terça-feira, 27 de março de 2018

Formação do Brasil Contemporâneo de Caio Prado Júnior. 13º capítulo.


Cap. 13: Comércio.
(P.228) O traço fundamental do comércio colonial brasileiro é que ele é organizado para a produção de gêneros tropicais e metais preciosos para o mercado internacional. Todo o resto é subsidiário e limita-se a ampará-lo.
O comércio é dividido em dois setores: externo e interno. O primeiro nos é muito conhecido e reteve todas as atenções dos contemporâneos. Assim nosso comércio exterior é um comércio marítimo, o Brasil sempre esteve voltado para o Atlântico, seu comércio exterior sempre esteve voltado para a Europa, dando as costas aos seus vizinhos sul-americanos.
(P.231) As importações legais brasileiras (isso porque o contrabando inglês já vinha sendo praticado à muitos anos) visava os grandes centros urbanos com gêneros alimentícios de luxo como o vinho ou o azeite, mas principalmente com escravos da costa africana.
(P.232) O comércio interno visava o abastecimento dos grandes centros urbanos, sendo o único de destaque o comércio de gado que com suas boiadas criavam enormes rotas que rasgavam o Brasil, criando ligações terrestres entre várias partes da colônia. Este foi um dos pilares da unidade nacional.
(P.235) Resumindo, a economia colonial era uma empresa mercantil voltada para a exploração e exportação de produtos tropicais. Isso condicionou a própria existência do país. Sendo que o povoamento liderado por uma minoria branca, que escravizava outras raças que eram maiorias, para a produção e a extração desses produtos. O povoamento condensou-se nas áreas que possibilitavam a extração/produção destes gêneros. O comércio interno era somente para garantir que o comércio exterior se realizasse.
Portugal coloca-se no meio do caminho entre os produtos tropicais, o ouro e o diamante e o mercado consumidor. (P.236) A metrópole tirará muita vantagem deste posto, 2/3 dos produtos exportados por Portugal vinham da colônia e assim que ocorrer a separação política, Portugal cairá dos status de potência para o medíocre último lugar das economias europeias.
Fonte: PRADO JÚNIOR, Caio: Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo. Ed Brasiliense. 7ª reimpressão, da 23ª edição de 1994. Pág 228-236.

Nenhum comentário:

Postar um comentário