A Conquista do
México.
Hernan Cortez
(1485-1547) o destruidor de uma civilização.
Nasceu em Medellín
(Badajoz) e Morreu em Castilleja de La Cuesta (Sevilha). Fracassado nos estudos
e com um espírito aventureiro e militar, Cortez alistou-se com 19 anos (1504)
na nau de Alonso Quinteiro que partia rumo as Índias Ocidentais.
Esteve presente em
inúmeros eventos que marcaram a sangrenta colonização da América pelos
espanhóis com por exemplo a conquista de Cuba por Diego Velásquez (1511).
Após a expedição à
Yucatán feita por Juan Grijalva, Hernán foi enviado à região em 10 de fevereiro
de 1519.
O presente resumo
analisa as cinco cartas enviadas ao rei da Espanha que compõe o livro, e que
relatam esta expedição de conquista do México.
A primeira carta
foi escrita pelo regimento de Vila Rica e as outras quatro pelo próprio Cortez.
Estas cartas-diário relatam o caminho percorrido por Cortez desde seu
desembarque em Yucatán até a queda de Tenochtitlán.
A crônica do fim
do império Asteca .
Entre os
conquistadores espanhóis, nenhum nome é mais consagrado, temido e odiado do que
o de Hernan Cortez, o capitão que subjugou e aniquilou a maior e mais poderosa
civilização do Novo Mundo - o império asteca.
Acompanhado por
apenas quatrocentos homens, dezesseis cavalos, 32 escopetas e quatro canhões
(mas contando com a ajuda de milhares de indígenas), Cortez derrotou um
exército de cerca de quinhentos mil homens e arrasou a cidade que talvez fosse
a maior do mundo de sua época; a fabulosa Tenochtitlan, com seus modernos
canais navegáveis, jardins botânicos, zoológicos, aquedutos e mercados.
O ouro roubado dos
astecas revolucionaria toda a economia europeia, proporcionando a acumulação
inicial de capital para a explosão capitalista que se seguiria. Historiadores
calculam que, entre guerras e epidemias, morreram, em menos de trinta anos,
vinte milhões de indígenas. 'A conquista do México' consiste em cinco cartas
que Cortez enviou ao imperador Carlos V, da Alemanha e da Espanha, narrando -
com todos os detalhes e apavorante realismo - tudo o que se passou desde sua
partida de Havana, em 10 de fevereiro de 1519, até a conquista definitiva da
nação asteca, dois anos mais tarde. Trata-se de uma obra definitiva para a
compreensão de um dos momentos-chave na História - o violento choque entre duas
culturas, a aniquilação de uma delas e o surgimento do rosto mestiço que o México
e o continente então assumiriam.
Primeira Carta.
A primeira carta
escrita por Cortez entre junho e julho de 1519 ao rei Carlos V da Espanha foi
perdida e jamais encontrada. Sendo, portanto, substituída pelo relato enviado
ao imperador pela justiça de Vila Rica de Vera Cruz em 10 de julho de 1519.
Esta primeira
carta tem como objetivo primeiro atacar o principal inimigo de Cortez, Diego
Velázquez de Cuéllar então governador de Cuba. É possível notar em todo corpo
da carta a intenção de desmerecer as primeiras investidas feitas por Velázquez
a parte continental da América.
Cortez então narra
a sua investida sobre a península de Yucatán, está sim, segundo ele, produtiva.
Aqui há a narrativa de seu primeiro contato e sua primeira batalha contra os
nativos.
O interessante – e
será algo que se estenderá por todas as cartas – é que a todo momento Cortez
alega não desejar o confronto, mas apenas que os nativos aceitem seu Deus e os
reis da Espanha como senhores. A recusa indígena, em muitos casos, é motivo
para o massacre.
Ao final da carta,
Cortez pede encarecidamente que os reis da Espanha não transformem Velázquez em
governador destas novas terras, pelo fato dele ser mal com os indígenas e com
os espanhóis.
Segunda Carta.
Esta sim escrita
pelo próprio Cortez narra a descoberta, por meio de relatos dos próprios indígenas,
da existência de um rei (Montezuma) e de uma grandiosa cidade situada no meio
de um lago (Tenochtitlan).
Esta carta também
deixa claro como Cortez foi se aproveitando das disputas e rinchas entre os
povos nativos para organizar um grande exército indígena. Em suas próprias
palavras “usava a discórdia para subjuga-los ainda mais”.
Aqui, ele relata
sua marcha pelo México rumo à Tenochtitlan e como no caminho deixou um rastro
de sangue, matando todos os indígenas que se rebelassem contra ele, a coroa ou
a fé católica.
Chegando em
Tenochtitlan, após diversas batalhas violentas e imprevistos pelo caminho,
Cortez se maravilha com a arquitetura da cidade, seus canais, sua população,
suas pirâmides, seus costumes e ritos. Sendo prontamente recebido por Montezuma
que em seu primeiro diálogo deixa claro a sua crença de que Cortez é o deus
asteca Quetzalcoatl (serpente emplumada) que viria do Leste após seu exílio
para instaurar uma era de ouro no México.
