sábado, 30 de novembro de 2013

Elite Vira-lata e a Distribuição de Renda.


Por: William C. T. Rodrigues
Quanto dinheiro existe no mundo? Segundo Daniel Motta, professor de estratégia econômica do Insper, existem duas respostas a essa pergunta.
A primeira diz respeito ao PIB. Pode-se somar o PIB de todos os países e a partir daí tirar uma base de quanta riqueza se produz em nosso planeta, que hoje gira em torno dos 50 ou 60 trilhões de dólares.
A segundo resposta é calculada com base em quatro dados: o valor total dos depósitos bancários, fornecido pelos bancos; o valor do títulos públicos e dos privados e o valor atual de todas as ações no mercado. Este número representa o “total de ativos existentes no mundo, ou seja, é o dinheiro que gira”. Segundo Mota existe hoje em nosso planeta algo em torno de US$ 170 trilhões de dólares!
Já o Brasil, de acordo com essas estimativas possuí um PIB de cerca de US$ 2.456 trilhões de dólares sendo considerado como a sexta economia do mundo. Contudo somos, segundo o ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o segundo pior país em distribuição de renda de mundo.
Mas o que é distribuição de renda? Segundo o economista clássico David Ricardo a “distribuição funcional de renda é a distribuição do produto nacional entre proprietários de terra, donos do capital e trabalhadores”. Ou seja, em termos mais contemporâneos é a forma como a riqueza de um país é distribuída entre os seus habitantes.
Enfim, até o momento vimos quanto dinheiro há no mundo e no Brasil, vimos também o que é distribuição de renda e que o nosso país é um dos piores nesse requisito. Então em meio a isso surge uma questão:
Se existe tanto dinheiro no Brasil e no mundo, se a maioria da população brasileira é composta por gente trabalhadora e batalhadora, se durante toda a história do Brasil as elites sempre disseram que era necessário primeiro crescer o bolo para depois reparti-lo e hoje somos o sexto maior bolo do planeta, porque a distribuição da riqueza em nosso país é tão débil e ineficaz?
Simples e a resposta vem através do grande economista brasileiro Celso Furtado. Segundo ele as elites latino-americanas em geral querem consumir como as elites dos países desenvolvidos. Entretanto, os países desenvolvidos possuem uma renda per capita de 4 a 5 vezes maior que nossa. Por isso a única maneira de nossa elite poder consumir como elite de centro é através da concentração de renda.
Em outras palavras, o dinheiro existe, mas esta travado em alguma conta na Suíça para que a família de algum magnata possa passar as férias no Wall Disney World.
Posso até mesmo arriscar, que o que move a econômica nacional é o pobre, sendo portanto sua existência, um “mal” necessário para a perpetuação desta elite ostentativa brasileira. Pois, ao contrário do trabalhador que após muita luta compra um carro nacional e toma Cidra Cereser no final do ano, a nossa ilustra elite apenas consome carros importados e Champagne francês Armand de Brignac Brut Rosé, cuja garafa custa em torno de R$ 2600,00.
É interessante observar que até mesmo na época da Colônia, a elite se portava da mesma forma. Com base nisso, podemos até mesmo supor que a independência veio, mas a mentalidade de colonizado ainda persiste.
Referências:

50 maiores economias do mundo. http://www.terra.com.br/economia/infograficos/pib-mundial/ . Acesso em 30/11/2013

Brasil tem segunda pior distribuição de renda em ranking da OCDE. http://oglobo.globo.com/economia/brasil-tem-segunda-pior-distribuicao-de-renda-em-ranking-da-ocde-7887116 . Acesso em 30/11/2013Acesso em 30/11/2013


Distribuição de Renda e Crescimento. http://www.infoescola.com/sociologia/distribuicao-de-renda-e-crescimento/Acesso em 30/11/2013

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