Karl Marx (1818-1883) em seu livro
“O 18 Brumário de Luíz Bonaparte” analisa o golpe aplicado por Luiz Bonaparte
em 1852, em que o mesmo proclamou-se imperador assumindo o título de Napoleão
III e criando o segundo império Francês. O próprio título do livro de Marx
é carregado de ironia, pois traz a data do golpe de Napoleão Bonaparte contra o
diretório, deixando bem claro a tentativa do sobrinho de imitar o tio. O
18 Brumário foi publicado em 1852, alguns meses após o golpe de Luiz Bonaparte,
e por esse motivo desempenhou crítica ferrenha ao regime de Napoleão III.
Marx inicia seu livro relembrando o
pensamento de outro célebre filosofo alemão: “Hegel observa em uma de
suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história
do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes.” e completa “E
esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como
farsa”.
Fica clara a posição de Marx ao golpe
de Luiz Bonaparte, ele não passaria de uma sombra, uma caricatura de Napoleão
Bonaparte, onde, para legitimar-se no presente é necessário buscar raízes no
passado, mesmo que essas raízes não passem de devaneios e invenções.
A busca por legitimidade cria a
política como farsa. A política apenas com cópia mal feita de eventos passados
e esses eventos passados nada mais são do que cópias mal feitas de um passado
ainda mais distante.
O objetivo desta afirmação é levar o
leitor, contemporâneo dos acontecimentos franceses de 1851, a compreender que a
repetição (mal feita) da história nada mais é do que uma farsa, uma busca por
legitimidade e alertar que Napoleão III não é Napoleão I, pois, Luiz Bonaparte
somente utiliza-se de sua memória para manter-se o poder.
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