terça-feira, 4 de outubro de 2011

Philipe Tétart: Pequena História dos Historiadores. pág 11-55

A forma como se escreve a história mudou muito desde seu surgimento até a atualidade.
Cap. 1: A Conquista Grega da História
(P. 11) Nas origens: Os Logógrafos:
Uma nova maneira de apresentar as “origens”.
O termo logographoi designa (sécs. VI e V a.C) os primeiros “escritores em prosa” que se interrogavam sobre suas raízes, tentando ir além das explicações mitológicas. Surgiram na Jônia, desejando tornar a história grega mais racional. Apesar de fragmentadas, suas obras manifestam o divórcio com a tradição da explicação das origens pelo mito...
Hecateu de Mileto (540-476 a.C).
(P. 12) É o mais conhecido entre os logógrafos antigos. Era geógrafo e historiador onde escreveu sobre Genealogias, buscando a origem das famílias que se diziam descendentes de deuses e heróis. Fugindo das explicações maravilhosas.
De Heródoto à Políbio.
Heródoto de Halicarnasso (490-425 a.C). A investigação como história.
Com Heródoto a história fez enormes progressos. (P. 13) O título de sua obra, História, revela sua evolução em relação aos logógrafos. Pois, esta significa investigação, pesquisa, informação. Reconstruindo acontecimentos através de depoimentos escritos e orais, inaugurando a tradição da história factual detalhada.
Tornando-se testemunha e árbitro da memória grega, mas sem se libertar do maravilhoso.
A memória e sua celebração.
Segundo Cícero, as obras de Heródoto eram escritas de forma a seduzir o leitor. E seus relatos muitas vezes não passavam pelo crivo do verdadeiro ou não. Todavia, sua história das Guerras Médicas mostram uma consciência até então desconhecida da importância das guerras na história do mundo mediterrâneo. Mostrando o distanciamento entre a história e a tradição mítica.
(P. 14) Heródoto diz querer reconstruir a história para que “o tempo não apague os trabalhos de outros homens e que os grandes atos realizados seja pelos gregos, seja pelos bárbaros, não caiam no esquecimento”. Recusando o helenocentrismo, destaca a necessidade de conhecimento do outro, elevando a história à posição de saber patrimonial e universalista.
Tucídides (460-396 a.C) e a afirmação da história.
Um método e um pensamento histórico.
 Tucídides estabeleceu um novo método crítico da história. Ultrapassando o simples esforço da cópia e buscando um conhecimento científico do passado, fundado em um encontro entre logos e Chronos [1].
Assim como Heródoto, ele parte de uma apresentação clássica da história grega. Entretanto, ele continua até o tempo presente, fazendo uma análise crítica dos depoimentos escritos e orais que reúne sobre a guerra do Peloponeso.
(P. 15) Tucídides aperfeiçoa um enfoque que favorece o amadurecimento do gênero histórico. Através da preponderância da cadeia factual e causal criticando as fontes, restabelecendo os fatos, organizando-os e analisando-os.
A história como um legado cívico.
 O desejo de legitimação da história em Tucídides não assegura a veracidade de seus escritos, mas confirma uma preocupação dupla: proceder como pedagogo e fazer os gregos compreenderem a utilidade do conhecimento histórico. (P. 16) Ele quer fazer da história um “monumento-tela posto na frente da realidade, para a edificação das gerações vindouras”.
Políbio (205-120 a.C), o observador da ascensão de Roma.
Durante os 17 anos em que Políbio ficou refém em Roma, conjugou as fontes e suas próprias memórias para narrar a conquista do mundo pelos romanos entre os séculos III e II a.C.
(P. 17) Ele encara a história como um exercício rigoroso de interpretação do passado. Por preocupação com a exatidão e por desprezo pelas compilações simples, Políbio considera que toda boa história só pode sair de uma memória viva: ou seja, para ele o essencial é ter vivido os acontecimentos que descreve. Para isso utiliza sua própria experiência e os depoimentos dos exilados que encontra em Roma.
Problemática, causa e demonstração.
Políbio busca a explicação sobre como e graças a qual governo o Estado Romano pôde estender sua dominação a quase toda a terra habitada em menos de 53 anos.
