terça-feira, 5 de abril de 2016

Fichamento: "A Interpretação dos Sonhos" de Sigmund Freud. Cap 04

Considerado o maior trabalho de Sigmund Freud (1856-19390), "A Interpretação dos Sonhos" é o livro que inaugura a era da psicanálise. Neste estudo, o Mestre de Viena apresenta uma instância da mente que era,até então, ignorada: o inconsciente. Esse pressuposto foi o estopim de uma revolução teórica que permeou o debate sobre o comportamento humano no século XX.
(P.82) Cap. IV: A Distorção dos Sonhos.
A afirmação de que todos os sonhos são realização de desejos e que não pode haver nenhum sonho senão os sonhos desejantes encontra as mais variadas refutações.
(P.83) Um exemplo são os sonhos desagradáveis que constituem a maioria absoluta dos sonhos. Como pode um pesadelo ser a realização de um desejo?
Freud explica que é necessário observar que sua teoria não se baseia numa consideração do conteúdo manifesto dos sonhos, mas aos pensamentos que o trabalho de interpretação mostra estarem por trás dos sonhos. Devemos, portanto, estabelecer um contraste entre os conteúdos manifestos e latentes dos sonhos. Não há dúvida de que existem sonhos cujo conteúdo manifesto seja de natureza aflitiva. Mas é necessário analisar esse sonho e revelar os pensamentos latentes por trás dele.
(P.84) Mas se os sonhos são a realização de desejos, por que ele não expressa direta e objetivamente o que quer dizer? Freud chama isso de “fenômenos da distorção dos sonhos”.
Surge assim um novo problema, qual a origem desta distorção onírica?
(P.87) Isso ocorre de um conflito entre o pensamento consciente e o inconsciente sobre determinado assunto[1]. O consciente censura uma ideia, o pensamento onírico então é levado a disfarçar esse pensamento, distorcendo-o.
(P.88) Censura e distorção onírica são muito similares. Freud usa como exemplo um jornalista que não podendo criticar o político local, atribui todos os defeitos deste, a imperadores chineses.
Os sonhos recebem sua forma em cada ser humano mediante a ação de forças psíquicas e que uma dessas forças constrói o desejo que é expresso pelo sonho, enquanto a outra exerce uma censura sobre esse desejo onírico e, pelo emprego dessa censura, acarreta forçosamente uma distorção na expressão do desejo.
Freud chama o desejo de primeira instância e a censura que distorce esse desejo de segunda instância. A primeira instância é criativa e a segunda defensiva.
(P.96) devemos entender que os sonhos são distorcidos, e que a realização de desejos neles contida é disfarçada a ponto de se tornar irreconhecível, justamente pela repugnância que o próprio sonhador tem desse desejo, muitas vezes inconfessável.
(P.97) Vimos então que a distorção dos sonhos é um ato de censura. Autocensura.
 Referências:
FREUD, Sigmund. Interpretação dos Sonhos. 1. Ed. São Paulo. Folha de S. Paulo, 2010. P.82-97.

[1] Freud não usa as palavras consciente e inconsciente neste trecho. Foi uma adaptação livre de minha parte, já que dava a entender.