quarta-feira, 16 de junho de 2010

Wilhelm Dilthey (1833-1911): Tópicos.

Wilhelm Dilthey (1833-1911): Tópicos.
Nasceu em 19 de novembro de 1833 em Briebrich. Preparava-se para o sacerdócio, mas por influência de Leopold Rank voltou-se para a filosofia e a história. Diplomado com 24 anos, tornou-se professor da Universidade da Basiléia. Em 1882 foi a Berlim tomar a cadeira de filosofia, onde ficou até sua morte em 1911. (...)
A compreensão dos outros e das suas manifestações de vida.
Para Wilhelm Dilthey é na compreensão de si próprio e na ação recíproca que compreendemos as manifestações de vida das outras pessoas. E é de grande importância a compreensão dos outros para o conhecimento histórico.
1. As manifestações de vida:
São as expressões que dizem ou significam qualquer coisa e aquelas que tem o propósito de se tornar uma expressão de uma vida mental.
Existem três classes de manifestação de vida: os juízos, as ações e as expressões da experiência.
Os conceitos e os Juízos: São desligados da vivência em que ocorreram. O juízo é a validade de um conteúdo de pensamento independente das circunstancias de seu aparecimento e da diferença de épocas ou pessoas, reside ai o sentimento de identidade.

Ações: Ela nasce não na intenção de realizar uma comunicação, mas visando um fim que já se encontra implícito. A ação não define a vida interior de onde brotou.
Expressão da vivência: tem uma relação forte entre ela à vida da qual provém e a compreensão que provoca. Ela apenas pode ser julgada como sincera ou insincera e não como verdadeira ou falsa.
Tudo o que resulta da vida do dia-a-dia subordina-se aos interesses dessa vida, tudo quanto depende permanentemente da transitoriedade tem o seu significado determinado pelo momento.
2. As formas elementares da compreensão:
Ela começa a se manifestar nos interesses da vida prática.
As pessoas são colocadas diariamente um contato umas com as outras e devem aprender a se compreenderem mutuamente. Cada uma tem de saber o que a outra quer mesmo sem se utilizar da fala.
O processo de compreensão elementar baseia-se na relação da expressão com o que nela se exprime.
3. O espírito objetivo e a compreensão elementar:
Espírito objetivo são as múltiplas formas sob as quais se objetiva no mundo dos sentidos a experiência. E isso é comum a todos.
É neste espírito que o passado se torna para nós presente constante. Como os estilos de vida, os costumes, o direito, o Estado, as artes etc.
E é dentro deste mundo do espírito objetivo que nascemos, crescemos e recebemos as primeiras influências.
É a partir dessa experiência comum que existe uma conexão entre expressão e coisa expressa. Que volta as formas elementares de expressão.
Podendo assim qualificar a manifestação de vida como sendo a expressão de uma vida mental.
4. As formas superiores de compreensão:
A passagem das formas elementares para as formas superiores surge do fato de a compreensão partir do contexto normal da manifestação de vida e da vida mental que nela se exprime.

Das relações da vida surge à necessidade de formular juízos sobre o caráter ou a capacidade de cada indivíduo.

Para isso contamos com o significado dos gestos e de expressões deste indivíduo e nos utilizamos do raciocínio de analogia.

As formas superiores então se fundamentam na relação entre expressão e coisa expressa. Ela parte de uma manifestação e por meio da indução torna compreensível a estrutura de um todo.

