terça-feira, 27 de março de 2018

Formação do Brasil Contemporâneo de Caio Prado Júnior. Cap. 14


Cap. 14: Vias de comunicação e transporte.
(P.237) As comunicações e os transportes exerceram profunda influência na formação do país. A geografia, o relevo, a hidrografia e a vegetação vão marcar as comunicações coloniais com morosidade, lentidão e retardo.
O sistema de comunicação da colônia evoluiu acompanhando naturalmente a progressão do povoamento. Primeiro no litoral e partindo em direção ao interior, as vias de comunicação seguem o mesmo caminho.
Os homens que se fixam no interior procuram rapidamente construir um caminho que os liguem ao litoral. Estas vias ligam o interior ao litoral, mas não ligam-se entre si, e toda comunicação deve passar obrigatoriamente pela via marítima.
Este capitulo objetiva relatar as principais vias de acesso ao interior da colônia: norte, nordeste, centro-oeste e sul.
(P.255) As estradas coloniais são extremamente precárias. Nas chuvas a estrada de terra transforma-se num grande atoleiro, na seca as vias fluviais desaparecem. Poucas são calçadas e a escolha do traçado possui uma regra “a que mais economizar esforço em sua construção”, assim surgem aberrações pelo caminho. As primeiras estradas carroçáveis surgem apenas com a chegada da família real.
Tudo o que é transportado se faz pela força de escravos ou de bestas, que é um tipo de transporte muito caro em comparação com o fluvial.
(P.237) Com o tempo, as comunicações que eram por via marítima se entrelaçam, ligando vários núcleos do interior sem passar pela mediação do litoral, mas no século XIX esta tentativa de criar um sistema de comunicações internos será desbancada pela introdução da navegação a vapor e pela navegação de cabotagem, o que acaba por substituir a comunicação pelo interior.
Fonte: PRADO JÚNIOR, Caio: Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo. Ed Brasiliense. 7ª reimpressão, da 23ª edição de 1994. Pág 237-287.

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