sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Feitos incríveis que perturbarão sua compreensão do tempo.

A fascinação obsessiva com o tempo é algo exclusivo do ser humano. Contudo, ainda que tenhamos tratados de medir, rastrear e definir o tempo desde o inicio da civilização, feitos como estes nos mostram o quão inexatas podem ser a nossa percepção do tempo.
1. A universidade de Oxford é mais antiga que os astecas.
Os ensinamentos começaram em Oxford em 1096, e em 1248 a Universidade foi oficialmente fundada. Já a civilização asteca, tal como a conhecemos, surgiu com a fundação de Tenochtitlán em 1325.
2. Em um período de apenas 66 anos, passamos do primeiro voo de avião para a primeira aterrissagem na lua.

Em 1903 os irmãos Wright voaram com sucesso em um avião durante “eternos” 59 segundos. 38 anos depois, em 1941, os japoneses aproveitaram o voo para bombardear Pearl Harbor. E apenas 28 anos depois, em 1969, a nave Apollo 11 aterrissou em solo lunar.
3. Cleópatra viveu mais perto do nascimento de Pizza Hut que das pirâmides.

A grande pirâmide foi construída cerca de 2560 a.C, enquanto que Cleópatra viveu até aproximadamente 30 a.C. O primeiro Pizza Huta abriu suas portas em 1958. Isso quer dizer, que Cleópatra esta 500 anos mais próximo do Pizza Hut, do que dos templos símbolos de sua civilização.
4. Há mais capacidade de processamento em uma calculadora TI-83 do que no computador que permitiu a aterrissagem da Apollo 11 na Lua.

O computador de orientação da missão Apollo 11 operou em 1.024 MHz, que é aproximadamente uma sexta parte da potência de processamento de uma calculadora TI-83 utilizadas por estudantes para jogar Tetris.
5. As primeiras pirâmides foram construídas enquanto o mamute lanudo ainda povoava a Terra.

Ainda que a maioria dos mamutes tenham se extinguido muito antes do surgimento das grandes civilizações, pequenos grupos deste animal sobreviveram até 1650 a.C. Nesse momento, o Egito vivia na metade de seu período imperial, e as pirâmides de Gizé já existiam há mil anos.
6. A França ainda executava pessoas em guilhotinas quando surgiu a saga Star Wars.

Star Wars estreou no cinema em maio de 1977. A última execução na guilhotina foi em 10 de setembro do mesmo ano.
7. A Universidade de Harvard foi fundada antes de que o calculo fosse derivado.
Harvard, a universidade mais antiga dos Estados Unidos, foi fundada em 1636. O nascimento do cálculo derivado surgiu mais tarde, no mesmo século, graças as obras de Gottfried Leibniz e Isaac Newton.
8. Se você tem mais de 45 anos, a população mundial mais que dobrou durante o decorrer da sua vida.

Em 1968, a população mundial era de 3 bilhões e meio de pessoas. Hoje, alcançamos a cifra de 7 bilhões de pessoas e a população cresce em torno de 200 mil pessoas ao dia.
9. Existem baleias vivas hoje que nasceram antes da publicação da novela Moby Dick.

Algumas baleias da Groelândia que vivem na costa do Alaska, tem mais de 200 anos de idade. Ou seja, nasceram muito antes de que a novela Moby Dock, fosse escrita por Herman Melville em 1851.
10. A cada dois minutos, tiramos tantas fotos quanto toda a humanidade tirou durante o século XIX.
10% de todas as fotos tiradas pela humanidade foram tomadas nos últimos 12 meses.
11. Se toda história da Terra fosse comprimida em apenas um ano, os humanos modernos surgiriam apenas no dia 31 de dezembro, às 23:58.

A espécie humana vive no planeta à somente 0,004% de toda a história da Terra.

Traduzido pelo blog.
Fonte: RT

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Formação do Brasil Contemporâneo de Caio Prado Júnior. 4º Capítulo