A compreensão tem sempre por objeto algo individual. E nas formas superiores parte de uma apreensão indutiva do todo seja ela uma obra ou uma vida.
O espírito objetivo e a força do indivíduo determinam o mundo espiritual e é na compreensão de ambos que se fundamenta a história.
5. Transposição, recriação e revivência:
A transposição é uma tarefa da compreensão quando o eu é transposto seja para um ser humano seja para uma obra.
A compreensão constitui em si mesma uma operação inversa ao processo de ação. A compreensão deve seguir a ordem dos fatos, movendo-se progressivamente com a própria vida.
A revivência segue essa cronologia e seu êxito está no fato de julgarmos estarmos diante de um todo contínuo. Como por exemplo quando um romancista ou um historiador segue o processo histórico.
Toda visualização de um ambiente ou de uma situação estimula em nós a revivência.
E a imaginação permite-nos acentuar ou diminuir sua ênfase, para assim recriarmos a vida mental de outra pessoa. E assim transportar-me para outras épocas e vivenciar em imaginação muitas outras existências.
6. A exegese ou interpretação:
O uso da recriação e revivência de experiências alheias ou do passado resultam de um dom.

Quando esse dom é trabalhado torna-se técnica. Essa técnica evolui graças à evolução da consciência histórica que está ligada a compreensão. A compreensão sistemática das manifestações de vida para sempre fixadas chamamos exegese.

A exegese se consuma da interpretação dos vestígios da existência humana contida nos escritos. Sendo a base nas artes da filologia e nas ciências da hermenêutica.

O ponto de partida para o estabelecimento da verdade do testemunho das ciências do espírito parte do caráter da vivência que a percepção da realidade.

A compreensão parte do princípio de localizar o historiador na situação de um leitor de época ou do ambiente do autor.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ética e Religião.


