(P.15)
Introdução: o lado oculto de tudo.
Os índices de violência
no início da década de 90 deram um salto em relação às décadas anteriores. O
principal grupo social envolvido era o chamado Superpredador: adolescentes das
grandes metrópoles, com uma arma nas mãos e muito ódio no coração.
(P.16)
Em
um cenário otimista, os criminalistas acreditavam que nos anos seguintes os
homicídios cometidos por adolescentes cresceriam 15%. Em um cenário pessimista,
seria o apocalipse.
Então, subitamente, as
taxas de criminalidade começaram a baixar. A queda foi tão grande que em 2000 o
índice nacional de homicídio atingiu o nível mais baixo em 35 anos.
(P.17)
Logo
especialistas correram para explicar o fenômeno: crescimento econômico,
controle da venda de armas, novas estratégias policiais, etc. E em pouco tempo
estas explicações tornaram-se senso comum. Só havia um problema: não estavam
certas.
O fator que mais
contribuiu para essa queda da criminalidade nos anos 90, ocorrera 20 anos antes
e tivera como protagonista uma jovem de Dallas chamada Norma McCorvey.
McCorvey, 21 anos, alcoólatra,
usuária de drogas e que já havia entregue
dois filhos para a adoção deu início a uma luta pelo direito de abortar.
Após grande estardalhaço ela venceu e o aborto foi legalizado em todo país.
(P.18)
Mas
como isso contribui, uma geração depois, para a maior queda da criminalidade na
história contemporânea?
Simplesmente o fato de
que os criminosos em potencial não nasceram. Com o acesso fácil ao aborto,
famílias desestruturadas e problemáticas não tiveram filhos – e como sabemos
crianças criadas nesses ambientes tendem a criminalidade. Quando essas crianças
não nascidas atingiram a idade do crime, o índice de criminalidade começou a
despencar.

(P.25)
O
objetivo do livro é abordar assuntos sob uma perspectiva diferente, abandonando
o humanismo e o moralismo e aceitando honestamente os dados.
Podemos dizer que o
moralismo representa a forma como as pessoas gostariam que o mundo funcionasse,
enquanto a economia representa a forma como ele realmente funciona. A economia
é, acima de tudo, uma ciência feita para medir. Possuí um conjunto
incrivelmente eficiente e flexível de ferramentas capaz de acessar de maneira
confiável uma variedade de informações a fim de identificar o efeito de
qualquer fator isolado ou mesmo o efeito integral.
As ideias fundamentais
do livro são:
1.
Os incentivos são a pedra fundamental da vida moderna:
devemos buscar entender o que incentiva (motivou) o quê.
2.
A sabedoria convencional (senso comum) em geral está equivocada.
3.
Causas distantes e sutis podem provocar efeitos drásticos:
a relação causa/efeito nem sempre está diante de nossos olhos. Se assemelhando ao
efeito borboleta.
(P.15)
4. Os “especialistas” – dos criminologistas aos corretores de imóveis – usam suas
informações privilegiadas em benefício próprio.
5.
Saber o que medir e como medir faz o mundo parecer muito menos complicado: quando
se aprende a examinar os dados de forma correta, é possível explicar enigmas
que antes pareciam insolúveis.
Assim, a meta deste
livro é explorar o lado oculto de tudo. Apresentando abordagens nunca antes
tentadas. Daí surge o Freakonomics (economia excêntrica).
Referências.
DUBNER, Stephen J. Freakonomics : o lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta : as revelações de um economista original e politicamente incorreto / Stephen Dubner, Steven Levitt ; tradução Regina Lyra. – Rio de Janeiro : lsevier, 2005 – 7 Reimpressão
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