Biografia
do autor.
Antoine de Saint Exupéry
(1900-1944) foi um escritor, ilustrador e piloto francês, é o autor de um
clássico da literatura “O Pequeno Príncipe”, escrito em 1943. Entre as suas diversas
frases famosas estão: "Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível
para os olhos". "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que
cativas".
Antoine de Saint-Exupéry nasceu
em Lyon França, no dia 29 de junho de 1900. Era o terceiro filho do conde
Saint-Exupéry e da condessa Marie Fascolombe. Estudou no colégio jesuíta Notre
Dame de Saint Croix e no colégio dos Maristas, em Friburgo, na Suíça.
Em 1921 ingressou no serviço
militar, no Rgimento de Aviação de Estrasburgo, após ter sido reprovado para a
Escola Naval. Tornou-se piloto civil e subtenente da reserva. Em 1926 foi
admitido na Aéropostale, onde começou sua carreira de piloto de linha, voando
entre Toulouse, Casablanca e Dacar.
Antoine de Saint-Exupéry escreveu
para jornais e revistas francesas. Escreveu diversas obras, sempre
caracterizadas por elementos de aviação e de guerra, entre elas: "O
Aviador" (1926), "Voo Noturno" (1931), "Terra dos
Homens" (1939), "Carta a um Refém" (1944).
Seu livro mais importante foi
"O Pequeno Príncipe" (1943), cuja obra é rica em simbolismo, com
personagens como a serpente, a rosa, o adulto solitário, a raposa. O personagem
principal do livro vivia sozinho num planeta pequeno, onde existiam três
vulcões, dois ativos e um já extinto. Outro personagem representativo é a rosa,
cujo orgulho, levou o pequeno príncipe a uma viagem pela terra. Na viagem,
encontrou outros personagens que o levaram ao desvendamento do sentido da vida.
Antoine de Saint-Exupéry morreu
em um acidente de avião, durante uma missão de reconhecimento, no dia 31 de
julho de 1944. Seu corpo nunca foi encontrado. Em 2004, foram encontrados os
destroços do avião que pilotava, a poucos quilômetros da costa de Marselha, na
França.
Resumo
da Obra.
O livro escrito em primeira
pessoa conta a história de um aviador, que em uma de suas viagens pelo mundo se
vê envolvido em um acidente aéreo que o força a fazer um pouso de emergência no
meio do deserto do Saara. Qual não é o seu espanto ao ser acordado na manhã
seguinte ao acidente por um menino de cabelos dourados pedindo-lhe que
desenhasse um carneiro. E assim tem inicio a história de um dos livros mais
traduzidos do mundo, depois da Bíblia e do Al Corão.
Após inumeras conversas o Aviador
descobrira que o Pequeno Príncipe vivia em um pequeno planeta (não muito maior
que uma casa) chamado pelos astrônomos da Terra de asteroide B 612.
Eis que neste minúsculo planeta
surge uma flor extremamente bela, cuja semente, chegou ali, não se sabe de
onde. O Pequeno Príncipe logo se apaixona, mas em pouco tempo se decepciona
pelas diversas mentiras contadas por tão linda e vaidosa flor. Decide, então,
fugir de seu planeta aproveitando uma revoada de pássaros selvagens que vagavam
pelo universo.
O Príncipe então conheceu sete
planetas. Onde entrou em contato com os diversos tipos de adultos que existem.
O primeiro era habitado por um
rei. Seu longo manto cobria todo seu planeta. Logo o rei tomou o Príncipe como
súdito e começou a dar ordens, contudo, todas as suas ordens eram razoáveis.
Pois, segundo o rei, “é preciso exigir de cada um, o que cada um pode dar” e
complementa “ a autoridade repousa sobre a razão”. Entusiasmado pelo fato de
possuir um súdito, o rei propôs transformar o Príncipe em ministro, mas este
recusou a proposta e prosseguiu com sua viagem.
O segundo planeta era habitado
por um vaidoso. Que logo tomou o príncipe por um admirador. A vaidade do homem
logo cansou e o principezinho seguiu sua jornada.
O terceiro planeta era habitado
por um bêbado, que bebia para esquecer a vergonha que sentia por ser um bêbado.
O quarto planeta era o do
empresário. Este era um homem extremamente ocupado, que autodenominava-se um
sujeito sério e muito atarefado. Dizia não poder perder tempo com futilidades.
Este homem de negócios se dizia dono das estrelas e contava e recontava todas
as estrelas do céu, afim de possuí-las. O príncipe então diz que possuí uma
flor e três vulcões e que sua posse é útil para os quatro, mas a posse do homem
sobre as estrelas não é útil para elas, e que portanto, não vale de nada. Então
prosseguiu com sua viagem.
O quinto planeta era o menor,
havia espaço apenas para um lampião e para seu Acendedor. O Acendedor tinha a
função de acender o lampião a noite e apagar de dia. O único problema era que
seu planeta gradativamente girava mais rápido e agora ele apagava e acendia o lampião
uma vez por minuto. O Pequeno Príncipe então entendeu que este era a melhor
pessoa que havia encontrado até agora, já que era o único que não pensava
somente em si, pois o acendedor, mesmo querendo descansar, continuava a acender
e apagar o lampião como mandava o regulamento. O Príncipe gostou do Acendedor,
mas como o planeta era pequeno demais resolveu partir.
O sexto planeta, o maior até
agora, era habitado por um Geógrafo. Este Geógrafo não sabia se em seu planeta
existiam rios, mares, cidades ou montanhas, pois o geografo só anota os
relatos, quem vai a campo são os exploradores e em seu planeta os exploradores
estavam em falta. O Geógrafo então, após receber os relatos do Príncipe sobre
seu planetinha, aconselha ao menino dos cabelos dourados que vá conhecer a
Terra.