Cortez como forma
de agradecimento pela calorosa recepção coloca Montezuma em cárcere privado,
destrói as imagens de ídolos astecas de um templo alegando serem falsos
colocando imagens de santos em seu lugar e inicia sua investigação atrás de
ouro.
Nesse meio tempo
recebe a informação de que Diego Velázquez havia enviado tropas para matá-lo.
Segundo Cortez, o desembarque de Pánfilo de Narváez à mando do governador de
Cuba, foi uma tentativa de tomar o controle de Tenochtitlan à revelia do rei
espanhol.
Após longa
negociação, Cortez lançou-se contra Narvaez prendendo-o. Contudo, qual não fora
sua surpresa quando ao regressar a Tenochtitlan deu de cara com uma gigantesca
revolta ao qual Montezuma, que estava preso, não tinha nenhum controle. Cortez,
seus homens e o imperador Asteca ficaram encurralados em uma fortificação por
dois dias, ao final deste tempo Montezuma se propos a fazer a mediação com os
revoltosos, mas assim que pôs a cara no terraço foi atingido na cabeça por uma
pedra que o levou a óbito.
Teve então um
conflito que se estendeu por dias, sendo até esse momento a batalha mais
difícil de Cortez. Apesar das enormes baixas astecas, Hernán achou mais
prudente deixar a cidade. Os combates foram intensos e segundo a estimativa do
próprio Cortez, ele perdeu cerca de 150 espanhóis, 45 cavalos e dois mil indígenas
aliados. Este momento ficou conhecido como “La
noche triste”.
A retirada foi
dramática e os combates intensos. Cortez só conseguiu descanso quando chegou em
território de inimigos dos Astecas. Ali ficou sabendo que após a morte de
Montezuma, seu irmão, Cuetravacin tomou o poder e estava fortificando a cidade,
preparando-a para defendê-la.
Um dado
interessante é que foi neste período que Cortez batizou o México de Nova
Espanha.
Terceira Carta.
A terceira carta
tem como pontos principais o relato da reconquista de Tenochtitlan e as
primeiras mortes em decorrência da varíola.
A preparação do
ataque ocorreu na cidade de Tezcuco, onde há a chegada de reforços e de 13
bergantins (pequenas embarcações) que serão utilizados na reconquista da
capital asteca.
A marcha até Tenochtitlan
é marcada por confrontos sangrentos, entre espanhóis e aliados contra os de
Tenochtitlan e aliados.
Para transportar
os bergantins até a capital asteca foi construído um gigantesco canal até o lago
Texcoco. Na véspera do ataque, Cortez revisou a tropa e dividiu-a em três que
tinham como objetivo cercar a cidade enquanto Hernán avançava com seu bergantim.
O cerco, as
batalhas, o avanço e o genocídio durou várias semanas. Neste cerco os espanhóis
sofreriam outra grande derrota ao tentarem dominar o mercado da cidade.
Após 45 dias de
cerco, Cortez chegou a conclusão de que o povo de Tenochtitlan iria lutar até a
morte e que a única coisa a ser feita a ser feita era destruir tudo conforme se
avançava. O que, segundo ele, lhe causou grande dor pois esta era a cidade mais
bela do mundo.
A fome, as investidas,
a sede e as doenças castigavam o povo asteca, e mesmo com a conquista de grande
parte da cidade – inclusive a praça – eles não davam sinais de rendição.
Após inúmeras
tentativas frustradas de um acordo de paz com Guatimucin (sucessor do irmão de
Montezuma), Cortez ordena o ataque final ao último reduto asteca. Um dos capitães
dos bergantins capturou o imperador e o entregou a Cortez. Com a prisão de Guatimucin
tem fim os 75 dias de cerco em 13 de agosto de 1521.
Após a
consolidação da vitória o próximo passo era encontrar um caminho para o mar do
sul (oceano Pacífico).
Quarta Carta.
Após a conquista
de Tenochtitlan é hora de pacificar o México e Cortez envia tropas para todos
os cantos afim de encontrar ouro, conquistar terras, subjugar nativos e
encontrar uma passagem para o Oceano Pacífico.
Nesta carta
Hernán, muito astutamente, reclama de duas situações. Uma é o custo de suas
expedições, dizendo estar afogado em dívidas e pedindo apoio financeiro do rei.
A outra é a intromissão e a tentativa de tomada de controle do México por seus
inimigos Diego Velázquez e Francisco de Garay.
Quinta Carta.
Cortez sai de
Tenochtitlan e marcha até Yucatán afim de encontrar um grupo de espanhóis que
segundo eles, estavam molestando os indígenas daquela região. O caminho até lá
é duro e muito sofrido.
Cortez fica
sabendo de um plano para mata-lo orquestrado por Guatimucin, que o acompanhava
em sua expedição. Ele é condenado à morte.
Nesta carta, Hernán
mais uma vez relata problemas financeiros e administrativos. Reiterando as
reclamações da quarta carta. Ficando evidente em todas as cinco cartas como
Cortez é astuto no trato com o rei, muitas vezes manipulando-o a seu favor.
Referências.
CORTEZ; Hernan. A Conquista do México. Porto Alegre; L&PM pocket, 2011. 232 páginas.
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