Peter Burke nasceu na cidade de Stanmore, Inglaterra, no ano de
1937.Doutorado na Universidade de Oxford (1957 a 1962), foi professor de
História das Ideias na School of European Studies da Universidade de Essex, por
dezesseis anos professor na Universidade de Sussex (1962) e professor da
Universidade de Princeton (1967); atualmente é professor emérito da
Universidade de Cambridge (1979). (...)
Foi professor-visitante do
Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA – USP) de setembro de 1994 a
setembro de 1995, período em que desenvolveu o projeto de pesquisa chamado Duas
Crises de Consciência Histórica.
Vive em Cambridge juntamente com a sua esposa, a historiadora
brasileira Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke, da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo.
Foi o historiador equatoriano Juan Maiguashca (professor de
História Econômica de América Latina da Universidade de Toronto), discípulo de
Chaunú, quem introduziu Peter Burke no mundo dos "Annales" (Escola
dos Annales).
É também um dos maiores especialistas mundiais na obra de Gilberto
Freyre. Escreveu, com a esposa Maria Lucia Pallares-Burke, o livro
"Repensando os Trópicos". É autor de inúmeros artigos críticos,
inclusive na imprensa, sobre o sociólogo pernambucano. Costuma indicar a relevância
de Gilberto Freyre para o estudo da cultura material - casa, mobílias, roupas,
alimentos, etc.
Burke é considerado um especialista na Idade Moderna europeia e
também em assuntos da atualidade, enfatizando a relevância de aspectos
socioculturais nas suas análises. É autor de mais de trinta livros, muitos
deles publicados no Brasil.
A obra.
Peter Burke discorre no terceiro capítulo do livro O que é
História Cultural, intitulado A vez da antropologia histórica, sobre como a
história cultural, segundo suas próprias palavras, “entre as décadas de 1960 e
1990 deu uma virada em direção a antropologia”.
Desse encontro entre a história e a antropologia, os
“historiadores aprenderam a usar o termo cultura de uma forma mais ampla”. Os
historiadores que se apropriaram de alguns desses conceitos antropológicos
constituíram uma abordagem denominada “antropologia histórica”.
Se antes o termo cultura era empregado pelos historiadores para se
referir somente à alta cultura. Agora se referia também a cultura cotidiana e
suas peculiaridades como costumes, valores de vida e etc.
Essa nova forma de se entender a história e o termo cultura, abriu
espaço para o abandono de esquemas teóricos generalizantes que tendem a
valorizar grupos particulares em lugares e tempo específicos. O que
possibilitou o surgimento de trabalhos sobre grupos e temas excluídos da
sociedade como os “trabalhos sobre gênero, minorias étnicas e religiosas,
hábitos e costumes incorporando metodologias e conceitos de outras
disciplinas”.
Burke no terceiro capitulo dá uma lista de diversos historiadores
que passaram de alguma forma a utilizarem-se da antropologia histórica dando o
que ele chama de virada cultural. Os mais diversos assuntos começaram a serem
tratados seguindo esse modelo antropológico, onde, segundo o próprio autor,
“estamos a caminho da história cultural de tudo”. E cada vez mais a cultura é
utilizada para explicar acontecimentos políticos e econômicos pelos
historiadores.
Diversos antropólogos servem de fonte de inspiração, como Marcel
Mauss, Edward Evans-Pritchard, Mary Douglas, Claude Lévi-Strauss e Clifford
Gertz. No auge de sua fama, inúmeros historiadores sentiram-se atraídos pela
abordagem estruturalista de Lévi-Strauss, descobrindo posteriormente que ’ela
resistia a apropriações’.
Muitos historiadores marxistas de fins do século XX aderiram a
essa visão antropológica da história, buscando uma maneira alternativa de
vincular cultura e sociedade que se diferenciasse do modelo marxista da
superestrutura, onde tudo é subordinado à economia.
Essa união entre o conceito amplo de cultura e a ideia
antropológica de regras e protocolos atraiu muitos historiadores culturais,
aumentando-se assim o interesse dos mesmos pela cultura popular.
