sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Resenha O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry


Biografia do autor.
Antoine de Saint Exupéry (1900-1944) foi um escritor, ilustrador e piloto francês, é o autor de um clássico da literatura “O Pequeno Príncipe”, escrito em 1943. Entre as suas diversas frases famosas estão: "Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos". "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
Antoine de Saint-Exupéry nasceu em Lyon França, no dia 29 de junho de 1900. Era o terceiro filho do conde Saint-Exupéry e da condessa Marie Fascolombe. Estudou no colégio jesuíta Notre Dame de Saint Croix e no colégio dos Maristas, em Friburgo, na Suíça.
Em 1921 ingressou no serviço militar, no Rgimento de Aviação de Estrasburgo, após ter sido reprovado para a Escola Naval. Tornou-se piloto civil e subtenente da reserva. Em 1926 foi admitido na Aéropostale, onde começou sua carreira de piloto de linha, voando entre Toulouse, Casablanca e Dacar.
Antoine de Saint-Exupéry escreveu para jornais e revistas francesas. Escreveu diversas obras, sempre caracterizadas por elementos de aviação e de guerra, entre elas: "O Aviador" (1926), "Voo Noturno" (1931), "Terra dos Homens" (1939), "Carta a um Refém" (1944).
Seu livro mais importante foi "O Pequeno Príncipe" (1943), cuja obra é rica em simbolismo, com personagens como a serpente, a rosa, o adulto solitário, a raposa. O personagem principal do livro vivia sozinho num planeta pequeno, onde existiam três vulcões, dois ativos e um já extinto. Outro personagem representativo é a rosa, cujo orgulho, levou o pequeno príncipe a uma viagem pela terra. Na viagem, encontrou outros personagens que o levaram ao desvendamento do sentido da vida.
Antoine de Saint-Exupéry morreu em um acidente de avião, durante uma missão de reconhecimento, no dia 31 de julho de 1944. Seu corpo nunca foi encontrado. Em 2004, foram encontrados os destroços do avião que pilotava, a poucos quilômetros da costa de Marselha, na França.
Resumo da Obra.
O livro escrito em primeira pessoa conta a história de um aviador, que em uma de suas viagens pelo mundo se vê envolvido em um acidente aéreo que o força a fazer um pouso de emergência no meio do deserto do Saara. Qual não é o seu espanto ao ser acordado na manhã seguinte ao acidente por um menino de cabelos dourados pedindo-lhe que desenhasse um carneiro. E assim tem inicio a história de um dos livros mais traduzidos do mundo, depois da Bíblia e do Al Corão.
Após inumeras conversas o Aviador descobrira que o Pequeno Príncipe vivia em um pequeno planeta (não muito maior que uma casa) chamado pelos astrônomos da Terra de asteroide B 612.
Eis que neste minúsculo planeta surge uma flor extremamente bela, cuja semente, chegou ali, não se sabe de onde. O Pequeno Príncipe logo se apaixona, mas em pouco tempo se decepciona pelas diversas mentiras contadas por tão linda e vaidosa flor. Decide, então, fugir de seu planeta aproveitando uma revoada de pássaros selvagens que vagavam pelo universo.
O Príncipe então conheceu sete planetas. Onde entrou em contato com os diversos tipos de adultos que existem.
O primeiro era habitado por um rei. Seu longo manto cobria todo seu planeta. Logo o rei tomou o Príncipe como súdito e começou a dar ordens, contudo, todas as suas ordens eram razoáveis. Pois, segundo o rei, “é preciso exigir de cada um, o que cada um pode dar” e complementa “ a autoridade repousa sobre a razão”. Entusiasmado pelo fato de possuir um súdito, o rei propôs transformar o Príncipe em ministro, mas este recusou a proposta e prosseguiu com sua viagem.
O segundo planeta era habitado por um vaidoso. Que logo tomou o príncipe por um admirador. A vaidade do homem logo cansou e o principezinho seguiu sua jornada.
O terceiro planeta era habitado por um bêbado, que bebia para esquecer a vergonha que sentia por ser um bêbado.
O quarto planeta era o do empresário. Este era um homem extremamente ocupado, que autodenominava-se um sujeito sério e muito atarefado. Dizia não poder perder tempo com futilidades. Este homem de negócios se dizia dono das estrelas e contava e recontava todas as estrelas do céu, afim de possuí-las. O príncipe então diz que possuí uma flor e três vulcões e que sua posse é útil para os quatro, mas a posse do homem sobre as estrelas não é útil para elas, e que portanto, não vale de nada. Então prosseguiu com sua viagem.
O quinto planeta era o menor, havia espaço apenas para um lampião e para seu Acendedor. O Acendedor tinha a função de acender o lampião a noite e apagar de dia. O único problema era que seu planeta gradativamente girava mais rápido e agora ele apagava e acendia o lampião uma vez por minuto. O Pequeno Príncipe então entendeu que este era a melhor pessoa que havia encontrado até agora, já que era o único que não pensava somente em si, pois o acendedor, mesmo querendo descansar, continuava a acender e apagar o lampião como mandava o regulamento. O Príncipe gostou do Acendedor, mas como o planeta era pequeno demais resolveu partir.