(P. 18) “Nada de provável nem de improvável pode acontecer sem uma causa”. Desse modo Políbio vai mais longe que seus predecessores. A busca pela causa, e a presença da problemática o obriga a abordar todas as questões, trazendo a história um racionalismo mais pronunciado do que Tucídides, mesmo se deixando levar pelo finalismo (providência dos acontecimentos).
Um espaço novo de pensamento.
Da lenda aos homens.
Em quatro séculos a história avançou, impondo uma demarcação entre o lendário e o “real”. A origem do poder e o presente, agora podem ser explicados pelos fatos e causas humanas.
Uma ciência fonte de reflexão.
Os historiadores gregos justificavam a ideia de uma reflexão sobre o passado e a memória. O homem a sociedade e todo o mundo que os rodeavam estavam no centro de suas interrogações. A história tornou-se uma ciência humana.
Um período rico e fundador.
(P. 19) As regras editadas pelos historiadores gregos constituem a origem distante do método histórico contemporâneo.
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Cáp.2: Clio no Tempo de Roma
(P. 21) Uma História tardia.
As causas do atraso.
O desenvolvimento da historiografia romana é tardio. Seu início data dos séculos III e II a.C, ou seja, cinco séculos após a fundação de Roma. As principais causas dessa história tardia são: primeiro a historiografia grega domina o mundo romano, e a deficiência de fontes graças a um arquivo deficiente.
Além do fato de que a ideia de nação leva muito tempo para tomar corpo. A história com função cívica de legitimação ainda não aparece.
(P. 22) Os analistas
Foram os primeiros a tentar resgatar o passado romano (séc. III a.C). Diferente da forma grega do relato contínuo e explicativo, os analistas fazem um trabalho de compilação cronológica esclarecida, tendo como fonte calendários, listas de cônsules, memórias familiares etc. Geralmente medíocre, os analistas apenas juntam as citações umas às outras.
Que história?
A celebração da grandeza romana
Na virada do século II para o século I a.C, desenvolve-se o fio condutor da história romana: construir uma história da qual Roma é o centro, para afirmar seu papel prestigioso e celebrá-lo, para estabelecer um tesouro “político” e nacional (j. Hours).
A prioridade da eloquência [2]
(P. 23) A história romana pertence primeiro a área da literatura, da eloquência e da retórica, postas a serviço da exaltação nacional. Catão (234-149 a.C) é o primeiro a escrever em latim reivindicando a importância da ruptura com o grego. Seu objetivo é convencer um auditório, pois os historiadores declamavam suas obras.
Nas pegadas do gênio romano
(P. 24) Clio, musa “nacional”.
A partir do séc. I a.C, a história romana se aperfeiçoa. Roma permanece o personagem central da história. Sempre buscando na história a grandeza romana. Nesse ponto, o rigor científico passa a segundo plano.
Clio romana não é uma ciência. Ciceroniana no plano estilístico, é uma história que tem como objetivo maior enaltecer as instituições morais e políticas de Roma, mantendo o gênio romano.
Salústio (86-35 a.C): uma densidade moralizada.
(P. 25) Tribuno da plebe e protegido de César, Salústio retira-se da vida pública para escrever monografias. Admirador de Tucídides, escreve interessado nas causas e motivações dos grandes atores da história romana. A obra salustiana constitui um avanço para a historiografia romana.
Tito Lívio (59 a.C-17 d.C.), dramaturgo da história.
Tito Lívio dedica-se inteiramente à literatura e a história, onde fica evidente seu apreço pela análise da longa duração. Seu trabalho é didático e moral: “as qualidades morais de um povo forjam seu destino”.
(P. 26) Não é um homem de métodos. Desconfia pouco de suas fontes. Sua obra contém anacronismos e contradições.
Um gênero em busca de si mesmo
(P. 27) No séc. I, a história romana está longe da exigência esperada de uma verdadeira curiosidade científica. Essa história medíocre decorre do fato de que querendo ao mesmo tempo enaltecer Roma e protegê-la dela própria, os historiadores, sensíveis antes de tudo à arte da narração e da demonstração política, preocupavam-se mais com a moral do que com a história propriamente dita.