Um grande reflexo da utilização da antropologia na década de 1970,
foi o surgimento de um novo gênero histórico, a chamada “micro-história”. Tendo
como destaque os historiadores italianos Carlo Ginzburg, Giovanni Levi e
Edoardo Grendi.
Peter Burke entende que o surgimento desse tipo de história pode
ser explicado ao menos de três formas.
A primeira acredita que a micro-história surgiu como uma resposta
a um certo tipo de história social, que utilizando-se de métodos da história
econômica não dava muita importância as especificidades das culturas locais.
A segunda entende que a micro-história foi uma reação ao encontro
com a antropologia. “O microscópio era uma alternativa atraente para o
telescópio, permitindo que as experiências concretas, individuais ou locais,
reingressassem na história”.
E por último a micro-história seria uma reação a desilusão dos
historiadores com a chamada “narrativa grandiosa” dos grandes acontecimentos
ocidentais. Que não dava voz a grupos excluídos participantes desses processos.
Essa narrativa grandiosa ocidental cada vez mais foi se tornando
alvo dos grupos marginalizados da história. As antigas colônias, as mulheres,
os povos orientais, o terceiro mundo, etc. começaram a buscar, utilizando-se da
antropologia histórica, aquilo que a narrativa dos grandes acontecimentos ofuscou,
para com isso, resgatarem sua história deixando-as livre das interferências dos
grupos dominantes e do esquecimento.
Referências.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Burke
Pergaminho- revista eletrônica de história - UFPB - ano 1 - n. zero
- out. 2005
Bibliografia: BURKE; Peter: “O que é história cultural?” Rio de
Janeiro: Ed. Zahar, 2005. Pág 44-67
q xato nada a ver com o q eu procurei
ResponderExcluirO que você estava procurando?
Excluir18. SILVIA, Janice Theodoro da. Descobrimentos e colonização. São Paulo: Editora Ática,1998.
ResponderExcluir19. SOIHET, Rachel; BICALHO, Maria Fernanda Baptista e GOUVÊA, Maria de Fátima Silva (Orgs.). Culturas políticas. Rio de Janeiro: EDITORA Mauad/FAPERJ, 2005.
Eu só consegui postas como Anônimo. Vc não irá mais fazer as postagens??? rsrsrs Estou precisando dessas:
ResponderExcluir1. AZEVEDO, Cecília e RAMINELLI, Ronaldo. História das Américas: novas perspectivas. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2011.
4. CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo. Novos domínios da História. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2012.
5. CERRI, Luis Fernando. Ensino da História e consciência histórica. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2011.
6. FONSECA, Selva G. Didática e Prática de Ensino de História. Campinas: Editora Papirus, 2005.
7. FREITAS, Marcos Cezar de. Historiografia brasileira em perspectiva. São Paulo: Editora Contexto, 2001.
8. FUNARI, Pedro Paulo e PIÑON, Ana. A temática indígena na escola. São Paulo: Editora Contexto, 2011.
9. FUNARI, Pedro Paulo; FILHO, Glaydson José da e MARTINS, Adilton Luís. História Antiga: contribuições brasileiras. São Paulo: AnnaBlume, 2009.
10. HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de Aula: visita à História contemporânea. São Paulo: Editora Selo Negro, 2010.
11. HOURANI, Albert. Uma história dos povos Árabes. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2005.
12. JUNIOR, Hilário Franco. A idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988.
13. MONTEIRO, Ana Maria; GASPARELLO Arlete Medeiros e MAGALHÃES (Orgs.). Ensino de História: sujeitos, saberes e práticas. Rio de Janeiro: Editora Mauad X, 2009
14. PINSKY, Carla Bassanezi e LUCA, Tania Regina de (Orgs.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009.
15. REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagem a FHC. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2002.
16. RUSEN, Jorn. O livro didático ideal. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel e MARTINS, Estevão de Rezende. Jorn Rusen. O ensino da História. Curitiba: Editora UFPR, 2011.
Eu sou a Márcia. Como posso entrar em contato com vc? Porque por aqui só se for pelo "Anonimo"
ResponderExcluirNossa quanta coisa kkkk, vou ver o que consigo escrever essa semana, até mais.
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