segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A Guerra pop*.

Mais de seis décadas após o seu término, a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) permanece no imaginário como um momento crucial da história.
Em abril de 2010, a produtora alemã Constantin Films pediu ao site You Tube que tirasse do ar as paródias de seu filme A Queda, por considerar que seus direitos autorais estavam sendo violados. O filme narra os últimos dias de Adolf Hitler, em 1945, com base nos relatos de Traudl Junge, ex-secretária do líder nazista, e nas investigações do jornalista alemão Jpachim Fest. A cena das paródias, invariavelmente mostrava Hiltler tendo um ataque de fúria ao ser informado de que o Exército Vermelho estava às portas de Berlim. A brincadeira constitui em colocar legendas engraçadas para “traduzir” o alemão, fazendo o ditador surtar com assunto qualquer, como por causa de uma banda musical ruim ou um professor chato. A piada foi repetida em diversas línguas, inclusive em português. Os vídeos foram removidos, mas outros acabaram sendo postados depois no You Tube.
A Liga Antidifamação, ONG norte-americana dedicada a combater o antissemitismo, queixou-se de que esse tipo de vídeo contribui para a banalização da figura de Hitler, tornando-a cômica e inofensiva. Mas brincadeira como essa não é fácil de controlar. Afinal, a Segunda Guerra Mundial é pop e continua rendendo boas histórias e discussões. Existe até mesmo a “Lei de Godwin”, formulada pelo advogado norte-americano Michael Godwin em 1990. Segundo Ele, se uma discussão se prolonga por muito tempo, a probabilidade de surgir alguma comparação com os nazistas ou com Hitler se aproxima de 100%.
Filmes sobre a Segunda Guerra já foram mais comuns nos anos 50 e 60, mas continuam a ser produzidos em bom número. Além da A Queda (2004), tivemos nos últimos anos O Pianista (2002), Cartas de Iwo Jima (2006) e Bastardos Inglórios (2009), para citar alguns campeões de bilheteria. Mesmo filmes que exploram temas sem relação com a Segunda Guerra podem se inspirar neles de algum modo, como os uniformes “nazistas” dos oficiais do Império na série de filmes Guerra nas Estrela.
A música também costuma inspirar-se na Segunda Guerra. Em 1973, o poema Rosa de Hiroshima de Vinicius de Moraes, foi musicado pela banda Secos e Molhados, de Ney Matogrosso. Lá fora, a guerra foi abordada por grupos como Rolling Stones (Sympathy for the devil), Iron Maiden (Ace High) e Pink Floyd (the wall). Mas o movimento punk a tornou um tema constante. Em 1977, os Sex Pistols lançaram Belsen Was Gas, polêmica canção sobre o campo de concentração na Alemanha onde morreu Anne Frank, garota alemã de origem judaica. A banda inglesa Joy Divison (1977-1980) tirou seu nome de uma “divisão” de prostitutas que atendia a soldados nazistas.

Na área de videogames, todos os anos são lançados novos títulos sobre o tema. Em 2009, por exemplo, vieram Wolfenstein, Company of Heroes – Teles of Valor e Battlefield 1943. Na internet, uma pesquisa rápida no Google em 2011 revela 62 milhões de ocorrências para “Worl War II”, contra 14 milhões para “Vietnam War” e 12 milhões para “Iraq War”. Como se vê, 66 anos depois de seu fim, a Segunda Guerra está longe de sair do imaginário popular.

*Reprodução integral.
Fonte: Curso preparatório enem 2011 História II. ed abril. pág 47.

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