O sexto planeta, o maior até agora, era habitado por um Geógrafo. Este Geógrafo não sabia se em seu planeta existiam rios, mares, cidades ou montanhas, pois o geografo só anota os relatos, quem vai a campo são os exploradores e em seu planeta os exploradores estavam em falta. O Geógrafo então, após receber os relatos do Príncipe sobre seu planetinha, aconselha ao menino dos cabelos dourados que vá conhecer a Terra.
O sétimo planeta é, portanto, a Terra. O Principezinho aterrissou bem no meio do deserto do Saara e o primeiro ser que encontrou foi uma perigosa serpente que falava através de enigmas. A Serpente disse, então, ser poderosa apesar de sua aparência e que podia fazer qualquer um retornar a terra de onde veio. O príncipe então compreendeu o recado.
Vagando pelo deserto o Príncipe encontrou com uma flor de três pétalas. Ao se questionada onde viviam os homens ela respondeu: os homens não possuem raízes e vagam por ai.
Andando mais um pouco escalou uma enorme montanha afim de ver todo o planeta e achar os homens. Ao gritar foi respondido pelo eco.
Então encontrou uma estrada e à seguiu chegando a um enorme jardim, lá existiam milhares de rosas como a sua. Ele então ficou infeliz. Sua rosa havia lhe dito que era a única do universo, eis que, em um único jardim existiam mais de cinco mil iguais à ela. Ele então chorou.
Foi ai então que surgiu uma raposa, que lhe trará a lição mais importante de todo o livro. A raposa ensina ao Príncipe o significado da palavra cativar, que quer dizer “criar laços”. O ato de cativar transforma uma pessoa, entre um milhão de outras pessoas, em alguém especial para outro alguém. Então ao voltar ao jardim percebeu que apesar de existirem milhares de rosas, a sua era única no mundo, pois ela o cativou.
Eis que então, o Pequeno Príncipe encontra-se com um manobrista de trem e recebe dois novos ensinamentos, “os homens nunca estão felizes onde estão” e “somente as crianças são felizes”.
Continuando suas andanças encontrou um vendedor de pílulas que matam a sede, fazendo assim que os adultos ganhem 53 minutos por semana. O príncipe então pensou “se eu tivesse cinquenta e três minutos para gastar, iria caminhando passo a passo, mãos no bolso, na direção de uma fonte...”.
O aviador, que até então ouvira todas as memórias do príncipe, se dá conta de que já se passaram oitos dias e que suas reservas de água se foram. Os dois então se lançaram ao deserto afim de procurar um poço e em meio as conversas o príncipe enfim conseguiu penetrar nos pensamentos do aviador. O príncipe o havia cativado. Então, ao final de uma caminhada de dois dias encontraram o tal poço.
Neste poço o Príncipe revela que o dia seguinte será o aniversário de sua chegada à Terra. O aviador pergunta se ele terá que partir (estava preocupado, se deixou cativar). Mas o Príncipe não responde e diz que ele deve ir arrumar o avião e que volte no dia seguinte.
Quando o aviador volta no outro dia, vê a serpente, do início do livro, conversando com o Príncipe. Ela o havia picado. E este seria seu transporte para seu planeta que estaria alinhado com a Terra esta noite. Para voltar ao seu planeta, o principezinho, deveria morrer.
Análise.
Escrito em 1943 nos EUA, O Pequeno Príncipe, logo tornou-se um Best Seller mundial e um ícone da cultura pop com seus cerca de 150 milhões de exemplares vendidos no mundo em mais de 280 diferentes idiomas (número de idiomas superior ao atual número de países existentes no planeta).
Esta pequena fábula possui um tom triste e melancólico, contudo sua linguagem é clara e de fácil entendimento. Porém, quando surgem palavras diferentes e de difícil interpretação para as crianças o príncipe se transforma em uma espécie de porta-voz e pergunta o significado de tal palavra, ajudando na ampliação do vocabulário do público infantil. A profundidade de seus ensinamentos, e a leveza com que são transmitidos pelo autor é algo tocante.
Alguns especialistas veem no Pequeno Príncipe um toque autobiográfico de Antoine de Saint-Exupéry, em uma reportagem do jornal Folha de São Paulo de 2013 sobre os 70 anos da obra Gabriel Romeu diz:
Quem escreveu essa história foi o francês Antoine de Saint- Exupéry. Ele foi piloto aventureiro, daqueles que fazem manobras arriscadas (...). O principezinho nasceu em 1943, quando virou livro (...). Ficou um tempão rondado na cabeça do autor. Contam que certa vez, enquanto rascunhava um garoto numa toalha de um restaurante, um amigo lhe perguntou o que desenhava. O autor respondeu: “apenas o garoto que existe no meu coração”.
E completa:
Sheila Dryzun conta que há semelhanças entre a rosa (personagem do livro) e a mulher do escritor: eram caprichosas e vaidosas, passavam horas se arrumando. Também relaciona a raposa que o príncipe encontra no deserto e a que Saint- Exupéry relatou ter visto quando sofreu um acidente de avião. Outra coincidência entre o principezinho e o escritor é que ambos desapareceram misteriosamente. No livro, o pequenino some da Terra depois de um encontro com uma serpente. Na vida, o autor desaparece em uma missão aérea um ano após lançar “O Pequeno Príncipe”.
Principais Frases:
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem.
Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção.
Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.
O verdadeiro homem mede a sua força, quando se defronta com o obstáculo.
Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo.
Fontes:


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