Neste capítulo Caio Prado Junior nos leva a 

compreender as três grandes correntes migratórias
 que ocorreram no Brasil colônia, tendo como foco
 principal a última, que ocorre de forma quase 
imperceptível, mas que ajuda a deslocar
 o eixo econômico brasileiro, de forma 
definitiva, do nordeste para o sudeste. 
Cap 4: Corrente de Povoamento.
(P.71) A população no Brasil do Século XVIII não é estacionária: ocupavam territórios novos até então desertos, e abandonavam territórios já devastados. O povoamento estava longe da estabilização, sendo as ocupações e povoamentos quadros provisórios de um povo em movimento.
A evolução do nosso povoamento pode-se sintetizar em três grandes fases, cada qual com seu ponto de partida e seu impulso inicial em circunstancias históricas precisas e bem definidas.
A primeira se inaugura com a colonização e vai até fins do século XVII. Representa o período de ocupação inicial, os primeiros passos do estabelecimento português no território de sua colônia.
Territorialmente compreende o extenso litoral, desde o Amazonas até o Rio da Prata. No interior temos a penetração da agropecuária no sertão nordestino e o ligeiro avanço sobre o rio Amazonas.
(P.72) A segunda , será causada pelo furor da descoberta do ouro no centro do continente no século XVIII. Como foi dito anteriormente, formaram-se abruptamente diversos núcleos de origem mineradora no interior da colônia.
E por fim, a terceira fase que, segundo o autor, se fará de forma mais lenta e paulatina, sem arrancos ou confusões, de forma às vezes quase imperceptível. Ela ocorrerá na segunda metade do século XVIII.
Saint-Hilaire, viajando pelo Brasil, notou a extrema mobilidade do povo brasileiro. Imigravam a todo momento e algumas vezes por nada, apenas na esperança de encontrar um lugar melhor.
(P.73) Segundo Caio Prado Jr. estes deslocamentos constantes em busca de um melhor sistema de vida, influenciou de alguma maneira o caráter da colonização e do colonizado, que cultivava cana, café e algodão como extraia o ouro: como uma simples oportunidade de momento.
Ou seja, a colonização não se orienta no sentido de construir uma base econômica sólida, de exploração racional e coerente dos recursos do território para satisfazer as necessidades locais. Daí a sua instabilidade e a extrema mobilidade de seu povo.
Apesar desta mobilidade ser permanente e confusa, Caio Prado consegue destacar algumas linhas diretrizes gerais. Sendo uma das mais importantes correntes migratórias a que se verifica do interior para o litoral, efeito do já comentado, refluxo para a agricultura (após a decadência da mineração).
(P.74) Apesar do aumento da população no litoral desta época ser causado, em grande parte, pelo fluxo imigratório do exterior, uma boa proporção veio de correntes imigratórias do interior.
Além desta corrente migratória, ocorreram várias outras em todo o país.
Como no caso do avanço rumo ao interior das fazendas de gado do nordeste, ou o refluxo populacional do Ceará causado pela grande seca de 1791-3. Temos ainda o despovoamento progressivo do Mato Grosso e de Goiás após o fim do ciclo do ouro.
(P.75) O autor ainda analisa o caso mineiro, que segundo ele, foi menos traumático que o caso Goiano. Para o autor a decadência do ouro em Minas, só não foi mais dura graças ao surgimento de uma incipiente agricultura e pecuária na região.
(P.77) Em fins do século XVIII a mineração quase havia se extinguido em Minas Gerais, mas a agricultura (sobretudo do algodão) veio suprir este vácuo. Possibilitando ainda uma expansão mineira, que o autor denomina de centrífuga, rumo às bordas da capitania, avançando sobre outras províncias e criando diversos litígios entre elas.
(P.81) Caio Prado Júnior ainda analisa o caso paulista, que apesar da decadência do século XVIII, conseguiu se levantar em bases mais sólidas, graças ao cultivo de cana-de-açúcar nas terras roxas do interior (campinas), das fazendas de gado no sul e o café do Vale do Paraíba.
(P.84) Em suma, o que Caio Prado que nos trazer neste capitulo dos movimentos demográficos no centro-sul da colônia é a sua extrema complexidade. As correntes migratórias se cruzam e se entrecruzam. Novos territórios são ocupados e o café começa seu grandioso trajeto que transformará o país no correr do século em curso.
Tudo isso, são sinais do deslocamento do eixo econômico do Brasil, do nordeste para as capitanias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Disso saíra um novo equilíbrio político que será o do império, sobretudo na sua segunda parte.


Fonte: PRADO JÚNIOR, Caio: Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo. Ed Brasiliense. 7ª reimpressão, da 23ª edição de 1994. Pág 71-84.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Formação do Brasil Contemporâneo de Caio Prado Junior. 3º Capítulo.

