terça-feira, 30 de novembro de 2010

Analise da Política como Farsa no Golpe de Napoleão III.

Karl Marx (1818-1883) em seu livro “O 18 Brumário de Luíz Bonaparte” analisa o golpe aplicado por Luiz Bonaparte em 1852, em que o mesmo proclamou-se imperador assumindo o título de Napoleão III e criando o segundo império Francês. O próprio título do livro de Marx é carregado de ironia, pois traz a data do golpe de Napoleão Bonaparte contra o diretório, deixando bem claro a tentativa do sobrinho de imitar o tio. O 18 Brumário foi publicado em 1852, alguns meses após o golpe de Luiz Bonaparte, e por esse motivo desempenhou crítica ferrenha ao regime de Napoleão III.
Marx inicia seu livro relembrando o pensamento de outro célebre filosofo alemão: “Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes.” e completa “E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”.
Fica clara a posição de Marx ao golpe de Luiz Bonaparte, ele não passaria de uma sombra, uma caricatura de Napoleão Bonaparte, onde, para legitimar-se no presente é necessário buscar raízes no passado, mesmo que essas raízes não passem de devaneios e invenções.
A busca por legitimidade cria a política como farsa. A política apenas com cópia mal feita de eventos passados e esses eventos passados nada mais são do que cópias mal feitas de um passado ainda mais distante.
O objetivo desta afirmação é levar o leitor, contemporâneo dos acontecimentos franceses de 1851, a compreender que a repetição (mal feita) da história nada mais é do que uma farsa, uma busca por legitimidade e alertar que Napoleão III não é Napoleão I, pois, Luiz Bonaparte somente utiliza-se de sua memória para manter-se o poder.

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