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Todos nós aprendemos
na escola que a descoberta da América aconteceu graças à expansão marítima europeia,
que ocorreu principalmente na Espanha e em Portugal, proporcionada graças à
criação da caravela uma das maiores obras de engenharia de todos os tempos. Que
libertou o homem europeu das navegações costeiras, possibilitando o avanço rumo
ao alto-mar.
Segundo a história
oficial o navegador genovês Cristóvão Colombo, acreditando na esfericidade da
terra, partiu da costa espanhola em agosto de 1492 rumo ao oeste, para assim
circundar a Terra e chegar as Índias. O fim desta história todos já conhecem,
em dois meses Colombo chega a ilha de Guanaani, atual San Salvador nas Bahamas,
acreditando ter descoberto uma nova rota para as Índias. Somente em 1504, Américo
Vespúcio confirmou que o que havia se descoberto era muito mais que uma nova
rota, mas um novo e gigantesco continente.
Já no caso específico
do Brasil, a história oficial entrega o trunfo deste feito ao navegador
português Pedro Álvares Cabral que teria descoberto o Brasil no ano de 1500,
mesmo com grandes evidências de que o português Duarte Pacheco Pereira, e os
espanhóis Américo Vespúcio, Yanez Pinzón e Diego Lepe tenham chegado primeiro
ao território que hoje chamamos de Brasil.
A Idades dos Descobrimentos
durou por mais dois séculos, até 1771 quando o Inglês James Cook descobriu
oficialmente a Austrália.
Fugindo deste esquema
pré-fabricado há indícios de que o continente que futuramente receberá o nome
de América já havia sido visitado por outros povos, muito antes dos europeus.
Segundo Gavin
Menzies, ex-oficial da marinha britânica e autor do livro “1421-O Ano em Que a
China Descobriu o Mundo”, foram os chineses os primeiros a chegar ao novo mundo
e isso muito antes do nascimento de Colombo.
No início do século
XV, enquanto a Europa saia da Idade Média e engatinhava na engenharia naval, o
imperador chinês Zhong Di, em seu auge econômico mandou construir 300 ba chuan,
a mais potente embarcação construída até o século XX. Tinha 150 metros, levava
200 toneladas de carga e tinha autonomia de 7 mil quilômetros o suficiente para
cruzar o Atlântico sem paradas.
Essa fantástica
armada fez várias viagens pelo oceano Índico e acredita-se que cruzaram o cabo
da Boa Esperança 60 anos antes de Bartolomeu Dias e dali eles teriam se lançado
rumo ao novo mundo. Menzies acredita que os chineses passaram pela costa
brasileira em setembro de 1421. Segundo esta tese houve contato entre os
chineses e os indígenas, pois, pesquisas genéticas constataram semelhanças
genéticas entre chineses e índios sul-mato-grossenses. Para voltar, eles foram
até o sul do continente e de lá entraram no pacífico de volta a China. No
caminho acredita-se que tenham passado pela Austrália. Assim que Zheng He
voltou a China em 1423, soube que o imperador Zhong Di, havia sido derrubado
por uma rebelião e o novo soberano considerou que essas viagens estavam
onerando os cofres públicos além de irem contra a idéia confusionista de que a
China deveria se fechar para os Bárbaros.Assim após essa volta ao mundo, a
China se fechou e essa é uma das explicações para a não colonização desses
achados.
Existe a teoria de
que os povos Vikings, antigos habitantes da Escandinávia, foram os primeiros a
chegar ao continente americano, e isso haveria ocorrido por volto do século IX
enquanto eles eram os senhores do Atlântico Norte.
Leif Eriksson,
segundo um épico viking do século XIII , teria fundado um colônia no noroeste
do atlântico que teria sido destruído por ataques de um povo misterioso, os
skraelingar, que disparavam flechas, vestiam jaqueta de couro e remavam em
botes cobertos de peles.
Em 1960, um grupo de
arqueólogos desenterrou no litoral do Canadá uma fazenda tipicamente viking,
além de vários objetos de metalurgia como pregos e alfinetes. Os indígenas da
região não sabiam trabalhar com o ferro. Exames de carbono 14 datam esses
objetos por volta do ano mil. Não se sabe se os vikings ficaram só no litoral
ou desbravaram o interior, mas hoje não resta dúvida de que eles estiveram na
América por volta do ano 1000.
Existem ainda relatos
de que os fenícios (os maiores navegadores da antiguidade), encontraram no
“Oceano Ocidental” por volta de 500 a.C, uma grande terra fértil e de clima
delicioso. No início da Idade Média circulava pela Europa rumores de uma
espécie de paraíso terrestre, a imagem e semelhança do Éden bíblico. Entre os
celtas a terra encantada tinha o nome de Hy Brazil, que provavelmente vem do
termo fenício barzil que significa ferro. Sabe-se que os celtas e fenícios
comerciaram na antiguidade. A idéia de que nosso país foi batizado graças às
árvores existentes por aqui é ridícula, pois a palavra Brasil é mais antiga do
que a própria língua portuguesa.
Outra história
escrita na Irlanda por volta do ano 900, conta os relatos da Navegação de São
Brandão, que partiu rumo ao atlântico, em um pequeno barco, com outros monges
chegando as terras de Hy Brazil e voltado para a Irlanda para contar a
história.
Não há provas de que
os fenícios e celtas estiveram em terras americanas, mas o Birreme (navio
fenício) era uma ótima embarcação, capaz até mesmo de atravessar o atlântico.
Fica claro que quem
colonizou tratou logo de esculpir a versão do descobrimento. Esse é um ótimo
exemplo de história contada pelos vencedores: europeus, brancos e cristãos.
Na realidade não
importa saber quem “descobriu” a América ou o Brasil, pois esse continente foi
realmente descoberto há cerca de 15 mil anos, mas sim quem colonizou e o que os
colonizadores fizeram neste continente.
Referências:
Matéria adaptada da revista Super
Interessante. Ed 233 de Dezembro de 2006. Texto de José Francisco Botelho.
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