Tácito (56-117 d.C.), observador da decadência.
Tácito foi criticado por sua parcialidade e falta de exatidão. Apesar disso produz uma obra-prima da historiografia, impregnada de vontade de “pensar o assunto”.
Um estilo denso e incisivo.
(P. 28) Tácito é um grande orador, o que influência definitivamente seu estilo de escrever.
Uma abordagem metódica e pessimista.
Revela-se ainda um dos maiores historiadores de sua época, segundo M.C Howatson. Pessimista, mas dotado de um senso de desenvolvimento e ironia, Tácito, utiliza-se de suas qualidades para julgar vícios e virtudes do sistema republicano e imperial.
Um olhar dirigido a outros lugares.
(P. 29) Tácito abre também a perspectiva para fora do mundo romano. Esse esforço constitui um progresso notável numa historiografia até então pouco preocupada com povos não romanos.
Suetônio (70-122), biógrafo pontilhista.
Método e otimismo.
Suetônio é influenciado pelo enciclopedismo dos vícios e virtudes além de apresentar um alto rigor arquivístico o que o leva a escrever de forma otimista, rompendo com a tradição taciteana.
Nas raízes da biografia.
Algumas de suas obras, não são obras de historiador e sim de um biógrafo influenciado pela análise de longa duração.
(P. 30) Em suma, a história segundo Suetônio consiste mais em pôr em relevo os casos excepcionais dos césares do que analisar a evolução do império. Tanto que compartilha com Plutarco (46-120) o título de “pai da biografia”.
Entre história e política
(P. 31) O peso do político
Apesar de sua inclinação subjetiva e pessimismo moralizador, os historiadores romanos legam documentos que tornam inteligíveis muitos fatos. Entretanto, no essencial, esta história permanece uma arte consumada de estratégia política.
Existe uma razão para tanto: “a história durante o período imperial” se faz “sob o império do medo e da autocensura”.
(P. 32) Moralismo, pluralidade e imediatismo.
Nesse contexto que mistura censura e temor da decadência romana, a história é remetida a uma função moral e política.
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Cáp.3: A História Cristã: séc. IV-XI
(P. 33) Uma história consagrada.
Um simples auxiliar da religião.
A historiografia cristã antiga e medieval foi por muito tempo censurada por sua pobreza. Pobreza derivada da falta de independência e curiosidade intelectual, graças a influência da mentalidade cristã.
Mantida num papel auxiliar, serve para edificar e alimentar a teologia, a veneração do divino, a igreja, a conversão e a evangelização.
Uma coerência interna e um legado.
(P. 34) Apesar de sua mediocridade, a história escrita pelos cristãos é em si, um fator de inteligibilidade do mundo. Ou seja, como os cristãos desse período enxergavam o mundo.
Os fundadores da história cristã.
Eusébio (265-341), pai da história cristã.
As obras de Eusébio têm como fio condutor a lógica providencialista.
Um enfoque finalista.
As obras de Eusébio sobre a igreja primitiva são de grande valia, mas celebram antes de tudo o triunfo da igreja, imprimindo uma leitura finalista, que rompe com o enfoque repleto de incerteza dos romanos.
(P. 35) Uma história universal e evangelizadora.
Eusébio organiza a cronologia em torno do saber bíblico, da criação ao Juízo final. Sua história não permite lacunas, nem dúvidas. Graças à revelação, o cristão possui um fio condutor que lhe permite pensar a totalidade da história. Sabe que o universo tem um início e um fim.
A contribuição essencial de Santo Agostinho (354-430).
A obra de Santo Agostinho prolonga a de Eusébio, fazendo da história um auxiliar da fé, dirigindo-a em direção da afirmação da existência de Deus e de seu reino.
A história, trampolim para a cidade celeste.
(P. 36) Santo Agostinho desenvolveu a teoria da Cidade de Deus, onde todo cristão deve se submeter às exigências da terra para conseguir ser aceito na Cidade de Deus.
Uma teologia cristã da história.
A Cidade de Deus pode ser designada como “o tratamento fundamental da teologia cristã da história”.  (P. 37) E esta já não é senão a memória da viagem para a felicidade.