Ética e Religião.
A palavra ética é descrita no dicionário como: “parte da filosofia que estuda os deveres do homem para com Deus e a sociedade; ciência da moral.” E o ético como: “relativo aos costumes, moral”.(...)
Ética nada mais é do que um padrão de normas que devem ser seguidas por todas as pessoas que desejam conviver em sociedade. Muitas vezes essas normas adquirem caráter de lei por meio de sua institucionalização, outras vezes é apenas respeitada por meio de um pacto mútuo não institucionalizado entre as pessoas de uma mesma localidade, buscando assim uma melhor convivência coletiva.
Em geral as religiões não fazem distinção entre o plano ético e o plano religioso. Muitas vezes os costumes e as regras já usadas dentro da tribo são incorporadas dentro da religião que ali surgiu. Sendo essas práticas tão religiosas quanto à própria oração e os sacrifícios.
A religião surgiu quase que como apoio a ética e a disciplina dentro das tradições das antigas civilizações e tribos. Sem um meio legal punitivo, para repreender aqueles que de alguma forma prejudicavam algo ao alguém dentro dos grupos, era necessário apelar a forças divinas que onipresentes, onipotentes e oniscientes poderiam castigar o infrator.
Une-se assim ética e religião em praticamente todas as religiões, para poder desenvolver uma sociedade melhor para se viver para todos os fiéis, que fazendo o bem serão recompensados e fazendo o mal serão castigados. Muitas vezes desenvolvem-se até modos como o fiel deve viver, se vestir e se portar diante de outras pessoas.
Segundo afirma Jostein Gaarder sobre o assunto “Não há distinção entre ética e religião. A noção do ser humano como uma criação divina implica que ele é responsável perante Deus por tudo o que faz....”.
Para os hinduístas temos o costume correto, onde segundo eles o ato de fazer é mais importante que o ato de adorar ou acreditar. O fato de agir corretamente é de extrema importância dentro do hinduísmo, a maioria dos indianos acredita na força do darma que é uma espécie de lei ou ética comum, o que significa que cada casta tem suas obrigações e afazeres respectivos que devem ser respeitados e cumpridos. A boa moral consiste em adotar os preceitos e deveres de sua própria casta.
Buda para os budistas é um exemplo de ética que deve ser seguido, a compaixão e o amor são centrais em sua filosofia. As ações, os sentimentos e o afeto são de extrema importância, pois, a caridade que fazemos não afeta apenas os outros, mas contribui para enobrecer nosso próprio caráter uma vez que no budismo tudo o que fazemos acaba retornando para nós.
O budismo tem também cinco mandamentos de conduta para a vida diária que são sobretudo éticos para uma melhor relação entre as pessoas: 1. não fazer mal a nenhuma criatura viva. 2.não tomar aquilo que não lhe foi dado (não roubar). 3.não se comportar de modo irresponsável nos prazeres sexuais. 4.não falar falsidades. 5.não se entorpecer com álcool ou drogas. Sem contar algumas regras mais estritas que dizem respeito à ostentação.
Uma curiosidade nessas cinco regras de conduta é o fato de o budismo não reconhecer nenhum ser superior capaz de dar ordens ou castigar a humanidade caso esses mandamentos sejam desobedecidos. Essas regras não são fundamentadas através da ordem explicita de uma entidade divina que deseja sua realização, mas são formuladas de maneira que o fiel deve por conta própria tentar de domar, e assim tentar coloca-las em prática.
Dentre os Dez Mandamentos recebidos no monte Sinai por Moisés, alguns se dedicam a religião e outros a ética, como por exemplo, não matarás, não roubarás, respeitará pai e mãe, não desejarás a mulher do próximo, não levantará falso testemunho são todos referentes a ética e o modo de conviver em grupo sem que haja desentendimentos dentro do mesmo.
Há ainda dentro do judaísmo o Talmud, segundo os judeus Moisés não recebeu apenas no monte Sinais as leis escritas nas tábuas dos dez mandamentos, mas também a “lei falada” que não deveria ser escrita. Mas com o tempo com o medo de que se perdesse essa tradição oral, os judeus resolveram registra-la em escrito, surgindo assim o Talmud, um livro de leis, regras, preceitos morais, comentários e opiniões legais. Este não se tornou apenas um livro de ensinamentos, mas sim o texto pelos quais os rabinos orientam de forma concreta seus fiéis.
No judaísmo não há uma distinção nítida entre a parte ética e a parte religiosa da doutrina. Para os judeus tudo pertence à lei de Deus. Existem 248 ordens afirmativas e 365 proibições, totalizando na fé judaica 613 mandamentos. Além desses inúmeros mandamentos há ainda a força da tradição e dos costumes que em muitos casos por sua força sobre as pessoas assemelha-se a uma lei. Em destaque na ética judaica temos a generosidade, a hospitalidade, a boa vontade para ajudar, a honestidade e o respeito pelos pais. Sendo o princípio fundamental “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (levítico 18,18).
