Capitulo 10: Entre a Ciência e Pedagogia Cívica.
(P. 97) Em meados do séc. XIX o mundo dos
historiadores é submergido por uma febre documental, que pesa na evolução da
profissão.
(P. 98) Para manter esse patrimônio o Estado passa contratar
funcionários: arquivistas, inspetores dos monumentos históricos, conservadores
de museus e bibliotecas e professores. (...)
Para os professores as mudanças são primordiais, favorecendo a
mudança da mentalidade e da condição do historiador. E é nesse momento que o
lugar dos historiadores no mundo é legitimado, pois, tendo-se tornado uma
disciplina curricular a história afirma seu estatuto cientifico.
(P. 99) Uma Ciência e seu
Método.
Sob a influência positivista, as regras da história se tornam
precisas.
O Reinado do Documento: O Rigor Seco da
História Metódica.
Baseada nas opiniões de Monod (1844-1912) a história nova é
estritamente metódica.
Em nome de um racionalismo total prega unicamente o estudo das
fontes escritas: coleta dos documentos (heurística), critica externa (data,
autor, origem), crítica interna (hermenêutica), resumo crítico, síntese e
colocação em perspectiva dos dados.
(P. 100) O Historiador
entrincheirado atrás do documento.
O método de Monod é rigoroso e perverso. Considerando somente a
historicidade do escrito, o historiador positivista encerra-se numa torre de
marfim, evita confrontar-se com a análise, recusa o poder da intuição, dos
dados orais, etc. Em suma, evita confrontar-se com as indeterminações da
história.
E por detrás do “fetichismo do documento” esconde-se o ideal de
uma história perfeita.
(P.101) A história como
“ciência social”: Lavisse um historiador cidadão.
Ernest Lavisse (1842-1922) compõe uma história clara, clássica,
exigente e inteligível para o grande público.
Lavisse considerava a história como parte integrante da disciplina
cívica e patriótica.
(P. 102) Ele promove o sentimento de pertença e de unidade
nacional, o respeito mútuo na cidadania. Lavisse prega lição moral laica,
patriótica e republicana, tingida às vezes por acentos revanchistas.
A história como pedagogia social.
Formar bons cidadãos, bons eleitores e bons soldados que “amam seu
fuzil”, é a divisa do trabalho emblemático de Lavisse. Fazer história em 1900
não é portanto um ato neutro.
(P.103) O historiador cientifico, profissional e republicano
acredita ser o aguilhão da consciência social e política do cidadão, e
desempenha assim um papel na vida cívica.
Bibliografia:
TÉTART; Philippe: “Pequena História dos Historiadores”.
Ed Edusc, pág.97-103.
cd o resto do livro????
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