Orose ou a história como “consequência do pecado”.
Paul Orose (390-primeira metade do séc. V) tenta mostrar que “toda a história humana antes da vinda de Cristo é consequência ou castigo consecutivo do pecado original”.
A sombra dos mosteiros (séc. V – XII).
O arquétipo na diversidade.
As hagiografias [3] revelam uma visão arquetípica da biografia. Santos e mártires substituem heróis e homens ilustres.
(P. 38) A história cristã medieval diversifica-se até o séc. XII, período em que emerge uma “consciência histórica” que subverterá os quadros da historiografia a partir do séc. XIII.
Uma história “monacal”.
Entre o “bem e o mal”.
A história consegue sobreviver à miséria cultural e intelectual do ocidente cristão dos séc. V-VI. Marcada por encomendas de bispos e soberanos que desejavam se apoderar de uma genealogia impregnada pelo tempo e universo cristãos.
Na quietude dos scriptoria.
(P. 39) A transcrição da memória nessa época é feita por clérigos e monges copistas anônimos. Empenhados em copiar esse passado no qual Deus tem o papel principal.
Poucos instrumentos, pouco método.
As fontes são raras, o método é teológico e as fontes bibliográficas são pobres.
(P. 40) Entretanto, alguns aperfeiçoamentos técnicos são introduzidos ao longo dos séculos: capítulos, títulos, sumários, menções e até mesmo fontes.
A manutenção da atividade de historiador (séc. VI-X).
Duas grandes figuras.
Grégoire de Tours (538-594).
Em um de seus livros. Tours, conta a história de Clóvis e de seus sucessores numa dupla perspectiva: a glorificação do destino de uma linhagem e a ideia do povo escolhido. Sua obre é taxada de infantil e contém numerosas inverosimilhanças.
Isidoro de Sevilha (562-636).
(P. 41) Espanhol e grande figura do período VI-VII, afirma que o primeiro historiador não foi Heródoto e sim Moisés.
Sob o sinete carolíngio
O renascimento carolíngio.
Sob Carlos Magno surgem as condições para uma retomada intelectual. O panorama historiográfico, pobre até então, enriquece-se e desloca-se do sul da Europa para o eixo renano-moselano. A cultura clássica aos poucos vai sendo retomada pelo Ocidente medieval. A história politiza-se de novo.
Uma história mais madura.
Paul Diacre (725-799) abre o renascimento historiográfico, caracterizado pelo início de uma apresentação das virtudes nacionais e dinásticas.
(P. 42) Eginhard (770-840) marca a historiografia com sua coletânea baseada em lembranças pessoais, às vezes de maneira fantasiosa impregnada de uma excessiva devoção a Carlos Magno.
Nithard (?-844) neto de Carlos Magno, escreve para Carlos o Calvo. É maduro e abra um excepcional panorama historiográfico dos séc. VI-X.
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Cáp.4: Rumo a Uma História Secularizada: Séculos XII-XV
As premissas de uma história laica
O problema da noção de “passado”.
(P. 43) A Idade Média é um período em que se “vive demais a história para falar dela”, em que o passado, não sendo considerado morto, “dificilmente consegue colocar-se como objeto de conhecimento”.
A reforma gregoriana do séc. XI é central na ajuda ao renascimento historiográfico dos sécs. XII-XIV.
Espaços espiritual e temporal.
Orderic Vital (1075-1142) em seus sete livros expressa um desejo de se libertar da parte do religioso.
(P. 44) Apesar de não conseguir se libertar efetivamente, escrevendo uma história mista, ele dá preciosas informações sobre a primeira cruzada.
As cruzadas: uma virada
Um gênero que se descobre
A memória dos pergaminhos
(P. 45) Surge entre os séculos XI e XIII, uma renovação do olhar sobre a documentação do passado.
Gosto pela narrativa, pelo alhures e épico.
Houve ainda nos séculos XI ao XII, a redescoberta dos autores antigos, o que cultiva um gosto pelo épico, que vem muito a calhar em meio a uma conjuntura da época das cruzadas. O relato dos altos feitos dos cruzados torna-se um gênero muito apreciado, objeto de orgulho nacional, graças ao qual a história “entra no século”.