O sétimo planeta é, portanto, a
Terra. O Principezinho aterrissou bem no meio do deserto do Saara e o primeiro
ser que encontrou foi uma perigosa serpente que falava através de enigmas. A
Serpente disse, então, ser poderosa apesar de sua aparência e que podia fazer
qualquer um retornar a terra de onde veio. O príncipe então compreendeu o
recado.
Vagando pelo deserto o Príncipe
encontrou com uma flor de três pétalas. Ao se questionada onde viviam os homens
ela respondeu: os homens não possuem raízes e vagam por ai.
Andando mais um pouco escalou uma
enorme montanha afim de ver todo o planeta e achar os homens. Ao gritar foi
respondido pelo eco.
Então encontrou uma estrada e à
seguiu chegando a um enorme jardim, lá existiam milhares de rosas como a sua.
Ele então ficou infeliz. Sua rosa havia lhe dito que era a única do universo,
eis que, em um único jardim existiam mais de cinco mil iguais à ela. Ele então
chorou.
Foi ai então que surgiu
uma raposa, que lhe trará a lição mais importante de todo o livro. A raposa
ensina ao Príncipe o significado da palavra cativar, que quer dizer “criar
laços”. O ato de cativar transforma uma pessoa, entre um milhão de outras
pessoas, em alguém especial para outro alguém. Então ao voltar ao jardim
percebeu que apesar de existirem milhares de rosas, a sua era única no mundo,
pois ela o cativou.
Eis que então, o
Pequeno Príncipe encontra-se com um manobrista de trem e recebe dois novos
ensinamentos, “os homens nunca estão felizes onde estão” e “somente as crianças
são felizes”.
Continuando suas
andanças encontrou um vendedor de pílulas que matam a sede, fazendo assim que
os adultos ganhem 53 minutos por semana. O príncipe então pensou “se eu tivesse
cinquenta e três minutos para gastar, iria caminhando passo a passo, mãos no
bolso, na direção de uma fonte...”.
O aviador, que até
então ouvira todas as memórias do príncipe, se dá conta de que já se passaram
oitos dias e que suas reservas de água se foram. Os dois então se lançaram ao
deserto afim de procurar um poço e em meio as conversas o príncipe enfim
conseguiu penetrar nos pensamentos do aviador. O príncipe o havia cativado. Então,
ao final de uma caminhada de dois dias encontraram o tal poço.
Neste poço o Príncipe
revela que o dia seguinte será o aniversário de sua chegada à Terra. O aviador
pergunta se ele terá que partir (estava preocupado, se deixou cativar). Mas o
Príncipe não responde e diz que ele deve ir arrumar o avião e que volte no dia
seguinte.
Quando o aviador volta
no outro dia, vê a serpente, do início do livro, conversando com o Príncipe.
Ela o havia picado. E este seria seu transporte para seu planeta que estaria
alinhado com a Terra esta noite. Para voltar ao seu planeta, o principezinho,
deveria morrer.
Análise.
Escrito em 1943 nos EUA, O
Pequeno Príncipe, logo tornou-se um Best Seller mundial e um ícone da cultura
pop com seus cerca de 150 milhões de exemplares vendidos no mundo em mais de
280 diferentes idiomas (número de idiomas superior ao atual número de países
existentes no planeta).
Esta pequena fábula possui um tom
triste e melancólico, contudo sua linguagem é clara e de fácil entendimento. Porém,
quando surgem palavras diferentes e de difícil interpretação para as crianças o
príncipe se transforma em uma espécie de porta-voz e pergunta o significado de
tal palavra, ajudando na ampliação do vocabulário do público infantil. A
profundidade de seus ensinamentos, e a leveza com que são transmitidos pelo
autor é algo tocante.
Alguns especialistas veem no
Pequeno Príncipe um toque autobiográfico de Antoine de Saint-Exupéry, em uma
reportagem do jornal Folha de São Paulo de 2013 sobre os 70 anos da obra Gabriel
Romeu diz:
Quem escreveu
essa história foi o francês Antoine de Saint- Exupéry. Ele foi piloto
aventureiro, daqueles que fazem manobras arriscadas (...). O principezinho
nasceu em 1943, quando virou livro (...). Ficou um tempão rondado na cabeça do
autor. Contam que certa vez, enquanto rascunhava um garoto numa toalha de um
restaurante, um amigo lhe perguntou o que desenhava. O autor respondeu: “apenas
o garoto que existe no meu coração”.
E completa:
Sheila Dryzun
conta que há semelhanças entre a rosa (personagem do livro) e a mulher do
escritor: eram caprichosas e vaidosas, passavam horas se arrumando. Também
relaciona a raposa que o príncipe encontra no deserto e a que Saint- Exupéry
relatou ter visto quando sofreu um acidente de avião. Outra coincidência entre
o principezinho e o escritor é que ambos desapareceram misteriosamente. No
livro, o pequenino some da Terra depois de um encontro com uma serpente. Na
vida, o autor desaparece em uma missão aérea um ano após lançar “O Pequeno Príncipe”.
Principais
Frases:
Tu te tornas eternamente
responsável por aquilo que cativas.
O verdadeiro amor nunca se
desgasta. Quanto mais se dá mais se tem.
Amar não é olhar um para o outro,
é olhar juntos na mesma direção.
Só se vê bem com o coração, o
essencial é invisível aos olhos.
O verdadeiro homem mede a sua
força, quando se defronta com o obstáculo.
Num mundo que se faz deserto,
temos sede de encontrar um amigo.
Fontes:
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