Dentro do cristianismo temos a ideia da posição de destaque do ser humano sobre as outras criações de Deus, isso porque ele foi criado a sua imagem e semelhança. Diz-se que Deus criou o homem por amor, a fim de compartilhar o mundo com ele, sendo assim é dever do homem agir segundo o desejo de seu criador. Entretanto foi dado ao homem o dom do livre-arbítrio, onde ele mesmo deve distinguir sobre o que é certo ou errado, sendo o ser humano responsável por suas ações. Esse dom pode levar o homem a ir contra a vontade de Deus e esse feito é chamado de pecado.
O pecado é muito mais do que apenas fazer algo errado, através do pecado podemos nos distanciar de Deus. E esse desvio se dá muitas vezes pelos desvios de ética realizados ou até mesmo pensados e não praticados pelos fiéis. Ainda segundo o cristianismo o mal existe de diversas formas, sendo elas humanas ou sobre-humanas (o diabo) sendo necessário que cada pessoa o combata internamente em seu coração, seguindo os mandamentos de Deus.
Os cristãos interpretam o sermão da montanha de diversas formas, mas relativamente a ética existe a chamada regra de ouro que diz: “Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a Lei e os Profetas”(Matheus 7,12), tendo o amor como principal meio para se chegar a paz Jesus também disse : “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Matheus 22,39) sendo esse o mandamento chave da caridade.
Os muçulmanos dentre as suas cinco obrigações religiosas (os cinco pilares), há o que obriga a doação de esmolas para os mais necessitados, a caridade. Essa taxa deve ser retirada dos ricos e doada aos pobres, além de ser usada na libertação de escravos ou na ajuda aos viajantes. No islã não existe a distinção entre a religião e a política, muito menos entre fé e moral. Todas as obrigações dos homens estão estabelecidas no xaria à lei sagrada muçulmana. Ela mostra o caminho certo, a conduta correta que foi ensinada ao homem por Deus e por esse motivo deve ser respeitada.
O alcorão apresenta-se muito mais do que apenas um livro religioso. Ele é também um livro de leis contendo instruções fixas e rígidas sobre o governo da sociedade, a economia, o casamento, amoral, o status da mulher etc.
Os muçulmanos também usam como orientação ética o estudo da suna, que são os relatos da vida de Maomé e alguns califas que o sucederam. Para tal utilizam-se da técnica da analogia, que faz uma análise da similaridade de um acontecimento presente com um fato vivido por Maomé, ou utilizam-se do princípio do consenso, onde segundo se acredita que os fiéis nunca poderiam concordar coletivamente sobre um fato se ele estivesse errado. Ou seja, uma decisão tomada em conjunto pelo povo muçulmano é uma decisão certa e pode ser vista como lei pelos seus representantes.
Pregadores religiosos iniciavam seus debates tratando de assuntos de natureza ética de seu tempo. Nas sociedades onde existiam diversas religiões existiam conflitos para o firmamento de uma determinada visão de ética sobre outra.
Os babilônicos com o código de Hamurabi foram os primeiros a estabelecer um conjunto de leis escritas da história, esse código foi baseado nas tradições sumerianas de reciprocidade.
Os romanos também fundamentaram regras únicas e legais que deveriam servir a todos os povos independentemente de sua religião. Surgiu assim o direito romano, que tinha como base dar direitos iguais para as pessoas independentemente de sua religião.
As palavras ética e moral, geralmente são usadas como sinônimos, mas na verdade tem significados bastante distintos. Segundo Gaarder a moral se relaciona a ação enquanto a ética é uma espécie de teoria dessa ação. Sendo esses conceitos quase que como teoria (ética) e prática (moral).
Todas as religiões têm uma ética normativa que busca nos mostrar sobre o que é certo e o que é errado para aquela determinada crença. Por exemplo; os Dez Mandamentos são uma ética normativa, onde segundo essa norma ética toda a sociedade a sua volta tem o dever de segui-la para um melhor relacionamento mútuo entre os fiéis.
Essa ética é colocada em prática por meio do cotidiano do homem, caso em algum momento ele faça alguma coisa que seja de certo modo errada para sua religião e para os valores desta, ele cometeu um pecado. Caso ninguém tenha visto esse fato e ele se livre da repreensão da sociedade, entra em ação a sua própria consciência que o repreenderá. E ao fim da vida, em algumas crenças ele será julgado e condenado por forças divinas, ou em outras reencarnará em uma casta mais baixa que a atual.
Por fim chegamos a conclusão de que a ética é de fato muito presente no cotidiano das religiões. A religião tem como um dos pilares repreender o homem que causa algum mal a seu semelhante, para diversas crenças os homens devem conviver em harmonia e para tal estabelece-se regras de conduta e convivência para um relacionamento melhor e mais justo para todos os seres humanos.
BIBLIOGRAFIA:
GAARDER;Jostein. HELLERN;Victor. NOTAKER;Henry: “O livro das religiões” São Paulo Companhia da letras 2005.
BOWKER; John: “O livro de ouro das religiões” Rio de Janeiro Ediouro 2004.



terça-feira, 1 de junho de 2010

Os EUA no contexto pós-guerra: Tópicos.

Os anos 60 marcaram a ruptura com os anos 50 influenciados pelo American way of life.
1. Rupturas do consenso:1960-1980.
• Nos anos 60, houve nos estados unidos uma explosão de movimentos sociais que tinham como principal objetivo a conquista de direitos civis, mostrando que o descontentamento ainda existia dentro dos EUA ao contrário do que pensavam alguns intelectuais dos anos 50 influenciados pelo American way of life;
• E além dos conflitos internos, essa época é marcada por desafios enfrentados pelos políticos para a consolidação de sua política imperialista e anticomunista no mundo, muitas vezes com sucesso, mas em outras um enorme desastre como é o caso de Cuba e Vietnã;
• Englobado no contexto da Guerra Fria que dava mais radicalismo a qualquer ato político nacional ou internacional;
• Por esses motivos os anos 60 é chamado de a “longa década”.
2. Governo John F. Kennedy (1960-1963).
• Muito popular nos EUA, era considerado a “esperança liberal”. Segundo o texto ele surgiu das aspirações liberais não satisfeitas do New Deal.
• Graças a toda essa esperança depositada nele, após seu assassinato em 1963 tornou-se uma espécie de mártir, foi mitificado, mascarando sua tímida agenda liberal doméstica e sua forte política anticomunista.
3. Governo Lyndon B. Johnson (1963-19680)
• Foi o presidente que mais se empenhou em reformas sociais e econômicas, lançou os “Programas da grande sociedade” que consistia em assistência social, para os grupos pobres americanos.
• Destinou mais dinheiro federal à educação, obras públicas, treinamento profissional e moradia.
• Esses programas sociais contribuíram para a redução da pobreza de 21% da população em 1959, para 12% em 1969. Conseguindo um grande crescimento econômico.
• Apesar desses esforços não conseguiu acabar com a miséria econômica, então concluiu que a pobreza não é resultado de diferenças no poder econômico e de falhas nas instituições econômicas, mas sim da carência de habilidades, treinamento e motivação entre os pobres.
• Para os negros Johnson fez apenas uma escaramuça contra a pobreza que a longo prazo não teria muito impacto, especialmente pelo fato de Nixon e Ford gradualmente irem revogando os programas. A maior parte das despesas dos programas da grade sociedade foi canalizada para as comunidades brancas.
4:Políticas externas:
• Cuba.
• Cuba ousou desafiar o império, após relutância dos EUA em reconhecer o novo governo formado após a revolução nacionalista, Fidel radicalizou entre 1960 e 1961 nacionalizando a economia e caindo nos braços da URSS.
• Em represália, Eisenhower adotou o embargo dos bens cubanos em 1960, e Kennedy rompeu relações diplomáticas em 1961.
• Cuba representava uma ameaça, o que motivou Kennedy a tomar medidas mais duras. Em 17 de abril de 1961 houve a tentativa de invasão a baia dos porcos, onde 1500 refugiados treinados pela CIA fracassaram, desconhecendo o povo cubano a inteligência americana achava que eles levantar-se-iam contra Fidel.
• No ano seguinte Castro concordou com a instalação de ogivas nucleares soviéticas em território cubano, os americanos protestaram e o mundo viu-se a beira de uma guerra nuclear, que apenas não ocorreu graças a assinatura de um acordo de paz em que os soviéticos deveriam retirar os mísseis e os americanos prometerem não invadir Cuba.
• Vietnã.
• Ex-colônia francesa foi dividida a após a guerra da Coréia. Ao Norte estava o exército guerrilheiro de Ho Chi Minh líder da resistência Vietnamita contra os franceses, ao sul o ditador Ngo Dinh Diem apoiado pelos EUA.
• Em resposta a ataques de repressão de Diem contra simpatizantes, Ho Chi Minh lança-se a luta armada em 1959. Graças a sua incapacidade de controlar a situação os EUA aprovam um golpe militar contra Diem em 1963, sendo substituído por juntas militares fiéis aos interesses americanos.
• Quando Kennedy assumiu o poder em 1961, havia 400 consultores militares no Vietnã, no mês de seu assassinato 18 mil, seis anos depois 540 mil soldados!
• Empreendeu o maior bombardeio de todos os tempos, tentando enfraquecer a moral norte-vietnamita, e usava de “programas de pacificação”, cujo propósito era conquistar a população através de programas sociais. Não conseguindo sucesso adotaram o sistema de destruição de aldeias, para enfraquecimento dos Viet Congs.
• Os frequentes massacres de civis por tropas americanas como a chacina de My Lai, acabaram divulgadas dentro dos EUA pela mídia, causando muito impacto na sociedade internacional, especialmente dentro do próprio Estados Unidos.
• Em 1970 a maioria da população americana estava contra a guerra, o que forçou o governo a recuar.
• No saldo final 4 mil soldados americanos mortos e 300 mil feridos, enquanto 4 milhões de vietnamitas perderam a vida.
• Foi a primeira derrota americana em 150 anos, agonizando uma geração de americanos, rasgando ideologicamente a nação e dando inspiração a movimentos anti-imperialistas no mundo inteiro.
• Cuba e Vietnã mostraram que mesmo o mais poderoso país do mundo era vulnerável, e poderia ser derrotado.
• América do sul.
• Assustados com os rumos das América latina depois de Cuba os EUA iniciaram sua política de apoio as ditaduras nacionais e anticomunistas no continente, atuando com apoio militar, financeiro, político e muitas vezes com intervenção direta.
• Brasil (1964), Chile (1973) Uruguai (1974), argentina (1976);
• Paralelamente mandavam equipes de ajuda humanitária para desenvolvimento do 3º mundo, que visavam ganham ideologicamente a população com os valores norte-americanos: livre mercado, consumismo e democracia liberal.
• Oriente médio.
• Depois da URSS essa era a região mais importante para a política americana, graças as suas enormes reservas de petróleo, ajudaram na criação do estado de Israel (1948), seu grande aliado naquela região.
• Além da criação dos regimes clientelistas árabes, estabelecendo a hegemonia no Oriente Médio, mas ao custo de aprofundar antagonismo entre povos, que explodiram em várias guerras ao longo dos anos 60 e 70, plantando a semente do ódio as políticas americanas na população muçulmana em geral.
7. Políticas Internas.
• Os movimentos por direitos civis.
• Movimento Negro. (1º fase).
• A vida do negro americano pós Segunda Guerra era caracterizada por segregações, violência, desemprego, pobreza etc. Porém não foram vítimas passivas, diversas organizações políticas negras haviam atuado durante a 1º metade do século, mas as condições dos anos 50 e 60 propiciaram o estouro de um movimento em massa.
• Negros do norte e do sul, construíram o “movimento por direitos civis”, o mais importante movimento civil dos EUA. Que começou a chamar a atenção por protestos bem-sucedidos, neste contexto surge o poderoso orador Martin Luther King Junior que fundou a conferência de liderança cristã em 1957, baseado na ideia de “desobediência civil”. (resistência pacífica).
• Graças a várias conquistas contra segregação, universitários negros sentiram-se estimulados a agir, ampliando a área de livre locomoção dos negros (universidades, escolas, cinemas, restaurantes, rodoviárias, etc).
• Em abril de 1963, Luther King organizou uma série de protestos não violentos em Birmingham, Alabama. Em frente às câmeras de tv, o chefe de polícia supervisionou ataques contra a manifestação. A cobertura desse ataque chocou a população americana.
• Em agosto de 1963, houve a Marcha para Washington, com 200 mil manifestantes para ouvir o discurso “Eu tenho um sonho”.
• Com isso o governo se sentiu obrigado a agir.
• De acordo com a memória coletiva americana os presidentes Kennedy e Johnson, bem como o FBI e a polícia federal eram simpáticos à luta antirracista: Na verdade Kennedy desprezava o movimento, relutava em oferecer ajuda federal para proteger ativistas no sul e quando mandava sempre chegava tarde demais e com forças insuficientes.
• O chefe do FBI J. Edgar Hoover, grampeou os telefones de Luther King clandestinamente, além de enviar-lhe uma carta anônima sugerindo suicídio.
• Pressionado Johnson estabelece vários atos legislativos entre 1964-1967 proibindo discriminação em vários setores públicos e privados.
• A partir desse ponto o fim da pobreza entre os negros passou a ser o principal objetivo do movimento.
• Ocorreram entre 1963-1968 341 motins urbanos negros em 265 cidades, onde foram mortas pela polícia 221 pessoas, tudo isso deu origem a segunda fase do movimento negro.
• Movimento Negro (2º fase)
• O discurso negro foi ampliado criticando além da discriminação, a exploração econômica e a política internacional norte-americana.
• Em seus 2 últimos anos de vida Luther King radicalizou, para haver mudança social somente com mudança econômica, combatendo a pobreza inclusive entre os brancos.
• Foi assassinado em 1968 na cidade de Menphis durante uma greve operária negra.
• Surge a nação do Islã, movimento político religioso que pregava ideais de autoajuda e separatismo, fortalecendo o nacionalismo negro. Malcolm X ex-líder da nação do islã ganhou uma popularidade igualável a de Luther King ao argumentar em favor da autodefesa armada contra a violência racista. Além de defender a valorização das tradições afro-americanas e o apoio a movimentos revolucionários no 3º mundo.
• Surgiram diversos movimentos “Black Power” na segunda metade da década, inspirados nas ideias de Malcolm X assassinado em 1965, combinando valorização da cultura negra e luta armada.
• O mais famoso foi o Partido dos Panteras Negras, fundado por universitários negros na Califórnia em 1968, apelando para a autodefesa armada, ganharam muita popularidade nos bairros negros com sua propaganda militante de orgulho negro e seus programas de assistência social.
• Justamente por sua popularidade a organização foi esmagada brutalmente entra 1969 e 1971 pelo FBI.
• No final das contas, os ganhos foram contraditórios: acabaram-se as políticas segregacionistas, a classe média negra se expandiu, mas os negros permaneceram desproporcionalmente pobre em relação aos brancos.
• A nova esquerda, a liberdade sexual e a contracultura.
• A nova esquerda.
• A nova esquerda é formada por uma variedade de movimentos sociais dos anos 60, caracterizada pela valorização da juventude, ideias antielitistas e ênfase no combate à hipocrisia e a alienação da sociedade americana e a preocupação com luta de classe e miséria econômica. A nova esquerda atuava entre estudantes e grupos oprimidos e vítimas do imperialismo.
• Suas principais ações foram movimentos contra a guerra do Vietnã, pelos direitos estudantis nas universidades e por maior liberdade individual na vida cotidiana.
• Os primeiros a organizarem-se contra a guerra do Vietnã foram os mais pobres, os negros e os latinos, pois, estes eram recrutados desproporcionalmente pelas forças armadas. Esses protestos desembocaram na desobediência entre militares de todos os escalões, mais de 50 jornais anti-guerra circulavam nas bases militares e o número de desertores soltou de 47 mil (1967) para 90 mil (1971).
• Todo esse clima inspirou outros movimentos sociais.
• O movimento feminista e movimento contra a discriminação sexual.
• Apesar de serem 40% da mão-de-obra em 1970 ainda sofriam discriminação no emprego, na família e na sociedade, os anos 60 foram o estopim para o ressurgimento de grupos feministas. Suas conquistas mais importantes foram :proibição da discriminação sexual no emprego e legalização do aborto.
• No encalço dessas vitórias Grupos de gays e lésbicas organizaram-se em movimentos para a “libertação gay”.
• Outros movimentos sociais.
• Nos anos 60 e 70 também ocorreram diversas rebeliões de base, com várias greves contra os patrões, o governo e a lideranças sindicais.
• Além de movimentos ambientalistas. Como o Greenpeace em 1971.
• Movimentos religiosos de ajuda humanitária as ditaduras na América Latina.

• E o movimento hippie que rejeitava toda a banalidade da sociedade moderna.