A história “entra no século”.
A cruzada como choque e espaço cultural.
(P. 46) Pregada por Urbano II, a primeira cruzada (1096-1099), dilatou o tempo e o espaço e colocou dois povos distintos frente a frente. O choque cultural foi inevitável, e as trocas culturais também.
A história sob uma nova identidade.
O espaço e o tempo colocaram-se com uma identidade nova, legitimada tanto pelo caráter sagrado da missão dos cruzados, quanto pelo choque entre as duas sociedades.
Juristas, arquivistas, literatos e guerreiros participam da humanização da história. Surge uma ponte entre a função teológica da história e seu papel político. Pois, as cruzadas tinham tanto interesses religiosos, quanto políticos.
A história, o historiador e as cruzadas.
Sempre a justificativa pela fé.
(P. 47) A história escrita sobre a cruzada sempre se justifica pelo religioso: a exaltação da Francia e da cristandade estão intimamente ligadas.
Depoimento sobre o vivo ou o morno
Villehardouin (1150-1213) relata a quarta cruzada como homem informado. Autor testemunha e autor escreve seus relatos num tom claro, mas sempre adotando o princípio da infalibilidade da missão na Terra Santa. Embora a quarta cruzada tenha sido um fiasco.
(P. 48) Robert de Clari (?-1216) também participa da quarta cruzada. E embora sua biografia seja muito lacunar, ele produz uma história de combatente comum.
Villehardouin e Clari são os primeiros a escrever em língua vulgar. É uma contestação clara da prática da preponderância do latim. O que favorece a secularização da história [4].
A idade de ouro dos cronistas.
O limiar do século XIII.
(P. 49) No século XIII, o apreço pela crônica histórica emancipa-se da tutela religiosa, orientando-se para serviço da política e da glorificação dos “mais ilustres”. Tendo o latim perdido seu monopólio, a história “laica” torna-se um gênero.
O contexto é o de um vivo despertar intelectual, literário e artístico. Nesse período surgem as primeiras universidades,
Jean Froissart (1337-1410): uma obra politizada.
(P. 50) Froissart escreve com o intuito de agradar a seus protetores e a nobreza que lê seus livros.
(P. 51) Sua ideologia é, portanto, uma ideologia cavalheiresca. Defensor da aristocracia contra os vilãos. Froissart inaugura uma historiografia burguesa, aristocrática, politizada, feita por homens que vivem próximos a príncipes. E estes por sua vez, se utilizam dos escritos para exaltar o passado dinástico e forjar seu legítimo direito sobre o território.
A obra de commynes. No ponto de encontro de duas “histórias”.
(P. 52) No essencial, os cronistas dos séculos XIV e XV são mantidos na dependência dos príncipes. Dentre eles Philippe de Commynes (1447-1511), seus escritos constituem uma parte insubstituível da historiografia política do século XV, pois distingue-se por seu bom senso da realidade e da complexidade das coisas. Sendo até mesmo comparado a Maquiavel.
Os primórdios da modernidade
Uma nova percepção do papel do historiador.
(P. 53) Um passo enorme já foi dado em direção ao Renascimento. Se preocupando menos com o que cada um escreveu e mais com o que ele disse sem colocar no papel. A história agora possuiu um poder que não tinha antes, (P. 54) quando o trabalho dos historiadores era edificar a moral, a religião e seus contemporâneos.
Com Commynes a história se torna objeto de estudo e é posta a serviço dos pensadores e dos príncipes europeus.
A história, veículo de sentimento nacional.
A partir desse momento a história torna-se veículo do sentimento nacional, fator de exaltação de uma identidade comum.
A constituição de heróis nacionais ficará por muitos séculos nos manuais escolares e o povo permanece nos bastidores, pois a história é dos grandes.

[1] Procura da “razão mais verdadeira”.
[2] Eloquência: capacidade de falar bem.
[3] Biografia de santos
[4] Secularização: Transformação do religioso em leigo.
Bibliografia:
TÉTART; Phillipe: “Pequena História dos Historiadores”. São Paulo: Edusp, 2000. Pág. 11-55


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