domingo, 8 de outubro de 2017

Esaú e Jacó: republicanos e monarquistas disputam o amor de Flora.

Esaú e Jacó.
Publicado em 1904, Esaú e Jacó é mais um romance Realista de Machado de Assis e o penúltimo publicado pelo autor.
Esta obra foi publicada alguns meses antes da morte de sua esposa e o tom amargo da obra pode se dar pela triste fase pela qual passava o casal.
O autor que sempre ambientou seus romances na era imperial do Brasil, pela primeira vez trabalha questões ligadas a passagem do Segundo Reinado pera a República.
O título da obra mostra o profundo conhecimento de Machado de Assis sobre a Bíblia. Segundo o livro sagrado dos hebreus, Esaú e Jacó eram filhos de Isaac e Rebeca, que lutavam desde o ventre da mãe. Rebeca ao se aconselhar com Deus fica sabendo que seus filhos brigam por representar dois povos inimigos. No Romance, Natividade dá a luz a dois gêmeos – Pedro e Paulo – que assim como o conto bíblico, brigam desde o ventre da mãe.
A narrativa está a cargo do Conselheiro Aires, ex-diplomata e homem astuto nos assuntos de mediação. Acredito que a escolha de Machado de Assis por um diplomata para narrar o romance, acontece para que a narrativa dos embates entre republicanos e monarquistas se dê da maneira mais imparcial possível.
O caso do confeiteiro.
Um dos casos mais emblemáticos e simbólicos do livro é o caso do Sr. Custódio, dono da Confeitaria Império. Esta tradicional confeitaria carioca existia desde 1860 com este nome. Contudo, a mudança de regime enlouqueceu o dono do estabelecimento que havia acabado de mandar pintar um caro letreiro novo com o nome da confeitaria relacionada ao antigo regime. Custódio e Aires debatem sobre qual seria o melhor novo nome para a Confeitaria.
O episódio possui um grande simbolismo no sentido de que não se propõe a mudança do estabelecimento, mas simplesmente a mudança do nome. Não há uma mudança estrutural, mas apenas uma mudança de substantivo. Seria uma crítica a República?
Resumo da obra.
 O presente livro foi escrito por Conselheiro Aires, sendo encontrado após sua morte junto com seis memoriais (diários) que ele escrevia. Tinha na capa o nome Último, mas o editor resolveu nomeá-lo de Esaú e Jacó.
Natividade junto com sua irmã Perpetua sobem o morro do Castelo em busca de uma consulta com a conhecida vidente Bárbara. A aflita mãe queria saber como seria o futuro de seus filhos, que naquele momento contavam com apenas 1 ano de idade. Lá a mãe fica sabendo que os filhos teriam um futuro glorioso e que brigavam desde o útero
Natividade e Perpétua, felizes com a predição descem o morro e regalam a um pedinte a quantia de 2 mil réis.
A mãe dos gêmeos era de origem pobre e casou-se com um rico banqueiro do Rio de Janeiro, de nome Santos, que apesar de rico também era de origem pobre.
No dia 07 de abril de 1870, veio a luz um par de varões gêmeos. O nome veio posteriormente por sugestão de Perpétua. Uma homenagem aos apóstolos Pedro e Paulo.
Os meninos cresceram, estudaram no Colégio Pedro II e foram pouco a pouco tornando-se rivais em tudo.
Na política Paulo era Republicano e Pedro Monarquista. A diferença ideológica fica evidente na alegoria da compra dos retratos. Paulo compra um retrato de Robespierre e Pedro um de Luís XVI. Em casa cada um pendura seu quadro na cabeceira de sua cama (ambos dividiam o quarto). Há uma briga e um acaba rasgando o quadro do outro.
Seu pai, que havia se tornado Barão, encontrou-se para uma reunião política com a família Batista. Surge pela primeira vez a figura de Flora, uma doce menina que será alvo da disputa e da paixão de ambos.
Paulo vai para São Paulo (um reduto historicamente republicano) estudar direito e Pedro fica no Rio de Janeiro (sede da monarquia) estudando medicina.
Quando há a Abolição de escravatura (1888), Paulo profere um discurso anunciando o início de uma Revolução. Já Pedro nada mais via do que um ato de justiça.
O livro tem por base as investidas de Paulo e as de Pedro, seguida pela indecisão de Flora que amava os dois e os vias como complementares.
Neste meio tempo, para a felicidade de Paulo a república é proclamada no dia 15 de novembro de 1889.
O tempo passa, o triângulo amoroso se intensifica, a disputa entre os irmãos preocupa e Aires tem a ideia de enviar Flora para morar com sua irmã, Dona Rita. A separação é triste e mediada pelo Conselheiro que propôs que acordo entre os irmãos. Caso um dos dois fosse escolhido por Flora o outro deveria se submeter ao seu destino.
Não houve tempo, Flora adoeceu e morreu um dia após a Segundo Revolta da Armada em 13 de setembro de 1894. Os gêmeos juram a reconciliação “ela nos separou, agora, que desapareceu, que nos una”. Esse acordo não dura muito e eles começam a disputar as visitas ao túmulo.
Meses depois, Pedro abriu um consultório e Paulo uma banca de advogados. Foram aos poucos mudando de opinião quanto ao regime. Pedro aceitou a República e Paulo pôs-se a fazer oposição, pois esta não era a República de seus sonhos. Aires entende que Pedro é conservador e Paulo Inquieto. Um se contenta e o outro quer mais, não importando o sistema que governe.
Pedro e Paulo são eleitos deputados, por partidos rivais. Natividade adoece e faz os gêmeos juraram diante de seu leito de morte que serem amigo pela eternidade.
Ao regressarem a câmara pareciam grandes amigos. Andavam juntos, votavam juntos, defendiam um ao outro, etc. Para desespero de seus partidos, que achavam isso uma traição. Os irmãos então decidem ser rivais apenas na política e amigos no particular.

Contudo, o tempo passou e o acordo de amizade foi mingando. Os dois foram tornando-se ferrenhos rivais ao ponto dos outros políticos se surpreenderem com tamanha transformação. Aires dizia que eles não haviam se transformado em nada, eram apenas eles mesmos.
Fonte:
ASSIS, Machado. Esaú e Jacó. São Paulo: Martin Claret, 2012.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Brás Cubas: o homem das não realizações.


Machado de Assis (1839 – 1908).
Joaquim Maria Machado de Assis, nasceu pobre e epilético no morro do Livramento – RJ. Este mulato, neto de escravos tornou-se o maior nome de literatura brasileira de todos os tempos, sua história e sua obra confundem-se com o a história do nosso país.
Aos 16 anos ingressou como aprendiz em uma topografia, tomou gosto pelas letras, e logo publicou seus primeiros versos no jornal “A Marmota”, ganhando certa notoriedade.
Foi convidado por Quintino Bocaiúva a escrever no “Diário do Rio de Janeiro”, época marcada por poemas e comédias.
Casou em 1869, sua esposa Carolina Xavier de Novais fui fundamental para o amadurecimento do escritor, pois foi ela quem lhe apresentou aos clássicos portugueses.
Podemos dividir a obra machadiana em duas fases:
1.      Literatura Romântica (década de 1870): marcada pelas obras Ressureições, A mão e a luva, Helena, entre outros.
2.      Realismo (década de 1880 – até sua morte): iniciada pelo clássico Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Dom Casmurro (1889), Quincas Borba (1891), Esaú e Jacó (1904), Memória de Aires (1908 – obra que fecha o ciclo Realista do autor) entre outros.
Machado inaugura o Realismo brasileiro, marcado por um espírito crítico, grande ironia, pessimismo e uma profunda reflexão sobre a sociedade brasileira de sua época.
Em 1897 fundou a academia brasileira de letras, ocupando a cadeira de número 23. Ocupou diversos cargos públicos durante a sua vida até o ano de 1904, quando sua esposa veio a falecer. Triste e isolado, morreu em sua casa localizada na rua Cosme Velho em 1908.
O Realismo.        
Este movimento artístico e cultural que surgiu na Europa na segunda metade do século XIX é caracterizado pela abordagem de temas sociais, tratando de forma objetiva a realidade do ser humano. Possuía um forte caráter ideológico e uma linguagem politizada denunciando as mazelas sociais de sua época sejam elas sociais como a miséria, a exploração e a corrupção, ou psicológicas como as fraquezas e o caráter humano.
Diferente do Romantismo de linguagem rebuscada e subjetivista o realismo é direto e claro. Uma martelada. Uma das correntes do realismo é o naturalismo, que também possuí uma linguagem objetiva, mas sem o caráter ideológico.
Introdução as Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Livro destinado a expor de maneira irônica os privilégios e as superficialidades da elite social brasileira do século XIX, passando-se entre 1805 ano de nascimento de Brás Cubas e 1869 ano de sua morte.
O maior diferencial deste livro, escrito em primeira pessoa, é o fato dele ser escrito pelo morto, sendo assim um defunto-autor que após a morte resolveu contar suas memórias. Mas atenção, o próprio Cubas adverte, ele é um defunto-autor e não um autor-defunto, pois ele só começou a escrever depois de morrer.
A obra possuí dois tempos, o tempo psicológico do autor além-túmulo que vai narrando os acontecimentos conforme lhe vem à cabeça, e o tempo cronológico destinado a narrar sua vida desde a infância até o falecimento. Esta não-linearidade espantou os leitores de sua época, acostumados a linearidade do Romantismo.
Se uma expressão pudesse resumir este livro seria: Não-realizações. Neste romance não há grandes acontecimentos, não há grandes realizações. Brás Cubas é um homem medíocre, que não realiza nada que projeta, vivendo de fracasso em fracasso até sua morte. Os leitores do livro ficam à espera de um desenlace que não vem.
Contudo, devemos nos lembrar que Cubas era um sujeito da elite carioca do século XIX e esses caprichos que ele não consegue realizar só o frustra pelo fato dele fazer parte desta classe social. Certos personagens secundários de classes menos favorecidas não podiam se dar ao luxo desses caprichos de Cubas.
Personagens.
- Brás Cubas: narrador e protagonista, é o “defunto autor” de sua própria biografia, na qual avalia com ceticismo a existência humana.
- Virgília: esposa do político Lobo Neves e amante de Brás Cubas, sustenta o caso adúltero para manter as aparências do casamento.
- Quincas Borba: amigo de Brás, formula a filosofia do humanitismo.
- Eugênia: jovem manca de quem Brás rouba um beijo, abandonando-a em seguida.
- Marcela: prostituta de luxo com quem o narrador se envolve na juventude.
- Cotrim: cunhado de Brás pelo casamento com a irmã deste, Sabina, trata-se de um homem de hábitos rudes no trato com escravos.
- Nhã Loló: parenta de Cotrim, é a noiva arranjada por Sabina para o irmão; o casamento não se realiza em função da morte da pretendente.
- Dona Plácida: ex-empregada de Virgília, acoberta os encontros amorosos entre Brás e sua antiga ama.
- Prudêncio: ex-escravo de Brás; depois de alforriado, torna-se dono de um escravo, no qual se vinga das violências recebidas na infância.

Resumo da Obra.
“Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas”.
Brás Cubas nasceu em 20 de outubro de 1805 e morreu na tarde de agosto de 1869, em sua chácara. Segundo ele, havia morrido de ideia fixa, pois queria criar um emplasto[1] revolucionário que o garantiria sua fama eterna, após semanas trabalhando no projeto sentiu calor, abriu a janela recebeu um “golpe de ar” adoeceu e morreu.
O livro inicia-se pelo velório, passando pelo adoecimento, pelas alucinações antes da morte e ... seu nascimento. Não há linearidade.
O defunto-autor nasceu no seio da elite carioca do século XIX, foi menino birrento, malcriado e mimado pelo pai, Bento Cubas. Ganhou o apelido de menino diabo por suas traquinagens.
Na escola conheceu Quincas Borba, por quem nutriu grande simpatia.
Aos 17 se apaixonou por uma espanhola de nome Marcela, uma prostituta de luxo. Com ela deu seu primeiro beijo. Segundo Cubas, “Marcela amou-me por 15 meses e 11 contos de réis”. Uma típica interesseira que viu no garoto inexperiente uma forma de ganhar joias e mimos.
Assim que seu pai descobriu o romance o rombo bancário tratou de enviar Brás para estudar Direito em Coimbra. Tentou levar Marcela, mas seu plano foi por água a baixo e seu pai o colocou à força dentro de um navio rumo a Portugal.
Formou-se sem entender a matéria, sentia que seu diploma era uma carta de alforria e saiu pela Europa em viagem e romances. Passou 9 anos no Velho Continente e voltou ao Rio de Janeiro após receber que sua mãe estava à beira de morte.
Após a morte da mãe foi morar na Tijuca na companhia de Prudência, escravo que na infância Brás fazia de cavalo e lhe açoitava.
Recebeu a visita de seu pai que lhe deu um ultimato: precisava se casar e entrar para a política. Após uma longa conversa ele aceitou casar se com Virgília (seu pai estava ajeitando) e disputar uma vaga na câmara dos deputados.
Brás soube que perto de sua casa morava dona Eusébia, antiga amiga da família. Lá conheceu Eugênia uma jovem linda e coxa (manca) com quem flertou e depois a deixou por ser manca.
Como prometido, seu pai lhe apresenta Virgília filha do influente Conselheiro Dutra. Romance e política em uma só tacada. Contudo, eis que aparece um homem chamado Lobo Neves e em pouquíssimo tempo lhe arrebata Virgília e a candidatura de Brás. Seu pai não aguente e morre de desgosto quatro meses depois dizendo: - Um Cubas!
Por destino entrou um uma loja a procura de um vidro para seu relógio e encontra com Marcela. Estava feia, carrancuda, decrepita e carcomida pelo tempo. Brás fica horrorizado.
Nesse meio tempo briga com sua irmã Sabina e com seu cunhado Cotrim pela herança de seu pai.
Os anos se passam e eis que Virgília que havia mudado para São Paulo, regressa para o Rio. Ao vê-la novamente Brás se apaixona e este amor é correspondido. Beijam-se em frente a casa dela e dão início a um caso de adultério.
Perdidamente apaixonado Brás Cubas propõe a fuga, imediata rejeitada por Virgília. Cubas então aluga uma casa e coloca Dona Plácida (amiga da família de Virgília) como governanta. Estava montado o local dos encontros carnais e extraconjugais dos dois.
Neste meio tempo Cubas é abordado enquanto caminha por um mendigo. Qual não é sua surpresa quando percebe que este mendigo é na verdade Quincas Borba, seu amigo de colégio. Cubas lhe doa 5 mil réis e tem seu relógio roubado por ele.
Lobos Neves recebe é convidado ao cargo de presidente de uma província do norte. Cubas e Virgília se desesperam, Neves convida Cubas para ser seu secretário (O corno não sabia de nada).
Brás Cubas se reconcilia com a irmã. Seu cunhado Cotrim lhe alertou que o convite feito por Neves era perigoso, todos -menos ele – desconfiavam da traição.
O defunto-autor acostumou-se com a ideia de ser secretário de Neves e espalhou a notícia por todo canto. Eis que sai a nomeação e Lobo Neves misteriosamente desiste do cargo. Cubas fica sabendo por Virgília que seu marido desistiu pelo fato da nomeação ser de número 13, número que para ele era de mau agouro.
Virgília descobre estar grávida e Cubas recebe uma carta de Quincas Borba devolvendo-lhe o relógio e pedindo um encontro para lhe expor sua nova filosofia o HUMANITISMO.
Alguns meses depois Virgília perde o bebê e neste mesmo dia Neves recebe um bilhete anônimo lhe alertando da traição.
Eis que em um encontro do casal adúltero na casa de Dona Plácida há uma briga séria que leva ao rompimento, para piorar chega Lobo Neves de surpresa na casa, Cubas se esconde em um quarto e Vírgilia e Dona Plácida conseguem contornar a situação. Cubas recebe um bilhete de Virgília pedindo cautela.
Nesse meio tempo Brás Cubas recebe a visita de Quincas Borba. Era um novo homem, bem vestido e elegante. Havia recebido uma herança de um tio de Barbacena. Seu objetivo nesse encontro era iniciar Cubas em sua filosofia.
Lobo Neves é nomeado presidente de província e vai com sua esposa para o norte. Desta vez o decreto foi publicado no dia 31 e não no 13.
Sabina arranja um casamento para seu irmão com Nhã-loló. Ele aceitou pois já estava com mais de 40 anos e não queria mais ser um solteirão sem filhos. Quando tudo parecia arranjado Loló morre aos 19 anos vítima de febre amarela.
O tempo passou e Cubas tornou-se deputado na mesma câmara que legislava Lobo Neves que havia voltado depois de alguns anos. Após um belo discurso, incentivado por Quincas Borba, sobre a farda da guarda nacional foi ignorado e perdeu o cargo.
Apesar do regresso, os encontros amor entre Virgília e Cubas – então com 50 anos – não ocorreram mais.
Brás revoltado com a perda do cargo decidiu fundar um jornal, onde divulgaria as ideias do Humanitismo e fazer oposição ao governo. Seu jornal fracassa e não dura seis meses.
Lobo Neves morre um pouco antes de se tornar ministro. Cubas sente uma pontada de prazer. No enterro Virgília desconsolada derrama lágrimas verdadeiras pelo defunto. “Visrgília traiu o marido com sinceridade, e agora chorava-o com sinceridade”.
Cubas ingressa na Ordem Terceira (uma sociedade filantrópica) a convite de Cotrim. Segundo o defunto-autor, foi a fase mais brilhante de sua vida. No hospital da ordem viu morrer Marcela e durante a distribuição de esmolas em um cortiço encontrou Eugênia...tão coxa e tão triste.
Borba vai a Minas Gerais e volta completamente demente. Queimou seus manuscritos e queria transformar sua filosofia em uma religião. Possuía até mesmo uma dança sacra. Morreu alguns meses depois na casa de Cubas.
Cubas morreu pouco depois, tentando criar seu emplasto.
A vida de Brás Cubas foi uma vida de negativas:
Ruins.
  • ·        Não tornou-se celebridade com seu emplasto.
  • ·        Não foi ministro.
  • ·        Não conheceu o casamento.

Boas.
  • ·        Não teve que comprar o pão com o suor de seu rosto.
  • ·        Não padeceu da morte solitária de Dona Plácida.
  • ·        Não ficou demente como Quincas.

Para Cubas ele havia saído quites com a vida, ou melhor com saldo positivo pois: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria”.
 Fonte:
ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 1 ed. São Paulo: Media fashion, 2016.

[1] Remédio caseiro.