Segundo Caio Prado Jr em seu 3º capítulo, 
o avanço humano rumo ao interior do país 
ocorreu em decorrência da mineração e
 da pecuária. Ambas, cada uma a seu modo, 

foram responsáveis pelo "empurrãozinho"
 que faltava à colonização destas áreas.
Cap 3: Povoamento do Interior
(P.55) O avanço sobre o Tratado de Tordesilhas pelos portugueses e seus sucessores ocorreram por dois fatores: a mineração e o avanço das fazendas de gado. Sendo exceção a região norte por circunstancias próprias.
A primeira diferença visível entre o povoamento derivado da pecuária e da mineração vem do fato que, a pecuária avançou aos poucos, de forma contigua rumo ao oeste. Enquanto que o povoamento decorrente da mineração foram rápidos e bruscos.
Os núcleos mineradores surgem em zonas isoladas, ligadas ao litoral por pequenas estradas margeadas por longas áreas desertas. A dispersão rumo ao interior é tão brusca e violenta, que estes povoados perdem o contato com as fontes de onde brotaram.
(P.56) Muito diferente do povoamento levado pelas fazendas de gado, em especial a da Bahia, onde paulatinamente as fazendas avançam rumo ao interior e por este motivo as populações fixadas nestas regiões não perdem contato com seu centro irradiador.
No centro-sul (minerador) temos uma população flutuante que migra de jazida em jazida buscando riqueza. Deixando para trás pequenas cidades, antes apinhadas de gente.
Os três maiores núcleos mineradores desta época foram Minas Gerais, Goiás e Mato-Grosso.
O autor da inicio, então, a uma análise minuciosa das peculiaridades desses três núcleos.
(P.60) Estas são as três maiores zonas de povoamento decorrentes da mineração. Contudo, existiam outras por todo o país, em sua maioria insignificantes, esporádicas e subsidiárias de outras ocupações mais importantes.
(P.61) Passemos agora ao povoamento decorrente da expansão das fazendas de gado. Caio Prado afirma que a área colonizada pela pecuária ultrapassa em muito a colonizada pela mineração.
Ela surge para abastecer um centro e se alastram de forma contígua a partir de um núcleo, com o qual não perde contato (diferente da mineração). O centro a ser abastecido de gado e carne é em geral agrícola, mas pode ocorrer de algumas vezes ser minerador.
Os principais núcleos agrícolas rodeados de fazendas de gado se originaram no nordeste (de Pernambuco à Bahia), no sudeste (Minas Gerais) e no sul (do Paraná ao Rio Grande do Sul).
O nordeste foi a primeira área a ser utilizada pela pecuária, apesar da secura da suas terras, o que impossibilitava a agricultura, o gado adaptou-se bem e foi largamente criado.
(P.62) Contudo, a impossibilidade de criação de grandes rebanhos e as secas recorrentes, tornaram a carne nordestina menos competitiva frente a charque rio-grandense em fins dos século XVIII. Contudo, até que isso acontecesse o nordeste progrediu, sendo quase que inteiramente povoado.
(P.63) Esta ocupação, porém, é muito irregular, escassa e rala. O pessoal das fazendas de gado não são numerosos. Algumas zonas foram mais povoadas que outras, em razão da existência ou não de água. É sobretudo nas margens de poucos rios perenes que se condensa a vida humana.
(P.65) O extremo sul da colônia também de povoou com fazendas de gado. Área esta, geograficamente favorável à pecuária. Contudo, existia uma escassa população litorânea que não adentrava o interior graças à existência da Serra do Mar que dificultava o acesso.
(P.66) O autor trata ainda do caso da colonização de São Paulo. Geograficamente, ele era um ponto de transição ente as serras de Minas e os campos do sul, graças também aos seus rios que seguem em direção ao interior, São Paulo tornou-se um importante ponto de contato e articulação entre as diversas regiões da colônia.
Foi de São Paulo, ainda, que partiram as primeiras expedições rumo ao interior do continente. Penetração inicialmente exploradora e predadora de índios e prospectora de índios e povoadora ao final.
(P.67) Entretanto, São Paulo era apenas isso, um ponto de encontro de rotas, e quando novas rotas surgiram o estado entrou em ostracismo, recuperando-se apenas em fins do século XVIII com o advento da agricultura na região.
(P.68) Por fim, Caio Prado trata da colonização do norte do país, em especial a da região amazônica. Que por sua localização geográfica, manteve-se isolada do restante do país, fazendo comércio diretamente com Portugal. Sendo assim, a Amazônia ficará a margem do sistema de toda colônia.
Sua colonização se dará principalmente nas margens dos rios, não se alastrando rumo ao interior em decorrência de suas florestas intransponíveis.

Fonte: PRADO JÚNIOR, Caio: Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo. Ed Brasiliense. 7ª reimpressão, da 23ª edição de 1994. Pág 55-70.