o inevitável.
Domingo dia 22, às seis horas da manhã um exército formado por cerca de dois mil homens, mais do que o efetivo usado na invasão da favela da rocinha (e olha que os traficantes tinha Fuzis!) invadiu a sitiada comunidade do Pinheirinho, que não teve chance de reação.
Rapidamente os moradores foram expulsos de seus lares, conseguindo somente se reorganizar nos bairros vizinhos transformando-os em um palco de selvageria e truculência policial.
Foram mais de 30 horas de manifestações, os mais exaltados foram presos, os mais submissos foram jogados para dormir em acampamentos de terra batida e as rede sociais exalavam indignação.
Hoje é o bairro do pinheirinho e amanhã, qual bairro será? Como disse Robson Silva em um comentário do Facebook: “Esse é um ato de resistência civil, que como tal, a tempo não se vê em nossa sociedade. É uma obrigação de todos apoiar esta resistência”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário