sábado, 18 de fevereiro de 2017

Biografia: Aristóteles - o sábio de Estagira.

Aristóteles (384-322 a.C)
Texto integral.
Aluno de Platão e professor de Alexandre o Grande, Aristóteles foi um dos maiores filósofos da história e um dos primeiros a explorar as relações e a sinergia de todos os aspectos da natureza e da humanidade. Ele estudou e lecionou poesia, astronomia e biologia, além de metafísica, estética e lógica.
Nascido em Estagira, um posto grego avançado na costa da Macedônia, Aristóteles tornou-se pupilo de Platão aos dezessete anos de idade, permanecendo na Academia de Atenas por cerca de vinte anos. A princípio como aluno e mais tarde como professor, período em que lecionou para Alexandre, Aristóteles deixou a academia depois da morte de Platão, mas quando Alexandre subiu ao poder em 336 a.C, ele retornou a Atenas. Sob os auspícios de Alexandre, ele formou sua própria escola, o Liceu, que dirigiu até 323 a.C.
A filosofia aristotélica que se desenvolveu nesse período incluía seus seis tratados sobre metafísica, física, ética, política e ciências naturais. No caso destas últimas, ele foi o primeiro a reunir e classificar sistematicamente espécimes naturais. Isso demonstra a propensão natural de Aristóteles à análise cuidadosa e ao tratamento das “leis” naturais, ou dos equilíbrios que governam a natureza. Platão havia formulado a teoria das formas ideais, e Aristóteles afirmou, por sua vez, que a matéria não podia deixar de ter forma, uma vez que ela existe. Ele sugeriu que a forma perfeita, pura ou definitiva era o que ele chamou de theos, ou o que conhecemos como Deus.
Na política, Aristóteles acreditava que o ideal seria uma mistura de democracia com monarquia. Ele também estudou medicina, filosofia e ciência. Pode-se dizer que sua maior influência na evolução do conhecimento foi sua aplicação de um método sistemático para estudar as relações do homem com outros aspectos do mundo ao seu redor.

O pensamento aristotélico, acabou harmonizando com a teologia cristã por São Tomás de Aquino no século treze, com a teologia judaica por Maimônides (1135-1204) e com o islã por Averróis (1126-1198).
Referências.
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

Biografia: Platão - o mundo das ideias.

Platão (427-347 a.C)
Texto integral.
Filósofo grego e mais influente dos alunos de Sócrates. Platão nasceu numa família de aristocratas atenienses, pois era filho de Perictione e Ariston, que descendia de Codrus, o último rei de Atenas. Quando jovem se alistou para lutar na Guerra do Peloponeso (431-404 a.C) e ais vinte anos de idade decidiu voltar para casa e estudar com Sócrates, que, segundo Platão era “o homem mais sábio, justo e o melhor entre todos que jamais conheci”. Quando Platão tinha 28 anos, seu mestre morreu e foi ele quem registrou quase tudo do que se conhece sobre os ensinamentos de Sócrates.
Depois da morte de seu professor, em 399 a.C, Platão resolveu sair de Atenas e passou cerca de dez anos viajando. Ele passou pela Babilônia, Egito, Líbia e por colônias gregas no sul da Itália, onde foi filósofo das cortes de Dionínio de Siracusa e de seu irmão e sucessor, Dion. Em 387 a.C, Platão retornou a Atenas e fundou uma escola chamada Academia. Lá, ele lecionava para um pequeno número de alunos especialmente selecionados. Entre eles Aristóteles.
Na filosofia, Platão perturbou e aprimorou muitas das ideias de Sócrates. Na obra A República, ele propôs um “estado perfeito, em que a ética, a virtude e a razão estivessem em equilíbrio”. Como Sócrates, ele propunha a busca da sabedoria, em vez de simples aceitação de dogmas. Também como seu grande mestre, Platão acreditava que as verdades universais incorporavam a virtude e a harmonia. Ele acreditava nas formas ideais de beleza, verdade e bondade, e que tais formas decorriam de uma busca pelo conhecimento e pela sabedoria.
Platão foi também um dos primeiros advogados na defesa dos direitos das mulheres, pois ele acreditava que elas tinham uma posição igual no governo e na vida civil. E, numa época em que as mulheres não tinham chance de receber uma boa educação, ele favoreceu o seu acesso ao aprendizado como meio de prepará-las para as responsabilidades civis.

Bem depois de sua morte, no século terceiro depois de Cristo, as ideias de Platão foram revividas pelo Movimento Neoplatônico, liderado por Plotino (205-270 d.C). E no final da Idade Média elas voltaram à cena filosófica mundial através dos trabalhos de São Tomás de Aquino, além de influenciarem de maneira muito marcante a base filosófica do Cristianismo. 
Referências:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Biografia: Hipócrates - o pai da medicina


Hipócrates (460-375 a.C)
Texto integral.
Nascido na Ilha de Quios, Hipócrate copiou os passos do pai, Heráclides, e também seguiu a carreira médica. Ele escreveu mais de cem livros e monografias que influenciaram a prática da medicina por vários séculos. Hipócrates decididamente era um homem a frente de seu tempo. Numa época em que os problemas de saúde do mundo eram tratados por xamãs e feiticeiros, ele escreveu numerosos textos sobre medicina e ética médica, ideias avançadas para a época e muito mais próximas das questões levantadas hoje, no século XXI, do que para um médico que viveu no século quatro antes de Cristo.
Hipócrates acreditava que, para curar os doentes, o médico deveria “levar em conta a natureza dos homens em geral, a de cada indivíduo e a de cada doença”. Ou seja, o médico deveria considerar as interações de todo o organismo humano, em vez de se concentrar apenas em alguns sintomas específicos.

Entre várias descobertas de Hipócrates, uma das mais importantes era de que os membros fraturados deveriam ser alinhados para que a reparação se desse normalmente. Para isso, deveria ser feita uma pequena tração em ambas as extremidades da fratura que deveria ser suavizada gradualmente até que as partes se encaixassem. Como sempre, ele exortava o médico a olhar além da fratura e ver como o paciente reagia. A imobilização do membro era recomendável no estágio inicial, ema vez que “o exercício fortalece e a inatividade desperdiça”. Essa máxima é seguida ainda hoje na tentativa de os médicos evitarem a atrofia de algum músculo por falta de uso.

Na parte científica, no entanto, o trabalho de Hipócrates era muito limitado. Suas ideias sobre a circulação sanguínea, por exemplo estavam incorretas. Mas, se por um lado ele deixou a maioria das descobertas científicas na área médica a cargo das gerações seguintes, por outro ele formulou a base teórica e os métodos e procedimentos pelos quais a medicina iria evoluir nos séculos posteriores. Muito tempo após sua morte, o famoso Juramento de Hipócrates ainda é um instrumento importante na moderna ética médica. Entre outros, lá estão incluídos princípios que norteiam a profissão, como a confidencialidade na relação entre médico e paciente, a responsabilidade dos médicos de tratar qualquer pessoa, independente de sua classe social.
Referências:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Biografia: Sócrates - o homem mais sábio que já existiu.

Sócrates (469-399 a.C)
Texto integral.
Nascido em Atenas, Sócrates foi o primeiro de uma sucessão de três grandes pensadores gregos, hoje considerados os fundadores do pensamento filosófico ocidental. Ele foi professor de Platão, que por sua vez foi o mestre de Aristóteles.
Sócrates acreditava que homens existiam por um propósito e que o certo e o errado tinham um papel crucial em definir os relacionamentos do indivíduo com ambiente e com as outras pessoas. Era um ótimo orador, também era muito perspicaz e tinha um intelecto privilegiado.
Escritos do próprio Sócrates são escassos e a maior parte do que sabemos hoje a seu respeito veio através das obras de Platão e Xenofonte (430 – 352 a.C). A obra Diálogos, de Platão, por exemplo, registra conversas sobre assuntos filosóficos entre Sócrates e outros filósofos gregos. Sócrates acreditava que a virtude derivava do autoconhecimento, as pessoas eram basicamente honestas e o mal era o esforço mal orientado de alguém que buscasse melhorar a própria condição. Sua máxima era “conhece-te a ti mesmo”. Sócrates também acreditava que o governo ideal envolvia homens sábios, devidamente preparados, que governassem pelo bem da sociedade. Ele também é lembrado por conceber ideias sistemáticas sobre o estudo da harmonia natural do ambiente, o que levou, mais tarde, ao desenvolvimento do método científico.

Sócrates acreditava ainda na ideia de uma força única e transcendente por trás do mundo natural, opinião que ia contra a crença grega convencional de um panteão de deuses. Suas ideias, revolucionárias para a época, acabaram o levando para a prisão sob acusação de corromper os jovens atenienses. Seu julgamento está descrito na Apologia de Platão. No livro Fédon, são relatadas as conversas que Sócrates teve com seus alunos após sua prisão e também se aborda questão da imortalidade da alma. Depois de sua condenação, ele suicidou-se tomando cicuta, como a lei da época exigia.

 Referências:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Biografia: Heródoto - o pai da História

Heródoto (485-425 a.C.)
Texto integral.
Também conhecido como o “Pai da História”. Enquanto muitos homens recebem o crédito por terem “moldado” a história, há um de quem se pode dizer que a “criou”. Heródoto desenvolveu os meios pelos quais nós, do mundo ocidental, podemos saber e avaliar a história e seus movimentos mais importantes. Nascido em Halicarnasso, na Ásia Menor, ele teve um papel importante na revolução contra o tirano Lídames. Posteriormente, mudou-se para Atenas, onde começou a anotar sistematicamente a história de sua própria época – particularmente as guerras entre Grécia e Pérsia – e os fatos que a precederam. Embora os acontecimentos anteriores já houvessem sido registrados, Heródoto é considerado o “Pai da História”, por ter sido o primeiro homem a tentar um estudo ordenado e objetivo das inter-relações entre os eventos históricos. Heródoto viajou até o Egito e percorreu o Mediterrâneo, estudando as culturas e dessas regiões e registrando os fatos do modo mais fiel possível para a época. Ao teorizar sobre a História, ele aplicou a tradicional ideia grega da moderação, do meio termo, segundo o qual o equilíbrio é desejável, e o excesso e o desequilíbrio são a receita para o desastre. Devido a essa teoria, o arrogante Xerxes I estava inevitavelmente condenado à derrota.
Mais tarde, Heródoto ajudou a fundar o povoado grego de Turim, na Itália, onde ele provavelmente morreu.
Referências:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

Biografia: Péricles - e a era de ouro de Atenas.

Péricles (500-429 a.C.)
Texto integral.
Nascido no meio da nobreza, Péricles tinha um grande dom para falar em público e em 460 a.C tornou-se governante de Atenas, a mais poderosa das cidades-estados gregas. Com ele, a cidade alcançou o auge de sua glória.
Péricles é considerado um dos maiores estadistas da Antiguidade e sua lista de realizações é impressionante. Ele transformou a frota ateniense em uma das maiores do mundo e liderou o exército de Atenas em inúmeras batalhas, atacando Delfos e desbaratando revoltas em Eubéia e Samos. Em Atenas ele foi responsável pela construção de grandiosos edifícios públicos, incluindo o Partenon, e pela introdução de um sistema político realmente democrático, em que qualquer pessoa poderia assumir um cargo público. Ele também criou os salários para os servos civis e pensões para os pobres.
A amante de Péricles, Aspásia de Mileto (470 – 410 a.C), famosa, além de sua beleza, por uma visão política privilegiada, foi patrona do grande filósofo Sócrates (469 – 399 a.C) e uma companheira muito valiosa durante o governo de Péricles. Graças à grande influência que Aspásia exercia sobre Péricles, Atenas entrou em sua fase mais esplendorosa, tornando-se um importante centro de arte e cultura no leste do Mediterrâneo.
A ascensão de Atenas também foi facilitada por um tratado de paz firmado em 445 a.C com a Liga do Peloponeso, liderada pela cidade-estado de Esparta. Mas catorze anos depois, em 431 a.C, Esparta rompeu o pacto, desencadeando três décadas de conflito, que ficariam conhecidas como a Guerra do Peloponeso. Depois disso, Atenas jamais voltaria a demonstrar o mesmo brilho que tivera na época de Péricles.

 Referências:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

Biografia: Xerxes - e o fracasso na Grécia.

Esqueça, Xerxes não se parece com Rodrigo Santoro
Xerxes I (519-465 a.C.)
Texto integral.
No século sexto antes de Cristo, Ciro, o Grande, criou o Império Persa, e seu neto Dário (558-486- a.C), que subiu ao trono em 521 a.C, consolidou o domínio persa sobre o Egito e ainda acrescentou as frotas fenícias às suas forças. Seu próximo objetivo era conquistar a Grécia, aproveitando-se das desavenças entre as cidades-estados gregas. Mas elas conseguiram deixar de lado suas diferenças e unir esforços para rechaçar os exércitos invasores. Embora em menor número de guerreiros que os persas, os gregos, melhor treinados, os derrotaram em 490 a.C, no que ficou conhecido como Batalha de Maratona.
Dez anos depois, o filho mais velho de Dário, Xerxes I, reuniu um exército ainda maior. Apoiado por unidades navais, as forças persas marcharam sobre a Grécia em 480 a.C com tropas estimadas em cerca de 250 mil soldados. Eles venceram Leônidas, rei de Esparta, na Batalha das Termópilas, e avançaram contra as terras centrais da Grécia. A campanha, porém, fraquejou em 23 de setembro de 480 a.C, quando os gregos atraíram a frota persa até a ilha de Salamina, onde ela foi dominada e derrotada. Xerxes, no entanto, não desistiu. Ele se rearmou durante o inverno e retornou no ano seguinte para enfrentar os gregos na Planície de Plateia e Maratona, uma força grega menos numerosa conseguiu enfrentar e derrotar o exército persa, muito maior e mais poderoso. Xerxes foi assassinado por seus próprios homens em 465 a.C e foi sucedido por seu filho Artaxerxes, que nunca conseguiu recuperar os dias de glória do governo de seu pai.
A derrota de Xerxes em Plateia marcou o início do fim do Império Persa. Em vez de continuar a se expandir ele começou a ruir internamente e por volta do final do século estava prestes a ser conquistado por exércitos gregos comandados por Alexandre, o Grande.
Embora na época ninguém pudesse imaginar, a campanha que teve seu ponto máximo na Batalha de Plateia acabaria marcando uma das mais importantes reviravoltas na história do mundo. Se Xerxes houvesse vencido, a Grécia teria caído sobre influência persa. E, portanto, a literatura persa, e não a grega, teria formado a base do pensamento ocidental.

 Referências:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Biografia: Confúcio - outro pilar do pensamento oriental

Confúcio (K’ung Fu-Tzu) (551-479 a.C.)
Texto integral.
Considerado um dos mais importantes filósofos chineses, Confúcio nasceu onde hoje fica a província de Xantung, no nordeste da China. Seu pai morreu quando ele tinha apenas três anos de idade e, por isso, ele e sua mãe chegaram a passar um pouco de dificuldade. Ele foi professor e estudou história e arqueologia e chegou a visitar Lao Tzu, quando este trabalhava nos arquivos da corte na província de Honan. Embora influenciado por Lao Tzu e pelo Taoísmo, Confúcio decidiu seguir um caminho alternativo. A sua filosofia não está tão preocupada com a vida após a morte, como os hinduístas ou taoístas, por exemplo, e sim mais voltada às relações harmoniosas entre as pessoas, os membros da família ou mesmo na sociedade.
Seguindo carreira como filósofo da corte, Confúcio exortou os governantes chineses a “governarem pela virtude interior” para ganhar respeito de seus súditos e dar um exemplo para que as pessoas pudessem seguir. O sábio chinês não aprovava a tirania e acreditava que o Estado existe para beneficiar o povo, e não o contrário. Como escritor, Confúcio compilou poemas, histórias e lendas e as reuniu numa série de livros que ainda hoje sobrevivem como clássicos da literatura chinesa. Entre eles estão o Livro dos Poemas, o Livro da História, o Livro das Etiquetas e o Livro das Mutações (o I Ching).
Depois de sua morte, seus escritos continuaram a ser lidos e influenciaram muita gente. Ele acabou sendo descoberto pelos europeus, que publicaram seus trabalhos com o nome latinizado de Confúcio.

O confucionismo é hoje uma religião praticada por cinco milhões de pessoas, a maioria delas na Ásia. Ocupa o sexto lugar entre as fés mais seguidas do mundo, embora seja mais um sistema ético do que uma religião. Os princípios do confucionismo incluem, entre outros, o respeito em relação à família e a sociedade, a fidelidade aos dirigentes e deferências aos superiores, a justiça moral e social e virtude suprema do altruísmo e da benevolência.
Referências:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

Biografia: Ciro - e o grandioso império Persa.

Ciro, o Grande (558-428 a.C.)
Texto integral.
Os grandes impérios que existiram ao longo da história são importantes não apenas por sua influência política, mas também por seu legado, ou herança cultural. Com o passar do tempo, o controle político sobre o império acaba, mas aspectos importantes, como a língua, a literatura e os costumes, permanecem vivos durante séculos.
Um dos mais antigos dos grandes impérios e, com certeza, um dos mais importantes do sudoeste da Ásia e do Mediterrâneo Oriental, foi o Império Persa, criado por Ciro, o Grande, filho de Cambises, um nobre persa, e Mandane, filha de Astíages, rei da Média. Segundo a lenda, que lembra muito a lenda grega do rei Édipo, Astíages havia sonhado que seu neto se tornaria o governante de toda a Ásia. Por isso, tentou, e não conseguiu, mata-lo quando ele ainda era um bebê. Ao atingir a maturidade, Ciro derrotou seu avô e prosseguiu no cumprimento daquilo que o velho havia profetizado. Ciro também subjugou o Império Lídio, conquistou a Babilônia e capturou todas as cidades gregas da Ásia Menor. Ao mesmo tempo libertou, libertou o povo hebreu, que era mantido em cativeiro na Pérsia, conforme está escrito na Bíblia. Na época de sua morte, Ciro havia criado um império gigantesco, o maior do mundo até então, que se estendia das montanhas do Hindu Kush, onde hoje fica o Afeganistão, até o Rio Indo, nas margens do Mediterrâneo, onde seus sucessores enfrentariam os gregos em um conflito que definiria o futuro da história do mundo.

Graças as conquistas de Ciro, a riqueza da cultura persa se espalhou por grande parte do que até então era o mundo desenvolvido. Em sua última campanha militar, contra os massagetas, uma tribo de nômades que viviam na Ásia Central, suas tropas foram derrotadas e Ciro foi morto. O famoso pintor barroco Peter Paul Rubens (1577-1640) imortalizou sua derrota final na tela A cabeça de Ciro Trazida à Rainha Tamíris.
Referências:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Biografia: Buda - e o nirvana.

Buda (Sidarta Gautama) (563-483 a.C.)
Texto integral.
Entre as grandes religiões do mundo que contam com o maior número de seguidores, duas (o Judaísmo e o Hinduísmo) têm raízes na Antiguidade e, por isso, não possuem um fundador específico. Mas as outras três (Budismo, Cristianismo e Islamismo) têm origens mais recentes e há registros de quem as estabeleceram. O fundador do Budismo chama-se Sidarta Gautama, que nasceu em Lumbini, no norte na Índia (hoje Nepal). Ele era filho de um abastado rajá e se casou muito jovem aos dezesseis anos de idade, com uma prima da mesma idade. Sidarta foi criado num luxuoso palácio e cercado de conforto material. Mas isso não lhe bastava e ele vivia insatisfeito. Ao redor, a maioria das pessoas eram pobres e sempre passava necessidade. Mesmo entre os ricos, havia pessoas infelizes. E a morte era certa para todos. Sidarta decidiu, então criar uma nova filosofia religiosa que livrasse o espírito, senão o corpo, das aflições mundanas. Aos 29 anos de idade, ele teve várias visões e se convenceu de que deveria abandonar o palácio, sua esposa e seu filho recém-nascido, renunciar a todas as propriedades mundanas e sair, como um andarilho, em busca da “verdade”. Ele visitou muitos religiosos e passou anos jejuando e meditando com o objetivo de superar todos os desejos do corpo, incluindo a fome, e adquirir o total controle de sua mente. Depois percebeu que não adiantava nada e voltou a se alimentar novamente.
A verdade que Sidarta tanto perseguia lhe apareceu numa noite de maio, por volta de 528 a.C, quando sentado sob uma árvore, ele recebeu a o que os budistas chamam pelo nome de iluminação. Sidarta compreendeu que os sofrimentos poderiam ser derrotados. Uma das doutrinas básicas do Hinduísmo é o ciclo de reencarnação. As almas de todas as coisas vivas que morressem renasceriam em outras coisas vivas. Este ciclo continuaria para sempre, com a alma evoluindo desde um inseto, passado por um animal, até chegar a forma humana. Se o homem é ruim durante a vida inferior, ele renasceria como uma forma de vida inferior. Se não, ele renasce como outra pessoa. Este ciclo de reencarnação é infinito, mas Sidarta concluiu que, ao seguir o caminho correto (dharma) da meditação e devoção, a alma poderia chegar ao nirvana, um estado final não diferente do conceito judaico-cristão de Paraíso.
Sidarta adotou o nome de Buda, que significa “o iluminado”, e saiu pelo mundo para ensinar a sua filosofia. Após sua morte, seus seguidores espalharam a filosofia budista pela Ásia, encontrando na China, no Japão e no sudeste da Ásia um número de adesões muito maior do que na própria Índia. Hoje, há quase 300 milhões de budistas no mundo, 99,5% deles na Ásia.

 Referencias:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

Biografia: Lao Tsé - pilar máximo do pensamento oriental.

Lao Tzu (Lao-Tsé) (604- 531a.C.)
Texto integral.
Nascido em Keuh-Jin, na China, Lao Tzu (que não é seu nome verdadeiro e significa algo como “velho mestre”) trabalhou durante um certo tempo como historiador e responsável pelos arquivos oficiais dos imperadores da dinastia Chou. Acredita-se que nessa época ele tenha escrito o Tao Te Ching (Livro da Razão Suprema), uma das mais antigas e influentes obras filosóficas originárias do Oriente. Ela forma a base do taoísmo, uma das maiores religiões do mundo.
Em seu livro, Lao Tzu descreve sua crença de que a ordem do mundo se baseia no Tao (que pode ser traduzido como caminho ou estrada) que uma pessoa segue na vida. O taoísmo baseia-se no princípio de que a pessoa não deve ir contra o Tao, mas se submeter a ele e aceita-lo. Deve-se buscar a simplicidade, a naturalidade e o equilíbrio. Este equilíbrio se resume no yin e no yang, que literalmente significam o lado negro e o lado ensolarado de uma mesma colina, mas que simbolizam o equilíbrio de elementos opostos, como luz e sombra, macho e fêmea, fraco ou forte, céu e terra, preto e branco ou bom e mau.
Ao seguir o Tao, Lao Tzu desenvolve a teoria de que o homem aplica a ideia do Te, termo que se traduz aproximadamente como virtude. O Te também se aplica à dualidade do yin e do yang, tornando possível que haja tanto a boa quanto a má virtude, cada qual com sua própria recompensa. Nesse sentido, o Te é como a doutrina hindu do Karma ou a ideia cristã do pecado. No hinduísmo, a recompensa de uma pessoa vem após a morte, no ciclo de reencarnações no Céu. No taoísmo (ou na Física, como descrito pela terceira lei do movimento de Newton), uma ação leva a uma reação próxima ou imediata e de igual magnitude. Em sua época, Lao Tzu foi bastante respeitado e se tornou uma grande influência durante várias gerações de teólogos.

Referências:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

Biografia: Homero - e o imaginário ocidental

Homero (850 a.C.)
Texto integral.
Pouco se sabe sobre Homero. Acredita-se que era um poeta cego, viveu na Grécia no século oito antes de Cristo e escreveu duas das mais importantes epopeias da história da civilização. Ele pode ter sido um menestrel ambulante ou um contador de histórias na corte de uma das cidades gregas. Há mesmo quem acredite que ele seja um personagem imaginário, criado apenas para justificar as obras que lhe são atribuídas.
Na mesma época em que se supõe que tenha vivido Homero, aparecem na literatura grega dois poemas épicos: a Ilíada e a Odisseia. Tendo como pano de fundo a Guerra de Tróia, eles são tão impressionantes que resistiram durante séculos como obras-primas literárias. A Ilíada conta a história de Aquiles e sua desavença com seu comandante Agamenon a respeito de Briseida, uma escrava troiana. Aquiles se recusa a combater os troianos, mas quando seu amigo Pátroclo é morto por Heitor, um general troiano, Aquiles decide entrar na batalha para vingá-lo.
A Odisseia narra os dez anos em que Ulisses teve que enfrentar os monstros e gigantes, na terra e no mar, antes de regressar a Ítaca. Lá, ele é forçado a derrotar diversos homens que tentavam cortejar sua esposa Penélope, que já havia se convencido de que seu marido havia morrido. No final, Ulisses recupera seu trono em Ítaca e se une novamente a Penélope.

Outras obras foram atribuídas a Homero, mas seu verdadeiro legado está nos inúmeros trabalhos que foram inspirados na Ilíada e na Odisseia, nos personagens e na mitologia que ele criou.
Referências:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

Biografia: Moisés - o Monoteísmo e a base moral ocidental.

Moisés (1300 – 1220 a.C.)
Texto integral.
No século treze antes de Cristo, o povo hebreu vivia no Egito, onde era perseguido com frequência. A perseguição era tão cruel que até um faraó ordenou a morte de todos os filhos homens dos hebreus. Para salvá-lo, a mãe de Moisés o colocou numa pequena cesta de junco e o lançou no Rio Nilo. Por sorte o menino foi resgatado pela filha do faraó e levado ao palácio real, onde passou a viver. Quando chegou à idade adulta, ele lutou pela emancipação de seu povo, que, depois de muita insistência, foi concedida pelo faraó Ramsés II (1292-1225 a.C). Coube a Moisés, então, guiar o povo hebreu para fora do Egito. Sob sua liderança, os hebreus ficaram vagando durante quarenta anos pelo Deserto do Sinai, a caminho da Terra Prometida, onde hoje fica Israel.
Muitos fatos da vida de Moisés ainda são envoltos em um grande mistério. Mas, segundo relatos bíblicos, por volta de 1250 a.C, Deus teria aparecido a Moisés como uma moita em chamas no pico do Monte Sinai, onde Ele teria dado a Moisés duas tábuas. Elas conteriam um conjunto de leis conhecidas como Dez Mandamentos. Moisés, então, teria levado essas tábuas para seu povo e elas foram adotadas como código moral básico do Judaísmo. Mais tarde, os Dez Mandamentos também foram adotados pelo cristianismo.

Até aquela época, o mais comum eram as religiões politeístas, como as praticadas na Mesopotâmia, Egito, Índia, Grécia e Roma, em que se acreditava em muitos deuses e deusas. Por exemplo, o deus do Sol e a deusa da Lua. Os hebreus, no entanto, que eram compostos pelas doze tribos de Israel, acreditavam numa única divindade que chamavam de Jeová. No início, o monoteísmo (crença em um único Deus) era uma crença claramente minoritária, mas hoje é a doutrina seguida por mais da metade dos religiosos do mundo.
Referências:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

Biografia: Hamurabi - e o primeiro código de leis escritas.


Hamurabi (1792-1750 a.C.)
Texto integral.
Hamurabi foi o sexto rei da primeira dinastia da Babilônia e comandou seus exércitos nas conquistas das cidades de Akkad, Elam, Larsa, Mari e da Suméria. Assim, ele criou o império Babilônico de modo muito semelhante ao faraó Menes, que, mais de mil anos antes, também unira os dois Egitos sob uma única coroa.
Apesar de suas grandes e importantes conquistas, Hamurabi entrou mesmo para a História por outro motivo. De suas mãos saíram o primeiro verdadeiro código de leis. Até 1901, seu código permaneceu um pouco esquecido pelos historiadores. A situação começou a mudar, em 1901, quando arqueólogos franceses descobriram, entre as ruínas da antiga Babilônia, os vestígios do Código de Hamurabi, que havia sido gravado em caracteres cuneiformes numa grande lasca de pedra.
O Código contém 282 leis e há indícios de que outras 35 foram quebradas e se perderam. Ele definia crimes específicos e estipulava suas penalidades. Um homem que falhasse em reparar um dique, por exemplo, seria forçado a compensar um vizinho, cujas terras ficassem inundadas. Uma sacerdotisa poderia ser queimada viva se entrasse numa taverna sem permissão. Uma viúva poderia herdar parte da propriedade do marido igual à que coubesse a seu filho. Um cirurgião, cujo paciente morresse sob sua lâmina, perderia a mão. Também havia outras coisas impensáveis para o mundo de hoje. O Código também permitia que um devedor quitasse sua dívida, concedendo sua esposa ou filha ao credor por três anos.

O Código de Hamurabi foi mais do que um mero instrumento legal para estabelecer a estrutura do governo. Como o rei era o principal sacerdote, o Código também governava a vida religiosa dos babilônios. Pela primeira vez na História, as leis foram publicadas e codificadas para que todos as vissem, em vez de serem impostas pelo capricho do monarca. Nesse sentido, o Código de Hamurabi foi o precursor de sistemas legais sob os quais a maioria das sociedades ainda funcionam. Uma curiosidade. “Olho por olho, dente por dente”, uma expressão muito usada na linguagem coloquial de nossos dias, também tem origem no famoso Código de Hamurabi.
Referências:
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Biografia: Faraó Menes e a criação do Primeiro Império da História

Faraó Menes (3100 a.C)
Texto integral.
Não é nenhum exagero afirmar que ele foi o primeiro homem a começar a escrever a história da humanidade. Para que isso acontecesse, no entanto, era necessário que houvesse um palco muito especial. E o cenário em que Menes viveu foi a região fértil do Baixo Nilo, onde hoje se localiza o Egito.
Bem anteriormente à época de Menes, que viveu 31 séculos antes de Cristo, os homens costumavam se reunir em pequenos bandos. Depois, esses bandos passaram a se organizar em cidades-estados, unidades que se autogovernavam. Mas, quando uma cidade-estado se tornava mais poderosa, lentamente ela se expandia e acabava incorporando os vilarejos ao seu redor. Em 3300 a.C, as cidades espalhadas ao longo do rio Nilo tinham se constituído em dois reinos: o do Alto Egito (ou Coroa Branca) e do Baixo Egito (Coroa Vermelha). Em 3100 a.C, Menes, que possuía a coroa vermelha do Baixo Egito, unificou os dois reinos, criando o primeiro império do mundo.
Até então isso não era comum. Já que, por milhares de anos, as sociedades organizadas haviam se expandido por meio da união de entidades menores. Quando Menes criou o Egito unido, seu novo império era diferente de tudo o que havia existido antes. Rapidamente, o Egito se tornara mais do que a mera soma de suas partes, mais do que uma coroa branca e outra vermelha na cabeça do mesmo homem. Essas duas partes se converteram numa unidade cosmopolita, o primeiro do mundo de fato, uma entidade política que permitiria – pela primeira vez na história – o desenvolvimento de um sistema socioeconômico de bases firmes e amplas.
Isso provavelmente poderia acontecer em qualquer outro lugar do planeta, mas ocorreu pela primeira vez no Egito. Resultado: o Egito liderou o mundo por vários séculos seguintes. Nunca saberemos se o faraó Menes previu o que aconteceria, mas o fato de seu império persistir por tanto tempo só confirma sua genialidade como líder político. Menes governou o Egito a partir de uma antiga cidade chamada Thinis, no sul do Egito. Depois, ele fundou uma nova capital, a cidade de Mênfis, que ficava perto da fronteira que separava os antigos reinos. Acredita-se também que foi sob seu reinado que o primeiro alfabeto hieroglífico tenha sido adotado.
Sob o comando de Menes e de seus sucessores, que ficaram no poder por cerca de 2500 anos, o Egito alcançou um desenvolvimento cultural superior a qualquer outra civilização anterior. As cidades não precisavam mais ser autossuficientes e haviam se tornado interdependentes. No centro dessa sociedade, havia os faraós, que alcançaram muita riqueza e poder, tanto político como religioso. Isso porque ele era adorado como um deus. Nessa época, foram erguidas cidades suntuosas e empreendidos projetos sofisticados de engenharia.
Com o tempo, o fabuloso império dos faraós acabou dominado e sucumbiu. Mas o que os egípcios deixaram como herança, que se estende da ciência à arquitetura, ainda é lembrado e respeitado como um dos maiores marco da civilização humana.
Referência.
YENE, Bill. 100 Homens que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2009.