O meio e a construção
da identidade
Homem, ser social,
inicia o desenvolvimento da sua identidade através da interação que mantém com
o meio em que vive. A construção da identidade apresenta características
diversas em razão das diferenças culturais. A cada experiência vivida, a cada
problema enfrentado, se está alimentando o processo de construção da
identidade.
É realidade
contemporânea a criança freqüentar creche ou berçário a partir dos quatro meses
de idade. Também é realidade a não especialização no processo de
desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento da identidade, dos profissionais
que lá trabalham, não existindo a motivação pedagógica à curiosidade, ao
estímulo do desenvolvimento da fala e dos movimentos, ao convívio social e
tantos outros itens, que quando estimulados, agem como diferencial no
desenvolvimento sócio-cognitivo da criança.
É justamente através
das atividades rotineiras que a aprendizagem deve ocorrer. O simples rolar
sobre o próprio corpo dando inicio ao processo de autonomia do movimento, a
tentativa de comunicação através de gestos e expressões faciais, a exploração
do corpo ao analisar atentamente as mãozinhas deve ser estimulada. Também novos
desafios devem ser propostos como incentivo à autonomia e independência do
bebê.
A não especialização
destes profissionais pode interferir negativamente no desenvolvimento da
autoconfiança da criança, fator este, inibidor da construção da sua identidade.
No início da fase dos
registros gráficos, garatujas, é essencial que o educador os valorize uma vez
que esta experimentação incidirá na ampliação do conhecimento que a criança tem
de si própria e do mundo que a cerca. O descaso poderá resultar na inibição,
impedindo seu progresso e segurança nos próximos registros, imprescindíveis
para o processo de construção da identidade.
O ser humano precisa
ser elogiado, apreciado e reconhecido, durante toda a vida. O professor ao
propiciar que o aluno exponha suas "idéias", de forma democrática,
contribui para construção de uma relação equilibrada tanto entre
aluno/professor quanto aluno/aluno.
Na adolescência há uma
ebulição de idéias que acontece ao mesmo tempo em que as transformações
corporais se mostram imensas e intensas. Tudo isso se apossa do adolescente sem
que ele tenha pedido ou querido, tirando-o da zona de conforto em que se
encontrava, necessitando do respaldo necessário para a continuada formação da
sua identidade.
O diálogo é fundamental
para o exercício desta construção além de exercitar o respeito à diversidade e
à autonomia. A autonomia não se dá, se conquista. Para ser autônomo há que se
ter confiança. A confiança se adquire através de uma boa preparação, e esta
preparação é decorrente do exercício da ação dialógica. Todo este processo
favorece a criatividade, tão fundamental na construção da identidade.
Enfim, todos estes
quesitos embasam o indivíduo para que acredite em si mesmo e construa uma
identidade forte.
Referência:
http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=172&doc=13175&mid=2
Parabéns por sua dedicação ao ensino. Artigo enxuto e esclarecedor.
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